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O evangelho Anátema


A epístola aos Gálatas foi escrita para salvar o cristianismo do legalismo judaico. Seu assunto continua atual, pois em qualquer época há sempre o risco de alguém, ou um segmento da igreja se inclinar para o legalismo religiosos.

I.          O CONCILIO DE JERUSALÉM - A luz de Atos 14.27

A igreja primitiva do primeiro século enfrentou problemas com os fariseus. Alguns cristãos de tradição judaica insistiam que todos os cristãos obedecessem a lei judaica. Os gentios deveriam ser todos circuncidados. As igrejas orientadas por Paulo e Barnabé, porém, ensinavam que o caminho da salvação era um só para todos os homens. Eles salientavam que a fé em Jesus Cristo, e não a lei judaica era o caminho para a vida eterna. Como consequência disso, houve dissensão na igreja.

No ano 49 d.C os apóstolos reuniram-se em Jerusalém para resolver um problema doutrinário, a saber: a salvação ocorre pela fé, não por obras ou pela observância da lei.

Os apóstolos tiveram muita preocupação de não permitir que as heresias, os falsos ensinos, penetrassem na Igreja. O primeiro ataque doutrinário lançado contra a igreja foi o legalismo. Alguns judeus convertidos ao cristianismo estavam instigando os novos convertidos á prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão.

Em Antioquia havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das Escrituras (At 13.1). Esses crentes perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judéia e estavam ensinando certas heresias.

Os ensinamentos daquelas pessoas eram uma ameaça á Igreja. Então foi necessário constituir-se um Concílio para apreciar tais questões e tomar uma posição diante delas.

“Então, alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés” (Atos 15.1, 5, 19).

Os judeus nunca se julgaram capazes de julgar a lei perfeitamente, mas queriam colocar um jugo sobre os discípulos, um jugo segundo Pedro que nem seus pais puderam levar, anulando a graça de Cristo.

“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos- um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também” (At 15.10-11).

Os fariseus convertidos ao cristianismo estavam perturbando os apóstolos e os gentios novos convertidos:

“Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento” (At 15.19, 24).

Devemos saber que:
Que nenhum rito em si tem valor espiritual; o valor está no seu significado.
Que é muito frequente as pessoas entusiasmarem-se por rito (prática religiosa) e serem exigentes para esse rito seja observado do mesmo modo que eles mesmos o praticam.
Que procurem estudar a Bíblia para obter base escriturística para combater os ritos legados do passado.

Que o amor de Deus reine em nossos corações, para que as divergências internas desapareçam.

II.     O PARECER DE TIAGO NESTE CONCÍLIO FOI O SEGUINTE

“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardar” (At 15.28-29).

Mesmo que alguns desses movimentos tenham surgido com objetivos nobres, buscando a restauração espiritual da Igreja, quase sempre finda por trilhar o caminho dos desvios doutrinários. Neste ponto, cabe uma rápida apreciação de um dos textos clássicos no Novo Testamento relativo ás fontes e aos perigos dos desvios da fé, explicitado pelo apóstolo Pedro (2ª Pe 2.1-3).

Os fariseus da era apostólica estavam acrescentando algo mais no evangelho de Cristo, mas neste concílio o Espírito Santo estava presente e orientava os apóstolos para que eles pudessem entender o verdadeiro sentido da graça de Cristo e não impor nem um encargo (leis) além do que já haviam aprendido com Cristo.

A independência da igreja é respeitada. As conclusões do concílio apostólico são escritas e enviadas como mandamentos de uma hierarquia, mas como conselhos importantes. O selo do Espírito Santo adiciona peso e harmonizaria possíveis divergências.

Encontramos neste contexto a narrativa que demonstra a importância para aqueles que têm o ministério do ensino ficar atentos a certos ensinos que contrariam a fé cristã. São muitas as fontes que ameaçam a Igreja.

