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O Problema do Calvinismo

Então, qual é o problema do Calvinismo? Se alguém ouvir muitos dos defensores do Calvinismo, teria a impressão que o Cristianismo bíblico discorda da visão calvinista da justiça divina. Eles geralmente argumentam que Deus tem o direito de julgar quem quer que ele considera adequado, e aqueles que objetam ao Calvinismo não acreditam que Deus tenha tal direito. Isto é falso. A Bíblia claramente afirma que Deus tem o direito de julgar quem quer que ele decida ser digno de condenação. Em Mc 16.16 Jesus nos diz sobre quais condições Deus decide quem será julgado e quem receberá misericórdia. Jesus disse, “Quem crer… será salvo; mas quem não crer será condenado.” Muitas vezes os calvinistas argumentarão que a razão que Deus envia pessoas ao inferno é revelar que ele é um Deus justo que odeia o pecado. Não concordamos com isso. Embora cremos que a justiça de Deus é revelada na condenação dos pecadores, cremos que o sangue de Jesus foi suficiente para vindicar o ódio de Deus pelo pecado e seu caráter justo. Mesmo se nenhuma alma terminasse no inferno, cremos que a cruz de Cristo perfeitamente e eternamente revelou o caráter justo de Deus. Todavia, não temos nenhuma objeção ao direito de Deus de condenar os ímpios pelos seus pecados. Se Deus considera adequado aplicar o sangue salvador de Jesus somente naqueles que depositam sua confiança em Cristo, cremos que este é seu direito soberano como o Deus da salvação.

A justiça de Deus não é na verdade a parte de seu caráter que é insultada pelas assim chamadas “doutrinas da graça.” Todos os cristãos que creem na Bíblia concordam que Deus tem o direito de julgar qualquer pecador. O problema real é que o Calvinismo acusa Deus de fechar seu coração a bilhões de almas perdidas em trevas e em pecados. Mas sabemos da palavra de Deus que o amor de Deus sempre responde compassivamente quando diante das necessidades das pessoas.

"Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade." 1Jo 3.17-18

Um Deus misericordioso e compassivo não é capaz de desprezar um mundo perdido e pecador e decidir dar salvação a alguns a fim de mostrar o quão gracioso ele é e enviar alguns ao inferno para mostrar o quão justo ele é. Deus não é um ser insensível e impassível. Ele tem um coração amoroso e compassivo que se parte por seus filhos pródigos. Jesus nos disse que quando o vemos, vemos o Pai. E quando Jesus viu as multidões vindo para serem curadas, ele as viu como ovelhas perdidas, e sua compaixão o moveu a ensiná-las e curá-las. Este é o nosso Deus!

A vontade de Deus não é soberana porque ela não tem limites, mas porque ela não é limitada por qualquer coisa que não ele mesmo. A vontade soberana de Deus não decide quando Deus será gracioso e amoroso, mas seu caráter determina isso. Seu amor é o que motiva e move sua vontade. A graça não é algo que ele distribui como pedaços de pão, a graça é o que o move. Um Deus que pode escolher dar compaixão a alguns e não a outros não é injusto, ele não é amoroso. A consciência do discípulo não objeta ao Calvinismo porque ele retrata um Deus que é injusto e parcial, mas porque ele proclama que Deus não é genuinamente amoroso. No Calvinismo, o propósito eterno de Deus não é motivado pelo seu amor e compaixão com respeito a todos os homens, mas, ao invés, seu amor e compaixão salvadores é somente dado a certos indivíduos a fim de cumprir seu misterioso propósito. Sua vontade não é movida pelo seu caráter, mas seu caráter é determinado pela sua vontade. Esta é a razão que o Calvinismo em última análise admite que as razões de Deus para dar salvação a um e deixar outros em seus pecados para perecer é um mistério. Ele não é baseado no caráter revelado de Deus, mas em um plano inexplicável. Eles descrevem Deus como uma vontade divina e poderosa que não pode ser julgada por qualquer padrão de justiça; nem mesmo se esse padrão de justiça for a justiça do grande EU SOU!

Imagine um homem amoroso caminhando próximo a um edifício e vendo uma dúzia de pessoas que espalharam mentiras a seu respeito, abusaram de sua família e amaldiçoaram o seu nome, presos lá dentro. A maioria das pessoas não assumiria que o homem é obrigado a arriscar a sua vida para tentar salvar estas pessoas más. Mas a consciência do homem poderia. A compaixão poderia compeli-lo a arriscar-se para salvar seus inimigos. Se ele tirasse uma ou duas pessoas e as colocasse em segurança, todos chamariam ele de um heroi compassivo e estariam dispostos a louvá-lo no noticiário da noite. Mas, ainda assim a consciência do homem poderia gritar, “Você pode salvar mais!” Ninguém o chamaria de injusto por não voltar ao prédio em chamas, mas sua consciência, preenchida de amor e compaixão, poderia acusá-lo até o dia de sua morte de ser desamoroso e egoísta.

A ilustração revela um dos erros conceituais do Calvinismo. O calvinista está tentando defender a justiça de Deus contra a acusação de parcialidade. Não há necessidade de fazer isso. A consciência de todo discípulo informado entende que Deus tem o direito e autoridade de fazer o que quer que julgar adequado em relação a julgar a humanidade. Deus não é obrigado a salvar alguém! O erro do Calvinismo é encontrado em sua má compreensão do caráter amoroso de Deus.

