Provavelmente ao escrever a Timóteo, Paulo estava preso em Roma, mas sabendo das confusões heréticas que os falsos mestres estavam disseminando no meio cristão, ele admoesta Timóteo a não dar ouvidos a ensinos que contrariam a Palavra de Deus.
Os falsos mestres seguiam uma doutrina que misturava o ensinamento cristão, regulamentações da lei mosaica e especulações do gnosticismo pagão. Eles haviam chegado a Éfeso levando discórdia ao invés de crescimento na graça.
Os falsos mestres de Éfeso erravam acrescentando longas estórias imaginárias alheias às Escrituras. Tais lendas nasceram com os antigos rabinos hebreus que criaram pseudo-histórias bíblicas, baseadas nas sugestões dadas pelas genealogias do Velho Testamento. Essas fábulas estavam desviando os crentes de efésios da verdadeira doutrina bíblica, levando-os a viverem conforme os ensinos humanos (v. 4).
Este tipo de pregação imaginária não traz nova luz às Escrituras, muito pelo contrário, ela origina mais contendas, desviando assim o crente da verdade de Deus.
Paulo ordena a Timóteo a ficar longe das discussões tolas e sem valor, pois elas sempre acabam em brigas. O servo do Senhor não deve andar em contendas, mas deve tratar todos com educação. Deve ser um mestre bom e paciente, que corrige com delicadeza aqueles que são contra ele. Pois pode ser que Deus dê a eles a oportunidade de se arrependerem e de virem a conhecer a verdade. (2ª Tm 2.23-25 NTLH).
As fábulas dos falsos mestres estavam trazendo confusão e contendas para a igreja em Éfeso. Os tais ensinos estavam levando os crentes à subversão (gr. Katastrophe), literalmente “virar tudo de cabeça para baixo”. Por isso Paulo incentiva a Timóteo a manejar bem a Palavra da Verdade. Manejar bem significa sem desviar da Verdade. A melhor arma conta os falsos mestres é ter a sabedoria divina e o conhecimento genuíno das Sagradas Escrituras. Um soldado em guerra que não sabe manejar sua arma está à beira da morte, assim são com aqueles que se intrometem no ensino sem conhecer as Verdades Bíblicas.
Observe que a palavra questões (v. 4), não refere a um método de ensino ou pura inquirição, mas a ensinos que levam ao desvio doutrinário, frustrações, dúvidas, contendas, por causa de um ensino apóstata. Ao contrário da pregação destes falsos mestres, Paulo diz que o trabalho de Deus deve ser feito com amor, partindo dum coração puro, uma boa consciência e de uma fé sincera (v. 5).
Paulo ao declara: “desviando-se alguns” nos mostra que estes já haviam se contaminado com os ensinos heréticos dos falsos mestres e estavam separados evangelho. Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis.
“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina” (1ª Tm 1.8-10).
A lei de Moisés era boa, mas os falsos mestres usavam-na incorretamente ao fazerem da obediência à lei uma exigência para os cristãos. A lei deveria apontar o pecado para o descrente. Paulo demonstrou isso ao fornecer uma lista de pecados para aqueles que opõem a sã doutrina.
“Recomenda estas coisas. Dá testemunho solene a todos perante Deus, para que evitem contendas de palavras que para nada aproveitam, exceto para a subversão dos ouvintes. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (1ª Tm 2.14-15).
Os falsos pregadores têm satisfação em trazer ensinos heréticos e questões loucas e absurdas que só trazem confusão, contenda e divisão no meio cristão. Dificilmente um fariseu se enquadra nos moldes ortodoxo bíblico. Isto mostra a falta de misericórdia e amor que possuem pelas almas. “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.26). A resposta de Paulo aos crentes em Gálatas confusos ante é que nós não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros.
O apóstolo que revolucionou a era apostólica com a pregação do Evangelho, agora no final de sua vida admoesta a Timóteo num desafio contra os falsos mestres que estavam surgindo e iriam surgir nos tempos do fim para rejeitarem a sã doutrina.