Em muitas epístolas do apostolo Paulo, expressa abertamente o terrível combate contra o ferrenho farisaísmo, que ainda hoje, continua sendo, talvez, o maior problema das igrejas cristãs.

Os judaizantes tentavam arrastar os novos crentes para as práticas cerimoniais judaicas como prerrogativa para uma vida justa. Se pudéssemos ser salvos e levados a uma relação correta e legitima com Deus através do cumprimento de determinadas normas e regras, por melhor que sejam então Jesus nem precisaria ter morrido por nós.

Qualquer pessoa ou religião que ignora ou nega o sacrifício de Jesus como elemento único e suficiente para a salvação não pode ser considerado cristã.

III. A ORIGEM DOS GÁLATAS

O nome Galácia deriva dos gouleses, povo que invadiu a Àsia Menor no século III a.C., também chamado de povo celta pelos escritores clássicos da antiguidade. O termo Galácia foi aplicado a esse povo por volta do sec. III a.C., foi adotado pelos gregos e romanos.

A Galácia era uma província localizada na Ásia Menor, local por onde Paulo andou para pregar o Evangelho, além da epístola, a província é citada apenas 5 vezes no NT: At 16.6, At 18.23, 1ª Co 16.1, 2ª Tm 4.10 e 1ª Pe 1.1. Provavelmente, Paulo escreveu esta epístola em Corinto entre 55 e 60 d.C.

A Epístola aos Gálatas (= Gl) é uma preciosa fonte de informação sobre os primeiros passos do evangelho na Galácia. Graças a ela, sabemos da atividade desenvolvida por Paulo em uma região que cobria grande parte da zona central da Ásia Menor e que, desde o séc. I a.C., estava anexada ao Império Romano com a categoria de “província”.

Fora da epístola, a Galácia é mencionada apenas cinco vezes no Novo Testamento (At 16.6; 18.23; 1Co 16.1; 2Tm 4.10; 1Pe 1.1). No entanto, apesar dessa escassez de notícias, é evidente a importância que teve para a história da igreja. Sabemos, pelo testemunho pessoal de Paulo, que ele ali anunciou Jesus Cristo (4.13), e não há dúvida de que também fundou um certo número de pequenas comunidades cristãs dispersas por toda a província.

Para essas igrejas redigiu a epístola. Mas não para uma comunidade em particular e determinada, mas para as da Galácia em geral (1.2), formadas por crentes que, na sua maioria ou, possivelmente, na sua totalidade, procediam do paganismo (4.8).

IV. O PROPÓSITO

 Os crentes da Galácia, em princípio, mostraram uma grande satisfação por causa do evangelho; e, durante um tempo, haviam vivido a sua fé cristã com a mesma alegria e confiança com que também haviam recebido a presença do apóstolo (4.13-15). Mas, não muito depois, aquela primeira alegria e fervor parecia ter se esfriado (5.7), o que coincidiu com o surgimento de sérios problemas doutrinários entre eles. Por isso, Paulo se sentiu movido a escrever esta carta, na qual, por um lado, reprova a frágil fé dos gálatas e, por outro, denuncia as atividades de certos “falsos irmãos" que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus” (2.4).

Aqueles a quem Paulo chama de “falsos irmãos” tentavam convencer os gálatas de que o evangelho de Jesus Cristo, para ser perfeito, teria de ser submetido à lei de Moisés e manter em vigor determinadas práticas próprias do Judaísmo, principalmente a circuncisão (3.11-14; 5.1-6; 6.12-13). Eram, pois, judaizantes, os quais, pretendendo perpetuar a vigência de normas que em Cristo se tornaram superadas, impulsionavam os crentes para que se afastassem da “verdade do evangelho” (2.5), que é fundamento da “liberdade” concedida por Cristo (5.1). Esses judaizantes pretendiam trazer, principalmente, a circuncisão (3.11-14, 5.16).

