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Como blogueiro cujos textos giram em torno dos problemas da Igreja Evangélica brasileira devo evitar uma tentação constante: achar que sou fiscal de igreja. O exercício da apologética no cristianismo é a defesa da fé cristã. A defesa não é uma afronta, ou seja, a apologética não é o "ataque efetuado pela fé cristã". Quando a igreja achou que deveria partir para a "caça às bruxas" fez uma inquisição.
A defesa da fé cristã é uma reação e não uma ação. A diferença entre esses tipos de apologética estão em um limite muito estreito, então todo o cuidado é pouco para não deixar de defender a igreja dos "lobos e falsos profetas" e também não virar uma espécie instituição policial.
Por que não podemos ser uma instituição inquisidora? Vejamos as palavras de Jesus:
Jesus lhes contou outra parábola, dizendo: "O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo. Mas enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e se foi. Quando o trigo brotou e formou espigas, o joio também apareceu. "Os servos do dono do campo dirigiram-se a ele e disseram: ‘O senhor não semeou boa semente em seu campo? Então, de onde veio o joio? ’ " ‘Um inimigo fez isso’, respondeu ele. "Os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que vamos tirá-lo? ’ "Ele respondeu: ‘Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro’ ". [Mateus 13. 24-30 NVI]
A parábola do joio e do trigo não ensina que devamos separar o joio (representação do falso) do trigo (representação do verdadeiro). Jesus conta que o dono da plantação adverte que esse processo não deve ser feito, pois os plantadores corriam o risco de arrancar o trigo junto com o joio. A separação completa dos grãos seria somente na colheita, ou seja, "assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim desta era. O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai. Aquele que tem ouvidos, ouça" (Mateus 13.40-43).
O teólogo inglês Matthew Henry (1662- 1714) fez o seguinte comentário sobre a separação do joio e do trigo:
Não é possível a nenhum homem distinguir infalivelmente entre joio e trigo, pois ele pode se confundir; e assim aqui está a sabedoria e graça de Cristo. Ele permitirá que o joio cresça, para que não coloque, de maneira alguma, o trigo em perigo. Certamente os ofensores escandalosos devem ser censurados, e devemos nos separar deles; aqueles que são, abertamente, filhos do maligno, não devem ter o acesso permitido às ordenanças especiais. Mas ainda assim é possível haver uma disciplina que seja tão equivocada em suas regras, ou tão condescendente em sua aplicação, a ponto de ser perturbadora para muitos que são, verdadeiramente, servos de Deus e conscienciosos. Grande cautela e moderação devem ser usadas pela igreja ao infligir e manter censuras, para que o trigo não seja pisado, nem arrancado. A sabedoria do alto é tão pura quanto pacífica, e aqueles que se opõe não devem ser desligados, mas instruídos, e isto deve ser feito com mansidão (2 Tm 2.25) Alguns entendem que se o joio continuar sob os meios da graça, ele pode se tornar um bom grão; portanto, tenha paciência com ele. [1]
Com Henry destaca, nós devemos tomar cuidado com o rigor da disciplina ao ponto de não matar. A igreja é lugar de resgata e vida. O remédio foi desenvolvido para curar doenças, mas quando a dose é muita alta, o remédio vira um verdadeiro e poderoso veneno. A nossa apologética deve ser o resgate da doutrina e do enganado, mas não uma violenta caça aos hereges. A igreja cristã não deve ser agente perseguidor. Nunca, jamais podemos agir como zelo ausente de misericórdia. Logo porque a igreja nunca será perfeita e sem a mistura de algum joio, como lembra R. T. France comentando a parábola: "Essa parábola (joio e trigo) nos adverte de que o teste supremo não será nas atuais aparências, mas no juízo final. Até lá, os discípulos devem ser pacientes e não esperar ser capazes de colocar todos em seus devidos lugares. A igreja na terra sempre será uma comunidade mista". [2]
Portanto, que não venhamos a pecar pelo excesso!
Gutierres Siqueira
Referências Bibliográficas:
[1] HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Mattew Henry: Novo Testamento de Mateus a João. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p. 169-170
[2] CARSON, Donald (ed). Comentário Bíblico Vida Nova. 1 ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2009. p 1385.
Eu não sou fiscal de igreja!
Como blogueiro cujos textos giram em torno dos problemas da Igreja Evangélica brasileira devo evitar uma tentação constante: achar que sou fiscal de igreja. O exercício da apologética no cristianismo é a defesa da fé cristã. A defesa não é uma afronta, ou seja, a apologética não é o "ataque efetuado pela fé cristã". Quando a igreja achou que deveria partir para a "caça às bruxas" fez uma inquisição.
A defesa da fé cristã é uma reação e não uma ação. A diferença entre esses tipos de apologética estão em um limite muito estreito, então todo o cuidado é pouco para não deixar de defender a igreja dos "lobos e falsos profetas" e também não virar uma espécie instituição policial.