A sã doutrina (doutrina de Deus) não traz confusão, desordem e escândalo. Mas as doutrinas humanas usadas como meio de salvação, mesmo que aparenta certa “espiritualidade”, e não se manifesta sem a doutrina, como ensina a Bíblia, produz divisão, dispersão, evasão e afastamento, ao invés de fraternidade, unidade e comunhão. Toda a regra seja humana e extra-bíblica, irá trazer este tipo de comportamento no meio da igreja cristã, pois este é o trabalho de Satanás e também de seus ministros; trazer confusão. Mas, os ditos “costumes” são picuinhas que produzem mais discórdia do que edificação, produzindo assim uma vida ascética e nos separando da graça e do amor de Deus. Paulo Exorta a Tito a ensinar a sã doutrina. “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1).
Estamos, freqüentemente, tão saciados e satisfeitos com outras coisas, que insistimos em nos contentar com migalhas de pão. Estamos felizes com nossa música do jeito que é. Estamos felizes com nossas reuniões de “restauração”. Já é hora de termos o que costumo dizer de insatisfação divina.
SEUS ENSINOS SÃO COMO CÂNCER
“Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão pervertendo a fé a alguns. Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2ª Tm 2.16).
O ensino verdadeiro evita este tipo de confusão teológica. Mas, o ensino herético é: uma catástrofe; é vão; profano, e aumenta impiedade. È um câncer que se alastra (v.17), (no gr. gangraina; “grangrena”). Simbolizando a doentia penetração da praga do erro doutrinário no corpo da Igreja. O caso exige cirurgia profunda e não pode ser encoberto com panos quentes.
Muitos sermões, em vez de trazer as pessoas a Deus, afasta e leva para impiedade. Este tipo de “ministro” não ensina a verdade, mas a mentira e o engano. E este vírus passa de um para outro infectando a igreja. Se o crente não tiver imunidade (conhecimento da Palavra) é atingido pelo vírus da gangrena (ensinos farisaicos).
Paulo usa o exemplo de dois falsos obreiros contemporâneos (Himeneu e Fileto), dizendo que estes se desviaram da verdade.
Quantas pessoas hoje vêm a igreja em busca de Deus e acabam saindo frustradas e decepcionadas pelas esquisitice das ditas regras humanas? Isso deveria envergonhar a Igreja! Tantas pessoas machucadas e carentes voltando-se para as práticas do ocultismo. As pessoas, de tão famintas que estão, chegam gastar milhões de dólares na indústria do ocultismo que surge da noite para o dia, manipuladas por falsos adivinhos, que não passam de exploradores. O desespero é tanto que elas aceitam as orientações desses negociantes como se fosse uma visão espiritual. Só existe uma razão para que as pessoas estejam tão ansiosas por um contato com algo misterioso, oculto, aceitando até falsificações: elas não sabem onde encontrar O que é verdadeiro.
PROVOCAM ESCÂNDALOS
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices. Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal” (Rm 16.17-19).
Nesta exortação, Paulo adverte a igreja, contra os homens que provocam divisões e enganam os corações dos simples. Contra os tais Paulo nos ensina a ser sábios (prudente como a serpente), e simples como as pombas.
As mensagens que Jesus ensinava aos seus discípulos e ao povo tinham sabor, era agradável, e o povo era atraído aos Seus ensinos. Não li nem um versículo nos evangelhos, onde Jesus se preocupa com o obvio, com costumes e questões que provocam divisões. Mas vejo o amado mestre combatendo as tradições dos anciões, e as esquisitices dos fariseus (Mt 15.1-12; Mt 23.1-33).
SÃO SOBERBOS
“Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais” (1ª Tm 6.3-5 - RC).
1. Os falsos líderes e as falsas doutrinas.
Timóteo enfrentava um grave problema com alguns falsos líderes, que infiltrados nas igrejas, disseminava doutrinas anti-bíblicas. Eles não concordavam com a “sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade”. Além disso, eram orgulhosos e nada entendiam. Tinham um interesse tão distorcido e doentio que os resultados de seus ensinamentos eram “invejas, brigas, difamações, suspeita maligna e atritos constantes. Como líderes eclesiásticos, eram responsáveis pelo ensino da verdade, no entanto pregavam mentiras, corrompendo a mente dos cristão (1ª Tm 4.1-2) e ensinando-os que o evangelho era apenas uma fonte de riquezas e prosperidade material. São homens com entendimento falso. O seu ensino vai além da verdade. Contrariamente, a falsa doutrina é qual câncer (2ª Tm 2.17); e devotamento a ela é sinal de doença espiritual (1ª Tm 6.3-4).