Em seguida, Paulo advertiu a respeito do sério perigo que as congregações cristãs visitadas pelos judaizantes corriam. Compreendeu que se tratava de um perigo real, que afetava questões básicas para a fé e a vida da igreja e que vinha perturbar o sentido do único evangelho (1.7-9) da salvação por meio de Cristo.

V. ESTRUTURA DA EPÍSTOLA

 A Epístola aos Gálatas está tematicamente relacionada com a de Romanos (ver a Introdução dessa última). Começa com uma apresentação do assunto de que irá tratar (1.1-10) e, ao contrário do costume de Paulo, não contém ação de graças nem expressão alguma que dê testemunho de um sentimento de alegre afeto. Consta simplesmente de um rápido início e algumas palavras de bênção e doxologia seguidas pelo enunciado principal da carta: Não há mais nenhum evangelho além do de Jesus Cristo.

A Epístola é dividida em 3 seções:
1. Paulo defende a autenticidade da mensagem que ele pregou aos gálatas (1.11-2:21).
2. Paulo fala aos que haviam sido levados a praticar o judaísmo na igreja, menosprezando assim a graça de Deus.
3. Nesta seção, Paulo exorta os crentes a fazerem um bom uso da liberdade que o Evangelho dá.

Na primeira (1.11—2.21), Paulo defende a autenticidade da mensagem do evangelho que havia pregado nas igrejas da Galácia (1.11-12). Desse modo, reivindica a legitimidade do seu trabalho de apóstolo chamado e enviado por Deus para anunciar Jesus Cristo entre os gentios (1.15-16). Refere-se também a alguns aspectos da sua vida e conduta: o seu anterior fanatismo judaico, que o levou a perseguir “sobremaneira (...) a Igreja de Deus” (1.13); o reconhecimento do seu ministério por parte dos apóstolos de Jerusalém (2.1-9) e a sua oposição a Pedro na Antioquia da Síria (2.11-14). Finalmente, põe em destaque o valor da fé, pela qual Deus justifica o pecador (2.15-21).


A segunda seção (3.1—5.12) começa com uma admoestação aos que haviam sido enganados com o cumprimento externo da lei e menosprezavam assim a graça de Deus (3.1-5). Em seguida, faz uma consideração sobre a fé do Patriarca Abraão (3.6), de como Deus fez com que as bênçãos e as promessas que havia feito a ele alcançassem os gentios (3.14,28-29) e qual é a vigência atual da lei mosaica (3.19-24; 4.1-7). O restante da seção (4.8—5.12) é um convite a permanecer “firmes” na liberdade que Cristo nos concedeu (5.1).


A terceira parte da epístola (5.13—6.10) consiste em uma exortação a fazer bom uso dessa mesma liberdade, a qual deve configurar a vida do cristão conforme a norma do amor: sendo “servos uns dos outros, pelo amor” (5.13) e levar “as cargas uns dos outros” (6.2). Esta é a “lei de Cristo” (6.2) e o caminho pelo qual o Espírito de Deus conduz a igreja (5.16-18,25). Nessa seção está incluído o catálogo de vícios e virtudes, melhor conhecido como “as obras da carne e o fruto do Espírito”.

A conclusão da epístola inclui algumas observações com o caráter de resumo (6.12-17), uma anotação de Paulo escrita do seu “próprio punho” e letra (6.11) e uma breve bênção final (6.18).

VI. GÁLATAS CAPÍTULO PRIMEIRO

1. O apostolado de Paulo.
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gl 1.1).

 Paulo começa a sua epístola com as saudações de costume (ver Rm 1.1-7 e a Introdução às Epístolas). b 1.1 Apresenta-se como apóstolo (= enviado), como em todas as sua outras epístolas, deixando claro que foi nomeado como tal por Jesus Cristo e por Deus Pai (cf. At 9.3-6; 26.15-18). Portanto, a mensagem que anuncia não é invenção humana. Cf. também Gl 1.11-12.

