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Que tal convidar o Papai Noel para pregar em sua igreja?


Ho, ho, ho! Pois é... Nesses últimos dias, em que muitos cultos transformaram-se em reuniões só para agradar, elogiar e “abençoar” o ser humano, além de melhorar a sua auto-estima, as mensagens cristocêntricas tendem a perder o sentido.

Tornam-se cada vez mais raros os mensageiros da cruz de Cristo e da santificação. Para muitos crentes, Deus é uma espécie de “Papai Noel”, que entra nos templos com um grande saco de presentes nas costas e começa a distribuí-los aos que têm fé.

Os anjos podem ser comparados aos elfos — pequenos auxiliares do “bom velhinho”, que o ajudam a distribuir “brinquedos” para os “meninos”.

Provações e tribulações? Nem pensar! Nesse evangelho humanista e triunfalista que prevalece em nossos dias não há espaço para o sofrimento. O crente, como homem de fé, deve decretar, determinar, “profetizar”, exigir a saúde física e as bênçãos materiais! (Aliás, a bem da verdade, certo telemissionário parou de usar, pelo menos na TV, o verbo "determinar" em suas orações, apesar de continuar a promover um culto antropocêntrico, e não cristocêntrico). É como se qualquer declaração de fé fosse uma profecia. “Somos a boca de Deus na terra” — dizem os seguidores do Papai Noel. As palavras humanas são “mágicas” e têm um poder sobrenatural para abençoar e amaldiçoar. Enfim, o homem é produto de suas próprias palavras.

Na falaciosa teologia da prosperidade, a fé é centrada no homem e suas necessidades, e não em Cristo. Tudo gira em torno da fé para receber, receber e receber... Fica a impressão de que ser um seguidor de Cristo implica apenas usufruir a graça, sem precisar fazer nada em gratidão pela tão grande salvação. O “culto” é apenas um encontro para recebimento de bênçãos, como se Deus fosse o “bom velhinho” do Pólo Norte...

Um influente líder da juventude afirmou: “Se você quer pregar sem se contextualizar, esqueça! Estamos cansados de tanta cerimônia, de tanta opressão, de tanta mesmice. As pessoas não vão aos cultos para serem repreendidas, mas para buscar soluções para problemas, conflitos, receber alívio para seus sofrimentos; enfim, para satisfazer as suas necessidades”.

Mas, à luz das Escrituras, o compromisso do pregador é com o Senhor. Quando o Senhor mandou Ezequiel profetizar, avisou-o de que o auditório não o ouviria, pois era “casa rebelde” (Ez 2.1-4). O homem de Deus deve pregar, quer ouçam, quer deixem de ouvir, porque o seu compromisso é com Deus (v. 5). Jesus não elogiou ou agradou Nicodemos, mas lhe disse, com franqueza, que era necessário nascer de novo (Jo 3.1-5).
As mensagens dos pregadores da teologia da prosperidade são voltadas exclusivamente para o ser humano e suas necessidades. Eles não pregam a Jesus Cristo. Suas mensagens possuem temas sofisticados, como “Grávidos de um avivamento”. Ouvi, recentemente, uma pregação com esse tema, em que o pregador divagou sobre todas as fases de uma gestação — desejos, enjôos, etc. —, aplicando tudo a um avivamento vindouro. Antes, porém, o “avivalista” discorreu sobre como o crente pode ficar “grávido”...

Diante do exposto, que tal convidar o Papai Noel? Só acho que o cachê dele deve ser alto, pois ele vem do Pólo Norte...


Ciro Sanches Zibordi

1 comentários:

Anônimo disse...

Seus textos são ótimos e o conteúdo também!
Muito bom o blog! Siga o perfil do REDBUS na internet, é muito legal e muito divertido também:
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