A verdadeira doutrina evita este tipo de confusão. Mas para aqueles que se acham que estão “representando” Deus na terra, trazem um ensino vão, profano e corrupto.
[...] Segundo TESSMAN, o orgulho está sutilmente ligado à hipocrisia. Os “fariseus” de hoje se acham superiores aos outros e não querem ser humilhados, devido a sua altivez. A propósito, o vocábulo fariseus significa separados. Na época de Cristo, eles não somente se separavam dos outros povos, como também dos outros israelitas, afinal de contas, eles tinham uma imagem a zelar. Mas mesmo sustentando aquela imagem de santos e sábios não conseguiram enganar a Jesus. Ele sonda os nossos corações e conhece o nosso íntimo. Não há como se esquivar de Deus. Nenhum tipo de orgulho, hipocrisia e engano, prevalecerão em sua presença” [TESSMAN. Hipocrisia e Orgulho. http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/adoracao/fariseus_2.htm acesso dia 21/07/2009].
No Século I, muitos pregadores e mestres viajavam fazendo palestras para qualquer auditório que os quisessem ouvir. Os gregos, então, apreciavam oradores inflamados e a nova igreja de Éfeso acolhia todo o orador de passagem por ali. Muitos destes, é claro, espalhavam falsos ensinamentos. Paulo queria que Timóteo soubesse as características de um falso mestre, as quais o apóstolo alista:
a. Convencido e ufano. Interessado de falar de si mesmo. Por exemplo: O meu ensino é o melhor; porque eu sei fazer melhor, falar melhor, eu sou o melhor; eu é que sei; por que eu oro mais e sou mais santo do que todos na igreja.
b. Mania por questões e contendas de palavras. Não ensinavam doutrina bíblica, mas tinham prazer por questões que não edificavam a igreja.
c. Não deve promover divisão. A mensagem não deve trazer divisão e contenda.
d. Encarar a santidade como meio de ganhar dinheiro.
Os falsos mestres estavam levando muitos crentes a se desviarem da fé. Para que possa resistir essa ameaça, o atual obreiro do Senhor precisa: Ensinar a Palavra do Senhor dentro da verdade. Ser o exemplo de santidade diante dos outros crentes da igreja.
Antes Paulo já tinha predito que “lobos” penetrariam na igreja e afastariam os crentes da verdadeira comunhão com Deus e com os santos. Não tardou para que sua profecia se cumprisse (At 20.28-30). Estes falsos mestres tinham abandonado a Palavra de Deus e permitindo Satanás cauterizar suas consciências (1ª Tm 4.2).
“Cauterização” é uma palavra que indica a marca que se coloca num escravo: A idéia por traz da marca é a seguinte: acontecia às vezes que um escravo era cauterizado com uma marca que o identificava como pertencendo a certo dono, como o gado é marcado hoje. Estes falsos mestres tinham sobre as suas consciências a marca de Satanás; que os distinguia como escravos pertencentes a ele.
Muitos pregadores se desculpam facilmente de sua falta de preparo bíblico, falando que preferem depender da unção do Espírito Santo. Essa idéia sugere falsamente que a preparação impede a unção do Espírito na pregação duma mensagem. Realmente, Deus deseja que o pregador seja ungido não só na transmissão de sua mensagem, mas também na preparação da mesma. Se tiver o preparo e a unção tal mensagem terá poder para convencer pecadores e confrontar falsos mestres.
É verdade que o Espírito Santo nos ensinará e nos fará lembrar (Jo 14.26), porém, como Ele poderá instruir alguém que não está disposto a ser um estudioso da Palavra de Deus? E, como o Espírito Santo poderá lembrar um homem de algo que ele nunca aprendeu? (Js 1.8; Sl 1.2; 1ª Tm 4.15).
A igreja de hoje poderia se considerar abençoada se todos os falsos mestres tivessem desaparecido no fim do Século I. Infelizmente, ainda temos desse tipo de oradores que só pensam em ser elogiado e receber dinheiro. Estes mestres não somente caem na armadilha de seus próprios pecados, mas também representam uma grande ameaça para a igreja. É preciso muito cuidado para não usurpar o ministério de alguém. Infelizmente isto é o que mais acontece em nossos dias. “Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1ª Tm 1.7).
Pr. Elias Ribas
Igreja Ev. Assembléia de Deus
Blumenau – SC.
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