Este é o prefácio da defesa de seu ministério que será defendido nos capítulos 1 e 2. Havia um questionamento sobre o seu ministério ser menor que o do apóstolo Pedro. Os 12 apóstolos tiveram contato direto com Cristo, Paulo não. Porém, o Cristo que se encontrou com Paulo já estava ressurreto. Quando esteve com os discípulos, Jesus era homem e Deus, com Paulo, era somente Deus!

2. A defesa de Paulo
 Paulo alega que seu ministério “não tem parte com homens” e “nem por intermédio de homens”. Com isso, ele se defende de uma acusação (1.10). É necessário que Paulo utilize da autoridade do nome de Cristo e de Deus Pai, que são formulações de fé, para combater seus os inimigos do evangelho.

É comum: “apóstolo de Jesus Cristo” ou “apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus” (1ª Co 1.1), ou “como servo de Jesus Cristo” (Fl 1.1). Sua fé está totalmente baseada no sacrifício de Jesus Cristo (1.34-), chamando a todos que entender os benefícios desse sacrifício a dar-LHE “Glória pelos séculos dos séculos”.

3. O espanto de Paulo.
  "Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.  Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (vvs. 6-9).

Deus “chamou” os gálatas, por meio do Evangelho de Cristo para o novo estado salvício (1.6s; 5.8), para o estado da “graça de Cristo” ou de “Deus” (1.6; 2.21; 5.4). Este estado fundamenta-se unicamente na “cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (6.14). Agora, contudo, existe o perigo de que os gálatas já tivessem caído dessa graça (1.6; 5.4), pelo fato de serem seduzidos pelos judaizantes (1.7; 3.1; 5.10), terem eliminado o escândalo da cruz (5.11), crendo que o evangelho ensinado por Paulo, precisasse de um complemento (5.3; 6.12).

Paulo advertiu os gálatas que o evangelho que os pregadores estavam ensinando era “outro” (gr. allos) “um outro tipo, diferente”, o verdadeiro evangelho, que vem de Deus, segundo Cristo, e não casado com a Lei.

Este evangelho diferente consistia não somente em crer em Cristo, mas também ligar-se à fé judaica mediante a circuncisão (5.2), as obras da lei (3.5) e a guarda dos dias judaicos (4.10).

4. O evangelho Anátema.
Paulo, então, faz duas declarações:
Ainda que um anjo venha do céu e diga algo além do que ele pregou, seja anátema (maldito).
Se alguém fizer semelhante ao anjo, também seja anátema. Ou seja, ser humano ou celeste não tem supremacia sobre o que Cristo ensinou e Paulo que retransmitiu na íntegra.

A palavra “anátema” (gr. anathema) significa alguém que está sob maldição divina, condenado à destruição e que será alvo da ira divina e da condenação eterna. Aqueles que corrompem o evangelho, Paulo chama-os de “Anátema”, ou “maldito”. O fato de o apóstolo amaldiçoar duas vezes esses hereges mostra a seriedade do assunto. Estavam propagando outro evangelho, privando os cristãos da liberdade com que Jesus nos libertou, transferindo para o homem a honra e a glória que pertence exclusivamente a Deus, oferecendo a salvação por meio de recursos humanos. Eis porque Paulo foi tão contundente com esses hereges.

O Filho (no meu entender) que leva o nome do Pai que salva: yahveh no filho: "yahvehshua" fez uma única vez e por todos eu digo todos nascidos em nascer e os que se foram..., ele fez um sacrifício perfeito! e muitos pela sua fé em obras e coisas materiais e homens etc. Estão desfazendo o que o Eterno fez no Filho a salvação!!!!! A única coisa de que precisamos é: sermos merecedores dessa vitória já conquistada por Cristo! E não em dias, homens que são idolatrados, coisas materiais e etc.... tudo o que está aí vai desaparecer.... a única coisa que é eterna é a nossa nefesh (alma) e o nosso rûah (espírito) e isso levamos conosco: A nossa bondade ou ruindade em ações e pensamentos do "coração"! por isso mesmo não devemos mudar a salvação que já nos foi dada....!!!! Devemos sim sermos mais do que merecedores dessa salvação! Pois a fé é misturada a coisas materiais desse mundo e isso está muito errado......!!!

