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Voltemos Aos Antigos Marcos!

“Não removas os antigos limites que teus pais fizeram” (Pv. 22.28)

Sou pastor e cristão. Cristão por estar convencido de meus pecados e da necessidade de um Salvador e pastor por vocação e chamada. E preocupa-me sobremaneira os rumos em que caminham o evangelicalismo brasileiro moderno. Não é de admirar que o fogo do Céu já não desça em nossos púlpitos e nem a unção se derrame pelos nossos sermões, porque decidimos a ser politiqueiros e não ministros de Deus.

Fico assustado com o que tenho visto, lido e ouvido, na internet, na televisão, nas conversas com pastores amigos, no que diz respeito a forma anticristã como vem se comportando determinadas lideranças e cristãos evangélicos em nossos dias.

Sinto saudades dos tempos em que íamos as nossas convenções e saímos delas dizendo “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28) porque não tínhamos métodos eleitoreiros e meios inescrupulosos para atingir os hediondos objetivos que estão marcando a presente geração de líderes.

O desejo pelo poder de maneira exacerbada de alguns líderes chega a ser no mínimo ridícula, pois sem falta de ética alguma estão a se digladiar como se fossem gladiadores em plena arena dos tempos romanos. Estamos brindados nos tempos modernos com líderes de capacidade intelectual considerável, mas como lhes falta a unção, a seriedade, a ética e a moral dos tempos antigos. Nossos líderes do passado não tinham as cátedras invertebradas da teologia moderna, mas possuíam uma devoção inigualável, um amor sem precedentes, um fervor contagiante, uma santidade que distanciava-se do mundo e aproximava-se de Deus sem nenhuma espécie de farisaísmo dos tempos modernos como o que temos visto.

Precisamos voltar aos marcos antigos. Precisamos nos lembrar das palavras do sábio Salomão em Provérbios 22.28 que diz: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais”. Remover do hebraico nacag, denota a ideia de afastar, deslocar. Temo que seja exatamente esta a postura que estamos vivenciando nesses dias: um deslocamento dos princípios sérios e honestos que sempre conduziram a nossa conduta ao longo dos anos. Os marcos antigos constituem-se de todos os mandamentos, estatutos, juízos e ordenanças dados por Deus para o povo israelita.

Os marcos foram estabelecidos não só para que Deus fosse glorificado pelo cumprimento deles, mas para benefício do próprio homem, pois obedecendo as leis, teria para si garantidas as bênçãos do Senhor, além de praticar a justiça para com o próximo, sendo dela, também beneficiado. Deveriam ser ensinados às crianças, pois a disciplina da Palavra de Deus liberta a alma do inferno. A quebra de marcos gera injustiças por parte de quem não os obedece e punição direta de Deus, porque vê a injustiça produzir impiedade e desamor pelo outro. Sendo, a iniquidade, o resultado prático da quebra de marcos, também é uma abominação para Deus, as leis injustas, pois são preceitos humanos fundamentados fora da Palavra de Deus. Embora o descumprimento dessas leis – ainda que injustas – seja passível de punição humana, diante de Deus, essas urge voltarmos a simplicidade de nossa devoção, a seriedade de nossos atos, a fidelidade de nosso compromisso, a dependência única e exclusiva do Espírito Santo, sem nos preocuparmos com quem estará comandando a nossa denominação, pois se o Espírito Santo é quem escolhe como cremos, como poderá Ele errar?

Hoje em um tempo em que a aparência vale mais que o conteúdo, a embalagem vale mais que a essência, a emoção vale mais que a devoção sincera, o farisaísmo vale mais que a santidade, o discurso vale mais que a prática, o ter vale mais que o ser; precisamos que os ministros de Deus sejam fiéis (I Co 4.2).
Que nossas mãos se levantem sem ira e sem contenda. Que nossos corações quebrantados reconheçam que o dono da Igreja é Jesus, que a comprou com seu próprio Sangue, e que como pastores, somos apenas mordomos, cuja mordomia, muito em breve a Ele prestaremos conta.

Voltemos aos marcos antigos! Voltemos à simplicidade de nossas pregações. Voltemos à sinceridade de nossas devoções. Deixemos de lado a extravagância de uma adoração superficial e voltemos a adorar em espírito e em verdade (Jo 4.24). Voltemos a nos amar como irmãos em Cristo e companheiros de batalha na nobre causa do evangelho de Jesus Cristo. Voltemos à prática da oração e do jejum como meios de sobrevivência espiritual e ministerial. Voltemos a depender única e exclusivamente do Espírito Santo que sempre norteou os destinos de nossa igreja e que jamais precisou utilizar-se dos estranhos métodos politiqueiros que tem se tornado tão corriqueiro em nosso meio. Voltemos a amar a Deus acima de todas as coisas e a nele confiarmos. Tenhamos gosto pela meditação constante na Bíblia, pedindo para que Deus nos capacite a viver todas as coisas conforme nos mandou. Louvemos incessantemente ao Senhor que, por infinita misericórdia nos tem preservado para ter um povo fiel para reinar com ele na glória.

Que o Senhor nos cubra da sua misericórdia!

Pastor Sérgio Pereira
Direto do G+

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