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Cerca de 5% do total de crianças e adolescentes do mundo sofrem de depressão, de acordo com a Academia Americana de Psiquiatria Infanto-Juvenil. Entre os sintomas que merecem atenção dos pais estão: agressividade, isolamento, falta de vontade, desatenção e pessimismo.
O mais importante é que os pais estejam atentos às modificações gerais de comportamento, explica Dirce Perissinotti, psicóloga do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho. “Dependendo do tipo de depressão, ela pode se tornar mais agitada ou mais introspectiva. O mais importante é estar atento às mudanças bruscas. Se ela era mais calma e se tornou mais agitada ou o inverso”, afirma.
De forma geral, os sintomas da depressão infantil são semelhantes aos dos adultos. “Apesar disso, as crianças não apresentam exatamente os mesmos sinais que os mais velhos por ainda não terem a personalidade totalmente desenvolvida”, aponta Genário Alves Barbosa, psiquiatra especializado em crianças e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O diagnóstico da doença na forma infantil existe apenas há 20 anos e a sociedade ainda reluta em aceitar a depressão nessa faixa etária. Muitas vezes os pais entendem que comportamentos não adequados dos pequenos são “só coisa de criança”, sem importância. Na verdade, a principal diferença entre uma criança depressiva e outra que apenas passa por um momento de crise é a intensidade, além da frequência dos indícios. “A tristeza por si só é um sentimento natural, mas associada a outros sintomas e trazendo um prejuízo no funcionamento diário da criança, pode caracterizar a depressão”, destaca a psicóloga e psicoterapeuta Miriam Cruvinel, especialista em terapia cognitiva.
Por outro lado, nem toda criança que começa ir mal na escola ou fica mais desanimada, por exemplo, está deprimida. Entre 18% e 20% das crianças e jovens do mundo apresentam sintomas depressivos, que duram um certo período e depois passam. “As pessoas confundem uma criança com sintomas com uma criança doente, depressiva. É diferente”, ressalta Barbosa.
O fator predominante para que uma criança venha a desenvolver depressão é o genético, segundo a psicóloga Dirce. “Quando maior a propensão genética, mais fácil de a criança ficar doente, principalmente quando é aliada a fatores externos”, diz. A mudança de casa, de escola, de cidade, a separação dos pais, a perda de um ente querido ou qualquer outra situação de estresse são os principais condutores no aparecimento da depressão. A psicanalista Elisandra Souza, diretora da comissão de ética do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo (Sinpesp) prefere não usar o termo “genética”. “Eu não gosto, parece que a depressão está cravada dentro da criança, sem que ela possa se livrar. Eu falo em herança familiar, que permite uma alternativa diferente daquela que ela conviveu”, explica.
O papel da escola é fundamental para ajudar os pais a identificar possíveis problemas com os pequenos. “A escola deve estar preparada para observar as crianças. Na maioria das vezes, os professores se preocupam com o conteúdo e esquecem de prestar a atenção devida às relações sociais”, afirma a psicanalista Elisandra. “Depois de diagnosticado o problema, a escola também precisa dar todo o apoio e incentivo para essa criança, uma vez que o depressivo se sente fracassado, como se fosse a pior pessoa do mundo”, completa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, como câncer e doenças cardíacas. Ao todo mais de 450 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento, segundo a organização.
Apesar de parecer que cada vez mais crianças estejam doentes, os especialistas afirmam que o diagnóstico mais detalhado e a ampliação do acesso à informação e aos serviços de saúde também ajudaram no aumento do número de casos de depressão infantil. “A depressão infantil sempre existiu, o que acontece hoje é que os especialistas estão mais preparados para diagnosticar o problema”, relata Ricardo Krause, psiquiatra do departamento de Transtornos de Humor da Infância da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Mudança de casa, de escola, de cidade, a separação dos pais, a perda de um ente querido ou qualquer outra situação de estresse são os principais motivos. [Div. Fotolia]
Já na opinião da psicóloga Miriam, hoje existe um aumento na prevalência de casos de crianças com sintomas de depressão. “Talvez devido à mudança no estilo e qualidade de vida das crianças”, diz. A estrutura familiar é muito importante para o desenvolvimento das crianças. Por isso, a presença constante dos pais na criação delas faz toda a diferença. “Hoje os pais estão muito ausentes e não colocam limites. Eles deixam isso como responsabilidade da escola e a escola devolve para a família. A criança fica nesse meio e não recebe ajuda de nenhuma das partes. Isso é perigoso”, alerta Dirce, psicóloga do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho. “As crianças precisam de orientações e hoje elas estão sendo deixadas de lado”, avalia.
Folha Universal/Pátio Gospel Notícias
Cresce o número de depressão em crianças e jovens: Saiba como identificar
Cerca de 5% do total de crianças e adolescentes do mundo sofrem de depressão, de acordo com a Academia Americana de Psiquiatria Infanto-Juvenil. Entre os sintomas que merecem atenção dos pais estão: agressividade, isolamento, falta de vontade, desatenção e pessimismo.