Por que não podemos ser uma instituição inquisidora? Vejamos as palavras de Jesus:
Jesus lhes contou outra parábola, dizendo: "O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo. Mas enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e se foi. Quando o trigo brotou e formou espigas, o joio também apareceu. "Os servos do dono do campo dirigiram-se a ele e disseram: ‘O senhor não semeou boa semente em seu campo? Então, de onde veio o joio? ’ " ‘Um inimigo fez isso’, respondeu ele. "Os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que vamos tirá-lo? ’ "Ele respondeu: ‘Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro’ ". [Mateus 13. 24-30 NVI]
A parábola do joio e do trigo não ensina que devamos separar o joio (representação do falso) do trigo (representação do verdadeiro). Jesus conta que o dono da plantação adverte que esse processo não deve ser feito, pois os plantadores corriam o risco de arrancar o trigo junto com o joio. A separação completa dos grãos seria somente na colheita, ou seja, "assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim desta era. O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai. Aquele que tem ouvidos, ouça" (Mateus 13.40-43).
O teólogo inglês Matthew Henry (1662- 1714) fez o seguinte comentário sobre a separação do joio e do trigo:
Não é possível a nenhum homem distinguir infalivelmente entre joio e trigo, pois ele pode se confundir; e assim aqui está a sabedoria e graça de Cristo. Ele permitirá que o joio cresça, para que não coloque, de maneira alguma, o trigo em perigo. Certamente os ofensores escandalosos devem ser censurados, e devemos nos separar deles; aqueles que são, abertamente, filhos do maligno, não devem ter o acesso permitido às ordenanças especiais. Mas ainda assim é possível haver uma disciplina que seja tão equivocada em suas regras, ou tão condescendente em sua aplicação, a ponto de ser perturbadora para muitos que são, verdadeiramente, servos de Deus e conscienciosos. Grande cautela e moderação devem ser usadas pela igreja ao infligir e manter censuras, para que o trigo não seja pisado, nem arrancado. A sabedoria do alto é tão pura quanto pacífica, e aqueles que se opõe não devem ser desligados, mas instruídos, e isto deve ser feito com mansidão (2 Tm 2.25) Alguns entendem que se o joio continuar sob os meios da graça, ele pode se tornar um bom grão; portanto, tenha paciência com ele. [1]
Com Henry destaca, nós devemos tomar cuidado com o rigor da disciplina ao ponto de não matar. A igreja é lugar de resgata e vida. O remédio foi desenvolvido para curar doenças, mas quando a dose é muita alta, o remédio vira um verdadeiro e poderoso veneno. A nossa apologética deve ser o resgate da doutrina e do enganado, mas não uma violenta caça aos hereges. A igreja cristã não deve ser agente perseguidor. Nunca, jamais podemos agir como zelo ausente de misericórdia. Logo porque a igreja nunca será perfeita e sem a mistura de algum joio, como lembra R. T. France comentando a parábola: "Essa parábola (joio e trigo) nos adverte de que o teste supremo não será nas atuais aparências, mas no juízo final. Até lá, os discípulos devem ser pacientes e não esperar ser capazes de colocar todos em seus devidos lugares. A igreja na terra sempre será uma comunidade mista". [2]
Portanto, que não venhamos a pecar pelo excesso!
Gutierres Siqueira
Referências Bibliográficas:
[1] HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Mattew Henry: Novo Testamento de Mateus a João. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p. 169-170
[2] CARSON, Donald (ed). Comentário Bíblico Vida Nova. 1 ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2009. p 1385.
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2 comentários:
Amados, quem pode entender o JUÍZO? E O JUÍZO DE JULGAMENTO QUEM CONTROLA? EU JULGO E APROVO E REPROVO. JUÍZO DE CONSCIÊNCIA, isso é psicologia de enganar boi e faze-lo dormir. Agora ser um Juiz honesto, e conhecer que as provas são reais e verdadeiras, agrada a Deus. Esses temas que falam da vocação para ser juiz, parece partida de futebol, quem está certo? E finalmente não comparar os Juízes da bíblia com fatos reais e atuais. Existe sim iniquidades, vingança e complexos no exercicio e poder de ser um JUIZ. AHLLELUJAH.
Uma coisa é julgar com consciência, o que devemos vamos sim, pois temos que peneirar para seguir o que é certo e bíblico, agora outra coisa é viver somente para achar falhas e criticar. Tem pessoas que nem cultuam mais a Deus para viver em função de achar falhas na igreja e nas pessoas e as criticar. Isto é ser fiscal de igreja!
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Se não entende ainda sobre o que a bíblia diz sobre julgar, por favor leia os artigos abaixo!
Julgar ou não julgar?
É Pecado Julgar?
É correto julgar, expor o erro e citar nomes?
É sempre uma falta de amor criticar e julgar?
Muito obrigado!