O homem mencionado em nossa história não foi movido pelo que a multidão pensava dele. Da mesma forma, Deus não é movido por como o mundo o julga. As decisões soberanas de Deus não são limitadas por algo fora dele. Nesse sentido, todas as coisas são possíveis para Deus. Mas as decisões de Deus são limitadas. Sua soberania é limitada pelo seu caráter justo. Assim como o homem na história acima foi compelido pela compaixão justa em seu coração para salvar tantos quantos inimigos possíveis, da mesma forma as ações de Deus são compelidas pelo seu caráter amoroso. 2Sm 14.14 nos diz, “Deus, pois, lhe não tirará a vida, mas cogita meios, para que não fique banido dele o seu desterrado.” Ele não “deseja que todos os homens sejam salvos” a fim de provar sua imparcialidade ao mundo. Ele enviou seu Filho a este mundo para “buscar e salvar o perdido,” porque seu amor o compeliu a fazer assim.

A isto meus irmãos calvinistas argumentariam, “Mas como ser humano você não pode entender a natureza da misericórdia divina.” Mas a misericórdia e compaixão divinas foram reveladas ao mundo em Jesus Cristo, de forma que nós podemos entendê-las. A compaixão de Deus moveu Jesus quando ele viu as necessidades da humanidade perdida. Se realmente não podemos entender conceitos como justiça, misericórdia e verdade divinas, então a Bíblia foi escrita em vão. Se como humanos, especialmente aqueles que foram regenerados pelo Espírito da verdade, não podem entender o conceito da misericórdia divina, como sabemos que podemos confiar na verdade divina? Se a compaixão divina não move Deus a trabalhar pela salvação de todos os homens, talvez a verdade divina não mova Deus a manter todas as suas promessas. Se isto for assim, então muitos que confiam em Cristo para sua salvação serão grandemente surpreendidos no Dia do Juízo! Mas, obviamente, nós entendemos a natureza da honestidade divina, assim como entendemos a natureza da misericórdia divina. Entendemos porque Deus a revelou a nós em sua palavra e em seu Filho.

Nos dias do império assírio Deus chamou Jonas para proclamar julgamento sobre a capital desse império, Nínive. A princípio Jonas recusou porque sabia que esta proclamação poderia levar Nínive a se arrepender. E Jonas sabia o que Deus faria se eles se arrependessem. “E orou ao SENHOR, e disse: Ah! SENHOR! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal” (Jn 4.2). Conhecendo a natureza compassiva de Deus, Jonas temia que Deus decidiria não destruir Nínive. Mas visto que Nínive havia afligido o seu povo, ele queria que eles recebessem justiça e não misericórdia. Jonas entendeu o caráter de Deus e a natureza da sua misericórdia. Ele sabia que Deus é um Deus gracioso que é movido de compaixão.

Jonas sabia que Deus não apenas mostrava misericórdia a certas “pessoas eleitas.” Deus era o Deus de toda a terra, não apenas de Israel. Jonas já sabia o que Pedro aprenderia séculos mais tarde; “Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (At 10.34-35). Como Pedro, os discípulos do Calvinismo precisam aprender que Deus não mostra nenhuma parcialidade com a sua misericórdia, mas “o SENHOR é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras” (Sl 145.9).

Quando Deus não julgou Nínive, Jonas ficou perturbado. Ele esperava ver seus inimigos perecerem. Mas Deus queria que ele aprendesse que a visão de justiça e misericórdia de Jonas era terrena e não divina. A misericórdia de Deus não tem prazer no julgamento tanto quanto tem na misericórdia. Deus jurou em Ez 33.11, “Não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva.”

A fim de ensinar Jonas esta lição, ele fez com que uma planta crescesse sobre o lugar em que Jonas descansava para lhe fornecer sombra. Jonas se deleitou nesta planta e no conforto que ela lhe trouxe. Então Deus enviou um verme para destruir a planta. Quando Jonas viu que a planta tinha morrido, ele ficou furioso. A isto Deus respondeu, “Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4.10-11).

Esta é a objeção ao Calvinismo que Deus colocou no coração de cada discípulo de Cristo. Mesmo aqueles que rejeitaram a luz de sua consciência e abraçaram o Calvinismo tiveram que lutar contra esta verdade. “Um Deus compassivo não seria movido de piedade com todos que estão perdidos em trevas? Esta compaixão não o moveu a trabalhar pela sua salvação? Pode um Deus compassivo simplesmente decidir fechar seu coração para bilhões de almas perdidas a fim de vindicar sua justiça, que já foi plenamente vindicada na morte de seu Filho?” O Calvinismo perverte o amor e a compaixão de Deus. É isto o que está errado com o Calvinismo.

Christopher C. Chapman

Via: Arminianismo.com 
Tradução: Paulo Cesar Antunes

1 comentários:

Paulo Alexandre Paes disse...

Existe muito mais erros no calvinismo, veja: Morei 3 anos em Geneve, Suissa e consultando a biblioteca local tomei conhecimento das barbaridades de Joäo Calvino, pois ele mandava matar mäes e as criancas que discordavam dele com relacäo ao batismo na primeira idade, isto é, ao nascer. Estas barbaridades, crimes säo de total desconhecimento de quem nunca foi a Geneve e fez consultas profundas sobre a vida deste falso homem de Deus!! Vamos acordar este povo !!

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