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Uma Carta sobre divórcio

Pois Herodes havia prendido e amarrado João, colocando-o na prisão por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto João lhe dizia: "Não te é permitido viver com ela". Herodes queria matá-lo, mas tinha medo do povo, porque este o considerava profeta.  Mateus 14:3-5

Fazendo um paralelo da questão do casamento tanto no Antigo Testamento e Novo Testamento com os tempos de hoje, vemos que ainda o matrimônio está longe de atingir o propósito original de Deus. João Batista havia liberado sua sentença quando condenou o relacionamento de Herodes Antipas com Herodias, mulher de seu irmão. O texto de Mateus 14:4 diz que Herodes queria matar João porque este havia declarado o adultério (“Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la”) e só não havia feito no ato em que prendeu João porque tinha medo do povo, já que João era considerado profeta.

Porém em Mateus 14:6-11 narra-se o episódio do aniversário de Herodes, onde a filha de Herodias dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes que ele prometeu sob juramento dar-lhe o que ela pedisse. Influenciada por sua mãe, ela disse: "Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista". Assim veio o fim da vida terrena de João Batista.

Em Mateus 19 os fariseus tentaram apanhar Jesus na mesma armadilha que havia caído João, na verdade eles não estavam preocupados com as questões de casamento e divórcio, mas sim queriam novamente colocar Jesus à prova: "É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo? (Mateus 19:3).

Na época duas escolas de pensamentos apresentavam diferentes opiniões sobre divórcio: os seguidores do rabi Hillel interpretavam que Dt 24 diz que um homem pode divorciar-se de sua esposa por qualquer motivo, e os seguidores do rabi Shammai acreditavam que o casamento só pode ser desfeito por causa do adultério.

A resposta de Jesus deu mais ênfase ao casamento do que ao divórcio, pois ele foi além dos rabis e até da Lei, lembrando as pessoas da lei original de casamento instituída no Éden.

A Bíblia apresenta, pelo menos, quatro objetivos para o casamento: (1) para continuação da raça (Gn 1:28); (2) para companhia e alegria (Gn 2:18); (3) para evitar a fornicação (1Co 7:1-6); e (4) para mostrar o relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (Ef 5:22-29).

 A vontade original de Deus, antes da Lei, era de que não houvesse separação. Mas suponhamos que alguém queira usar Moisés para justificar sua decisão, bem, então entrará debaixo da Lei, correto? Vamos ver o texto de Romanos 7:1-3: “Meus irmãos, falo a vocês como a pessoas que conhecem a lei. Acaso vocês não sabem que a lei tem autoridade sobre alguém apenas enquanto ele vive? Por exemplo, pela lei a mulher casada está ligada a seu marido enquanto ele estiver vivo; mas, se o marido morrer, ela estará livre da lei do casamento.

Por isso, se ela se casar com outro homem enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não será adúltera.”

Os laços do casamento são até mais fortes que os familiares, pois o homem deve deixar o pai e a mãe para unir-se a sua mulher. É uma união sagrada, pois Jesus disse que o Senhor uniu homem e mulher.
Perguntaram eles: "Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora? " Mateus 19:7

O texto de Deuteronômio 24 não viabiliza o divórcio como muitos pensam, apenas reconhece o mesmo como prática em Israel.

Deus diz em Êxodo 20:4 “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” e o que o povo fez quando Moisés demorou em descer do monte? Uma imagem de escultura, um bezerro de ouro a quem chamaram de deus!
Então este era o povo de Deus, o coração endurecia por causa do pecado e acabou sendo assim com a questão do divórcio também. Jesus afirmou esta questão em Mateus 19:8.

Em Deuteronômio 24 Moisés deu uma lei, e o que ela estabelece, mas Moisés NÃO ordenou o divórcio. Ele instituiu algumas normas para ajudar as vítimas de adultério e a proteger a mulher que naquela cultura ficava totalmente vulnerável se vivesse sozinha. Com a lei de Moisés um homem não poderia mais simplesmente expulsar a mulher de casa, mas deveria escrever uma carta formal de dispensa, tornando mais difícil que o homem resolvesse se divorciar no calor da raiva.

A restrição de que uma vez divorciados e tendo a mulher casado com outro homem jamais poderiam reatar (mesmo que o segundo marido dela morresse) tem como finalidade evitar a separação.
Ao invés de procurar razões para se separar, marido e mulher devem procurar uma maneira de permanecerem juntos!

Jesus foi muito sábio, como sempre, em suas respostas. Infelizmente o homem orgulhoso prefere seguir seu coração a ouvir a Palavra de Deus

"Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram".   Mateus 7:13-14

Paola Budal

Referências: Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal, Comentário Bíblico Wiersbe

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