Malditos (“anátema”) são todos que pregam um evangelho contrário à mensagem que Paulo pregava de acordo com a revelação que Cristo lhe dera (vv. 11-12). Quem acrescenta ou tira algo do evangelho original e fundamental de Cristo e dos apóstolos, ficam sujeitos à maldição divina: “Deus tirará a sua parte do livro da vida” (Ap 22.18-19).

Paulo apresenta o motivo de sua carta: havia um grupo de irmãos que estava perturbando (1.7) o pleno entendimento do Evangelho de Cristo. Esses “falsos irmãos” eram considerados judaizantes porque defendiam que o Evangelho, para ser perfeito deveria praticado juntamente com a Lei de Moisés, ou seja, retornar ao LEGALISMO, e assim pregavam outro evangelho (1.6). Paulo tem uma clara constatação: Os gálatas ainda estavam agindo como bebês na fé, tal qual um neófito, inconstantes na fé que receberam.

O Evangelho que Paulo apresenta aos Gálatas (1.9), é o tema central apresentado na forma concreta do evangelho ensinado por Cristo Jesus.

Em 1.11-12, ele volta com o assunto dos versículos 1.8-9: O apóstolo deixa claro que ele não é um anátema. Faz-nos lembrar que seu encontro com Cristo no caminho de Damasco, At 9.2-3, foi o início de um grande período de aprendizado. Ele relembra que, como JUDEU, foi um praticante improdutivo e perseguidor da igreja (1.13).

5. O evangelho que Paulo recebeu e pregou 
"Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.  Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo" (vvs. 10-12)

Falsos mestres foram aos gálatas, procurando persuadi-los a rejeitar os ensinos de Paulo e aceitar “outro evangelho”. Os judaizantes, um grupo de judeu legalista da Igreja Primitiva, (que não respeitaram o concílio de Jerusalém At 15), tentavam casar a mensagem da salvação em Cristo com o contexto da Lei mosaica (Dt 4.2). Cristãos imaturos criam nos ensinos distorcidos dos judaizantes. Esses ensinos envolviam outros ensinos além da justificação pela fé. Falsos ensinos continuam sendo muito persuasivos.

6. Apologia de Paulo.
"Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem" (vvs. 10-11).
Paulo começa a defesa de seu ministério, apresentando a defesa de sua fé. Paulo tem certeza que o seu ministério é bem sucedido porque está totalmente fundamentado no sacrifício vicário de Jesus: Ele agrada a Deus por ser servo de Cristo (1.10).

7. O mestre bíblico de Paulo.
Porque não recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (v.12).

Ninguém pregou para Saulo de Tarso; foi o próprio Jesus quem apareceu a ele (At 9.3-6, 15). É isso que ele quer dizer, quando diz que não recebeu e nem aprendeu de homem algum. Aqui ele faz uma demonstração da declaração feita em Gl 1.1. Ele reivindica com muito vigor e propriedade a origem divina do evangelho completo que pregava e ensinava.

8. Sua conduta no Judaísmo.
 "Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava.  E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais" (vvs. 13-14).

Ele lembra aos seus leitores a sua origem. Era praticante fervoroso do judaísmo, religião dos judeus. Era inimigo implacável de Jesus Cristo; consentiu na morte de Estevão. Perseguiu ferozmente os cristãos não só de Jerusalém, pois estava a caminho de Damasco, no enlaço dos discípulos de Jesus (At 8.1-3; 9.1-2). Assim mostra o seu zelo pelo judaísmo e a sua disposição para exterminar a igreja de Jesus Cristo. No entanto foi alcançado pela graça de Deus. Um homem radical assim, não seria transformado em outro homem com outro conceito de teologia, com outra visão de mundo, se Deus não estivesse nesse negócio. Era impossível ser essa doutrina originada no judaísmo.

