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Crise na “mocidade assembleiana” e as propostas



Apontar os problemas sempre é uma tarefa fácil. Sobre os problemas envolvendo a “mocidade” das Assembleias de Deus, eu já escrevi um post (veja aqui). Agora, quero propor, conforme prometido, algumas sugestões de solução. Essa é a parte mais difícil. Vejamos:

a) Diálogo maior entre líderes e jovens

Os pastores precisam conversar mais com os jovens e adolescentes de suas igrejas. Não se pode “terceirizar” o trabalho para os “líderes de mocidade”. O diálogo é necessário. O companheirismo é essencial. Mais conversa, mais informalidade, mais bate-papo... Chega da “aura exortadora”, ou seja, daqueles líderes que só falam com os jovens para exortar sobre problemas ocorridos. Com mais ensino haverá menos erros.

b) Repensar seriamente os “usos e costumes”

Tradição que não é adaptável é tradicionalismo doentio. Tradições, usos e costumes são importantes, mas são REGRAS HUMANAS. É fruto de uma cultura, mas não do Evangelho. O Evangelho produz princípios e valores. Os homens produzem preceitos e regras. Os princípios e valores do Evangelho são absolutos, perfeitos, universais e imutáveis, já os preceitos humanos são relativos, falhos, locais e mutáveis. Muitos costumes assembleianos não fazem nenhum sentido, sendo fruto de um legalismo que há muito vem perturbando a denominação.

É bom lembrar que os “usos e costumes” não são homogêneos nas Assembleias de Deus. A congregação é mais “conservadora” ou “liberal” conforme orientação da liderança. Há certa liberdade de implantar ideias na Assembleia de Deus. A falta de homogeneidade e uniformidade institucional não é um mal em si, mas é necessário usar esse “dom” para boas ideias e ideias eclesiáticas boas são aquelas bíblicas. Se o líder local quiser ele implantará mudanças positivas em costumes descontextualizados que alimentam o falso moralismo e o legalismo.

Tais mudanças também passam pelas práticas litúrgicas. A celebração do culto não precisa ter um script inflexível sob o falso argumento da dependência do Espírito Santo. Uma igreja inteligente mescla tradição com inovação, orquestra com banda, música clássica com música contemporânea, pregação expositiva com recursos didáticos, silêncios e palmas, oração e celebração etc.

c) Menos formalismo

Igreja não é exército. Igreja é o vento do Espírito e não o uniforme do general. Nas relações pessoais ou na liturgia o formalismo deve ceder espaço.

d) Estudos bíblicos e orientação

Estudos bíblicos, alto investimento na Escola Dominical, reuniões de louvor e oração. Não há saída melhor. Igreja deve ser uma comunidade comprometida com o estudo bíblico. O estudo também deve ser contextualizado. Como exemplo: o líder que queira falar sobre tecnologia deve se informar muito bem antes que suas informações não passem como ultrapassada. Quando falar dos perigos da internet, por exemplo, que também fale de suas potencialidades. Ensinar jovens não é serviço para amadores.

Não apontei nenhuma solução extraordinária, aliás, elas são até muito óbvias, mas é justamente na simplicidade que nos perdemos. Cabe o nosso esforço na mudança contante.

Gutierres Siqueira

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