O mais importante é que os pais estejam atentos às modificações gerais de comportamento, explica Dirce Perissinotti, psicóloga do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho. “Dependendo do tipo de depressão, ela pode se tornar mais agitada ou mais introspectiva. O mais importante é estar atento às mudanças bruscas. Se ela era mais calma e se tornou mais agitada ou o inverso”, afirma.
De forma geral, os sintomas da depressão infantil são semelhantes aos dos adultos. “Apesar disso, as crianças não apresentam exatamente os mesmos sinais que os mais velhos por ainda não terem a personalidade totalmente desenvolvida”, aponta Genário Alves Barbosa, psiquiatra especializado em crianças e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O diagnóstico da doença na forma infantil existe apenas há 20 anos e a sociedade ainda reluta em aceitar a depressão nessa faixa etária. Muitas vezes os pais entendem que comportamentos não adequados dos pequenos são “só coisa de criança”, sem importância. Na verdade, a principal diferença entre uma criança depressiva e outra que apenas passa por um momento de crise é a intensidade, além da frequência dos indícios. “A tristeza por si só é um sentimento natural, mas associada a outros sintomas e trazendo um prejuízo no funcionamento diário da criança, pode caracterizar a depressão”, destaca a psicóloga e psicoterapeuta Miriam Cruvinel, especialista em terapia cognitiva.
Por outro lado, nem toda criança que começa ir mal na escola ou fica mais desanimada, por exemplo, está deprimida. Entre 18% e 20% das crianças e jovens do mundo apresentam sintomas depressivos, que duram um certo período e depois passam. “As pessoas confundem uma criança com sintomas com uma criança doente, depressiva. É diferente”, ressalta Barbosa.
O fator predominante para que uma criança venha a desenvolver depressão é o genético, segundo a psicóloga Dirce. “Quando maior a propensão genética, mais fácil de a criança ficar doente, principalmente quando é aliada a fatores externos”, diz. A mudança de casa, de escola, de cidade, a separação dos pais, a perda de um ente querido ou qualquer outra situação de estresse são os principais condutores no aparecimento da depressão. A psicanalista Elisandra Souza, diretora da comissão de ética do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo (Sinpesp) prefere não usar o termo “genética”. “Eu não gosto, parece que a depressão está cravada dentro da criança, sem que ela possa se livrar. Eu falo em herança familiar, que permite uma alternativa diferente daquela que ela conviveu”, explica.
O papel da escola é fundamental para ajudar os pais a identificar possíveis problemas com os pequenos. “A escola deve estar preparada para observar as crianças. Na maioria das vezes, os professores se preocupam com o conteúdo e esquecem de prestar a atenção devida às relações sociais”, afirma a psicanalista Elisandra. “Depois de diagnosticado o problema, a escola também precisa dar todo o apoio e incentivo para essa criança, uma vez que o depressivo se sente fracassado, como se fosse a pior pessoa do mundo”, completa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, como câncer e doenças cardíacas. Ao todo mais de 450 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento, segundo a organização.
Apesar de parecer que cada vez mais crianças estejam doentes, os especialistas afirmam que o diagnóstico mais detalhado e a ampliação do acesso à informação e aos serviços de saúde também ajudaram no aumento do número de casos de depressão infantil. “A depressão infantil sempre existiu, o que acontece hoje é que os especialistas estão mais preparados para diagnosticar o problema”, relata Ricardo Krause, psiquiatra do departamento de Transtornos de Humor da Infância da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Mudança de casa, de escola, de cidade, a separação dos pais, a perda de um ente querido ou qualquer outra situação de estresse são os principais motivos. [Div. Fotolia]
Já na opinião da psicóloga Miriam, hoje existe um aumento na prevalência de casos de crianças com sintomas de depressão. “Talvez devido à mudança no estilo e qualidade de vida das crianças”, diz. A estrutura familiar é muito importante para o desenvolvimento das crianças. Por isso, a presença constante dos pais na criação delas faz toda a diferença. “Hoje os pais estão muito ausentes e não colocam limites. Eles deixam isso como responsabilidade da escola e a escola devolve para a família. A criança fica nesse meio e não recebe ajuda de nenhuma das partes. Isso é perigoso”, alerta Dirce, psicóloga do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho. “As crianças precisam de orientações e hoje elas estão sendo deixadas de lado”, avalia.
Folha Universal/Pátio Gospel Notícias
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2 comentários:
uma dica: escreva menos detalhado e com topicos separados: como identificar.. como tratar em negrito essas coisas ;)
Obrigado pela dica, peço que se identifique para que possamos nos conhecer, mas tentaremos sim, melhorar para que a leitura se torne mais atraente! Abraço
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