Porém o diabo é astuto, como ele havia perdido o seu maior discípulo nessa guerra, passou então usar os falsos mestres para misturar o genuíno evangelho com a Lei de Moisés o qual não é diferente hoje.

9. Paulo um vaso escolhido
“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça”. (v. 15).

Quando Jesus se revelou a Saulo disse que ele era um vaso escolhido (At 9.15). O apóstolo afirma, muitos anos depois de sua conversão, que já fora escolhido por Deus para esse ministério desde o ventre de sua mãe.

Paulo reconhece a onisciência de Deus ao separá-lo antes de nascer para a obra da salvação (1.15).

10. “Não consultei nem carne e nem sangue” (v.16).
É uma referência a seu encontro pessoal com Jesus no caminho de damasco e que não procurou os apóstolos, para ser doutrinado por eles.

Nem tronei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco. Depois de três anos, fui a Jerusalém para ver Pedro e fiquei com ele 15 dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor” (Gl1.17-19).

Ele foi para a Arábia por um longo tempo e daí voltou a Damasco. Paulo não estava com isso menosprezando a autoridade dos demais apóstolos; o que ele estava dizendo é que tinha a mesma autoridade deles. Ele não esteve três anos e meio com o Senhor Jesus no Seu ministério terreno, como os apóstolos em Jerusalém, mas recebeu diretamente do Senhor o seu evangelho. Ele diz: “nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos”.

Deus usou esse homem mais que qualquer um dos apóstolos (1ª Co 15.10). Sua sabedoria sua espiritualidade, seu talento, sua criatividade, seu ímpeto, seu zelo e disposição no trabalho. Somando a isso sua bagagem cultural, o extraordinário conhecimento do Antigo Testamento, com a graça de Deus e a inspiração do Espírito Santo, são a causa da sua teologia.

Como Paulo soube de tudo isso? É isso que ele explica em Gálatas 1.11-24).

Paulo sabia que os gentios eram o foco de seu ministério. Por isso ele não subiu a Jerusalém (local dos judeus). Lá já havia Pedro e outros para pregar a eles. Está intrínseco que a obra de Deus não era mais restrita aos JUDEUS que por terem a primazia, se tornaram arrogantes e totalmente irresponsáveis com a ELEIÇÃO que lhes foi concedida desde Abraão.

"Decorridos três anos, então, subi a Jerusalém   para avistar-me com Cefas  e permaneci com ele quinze dias; 19 e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago,  o irmão do Senhor.  Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto.  Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia.  E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo" (Gl 1.18.-22).

Por ter Paulo consciência do seu ministério gentílico, só pisou em território judeu após 3 anos de ministério e lá encontrou Tiago, irmão de Jesus. O relato dos versos 18 e 19 têm Deus como testemunha. Era importante para Paulo dizer isso porque ele estava sendo um apóstolo focado e obediente. Na verdade, as igrejas da Judéia não o conheciam (1.22), mas sabiam da fama daquele homem que solicitou cartas para perseguir a igreja (At 9.1-2) e consentiu na morte de Estevão (At 8.1).

11. Paulo uma testemunha viva do poder de Deus
"Ouviam somente dizer: Aquele que, antes, nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir.
E glorificavam a Deus a meu respeito" (Gl 1.23-24).

Paulo era uma testemunha viva do poder de Deus. Sua vida pregressa foi transformada pelo poder Daquele que agora ele apregoava, sendo assim, os gálatas não poderiam duvidar do poder da Palavra que eles estavam abandonando, porque o próprio apóstolo era um testemunho vivo desse poder e assim, os que conheceram a sua história “Glorificavam a Deus” a seu respeito (1.24).

Pr. Elias Ribas
Igreja Assembleia de Deus
Blumenau - SC.


FONTE DE PESQUISA
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong.


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