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Introdução
Segundo Karl Barth, a função da teologia evangélica é formular uma pergunta concernente à verdade, significando com isso que a tarefa do teólogo é inquirir se a igreja tem compreendido e comunicado corretamente o evangelho. O problema consiste em não reconhecer a influência da cultura sobre a nossa interpretação da Palavra inspirada.
Não é novidade que o mundo influencia a teologia, e muitas vezes não reconhecemos essa influência. A hermenêutica evangélica deveria ser o fundamento da sua teologia. A finalidade deste estudo, portanto, é pensar sobre a área em que o pensamento alheio afeta ou afetou a compreensão da teologia e a interpretação da Bíblia.
Usamos o termo “mundo” no sentido de Paulo, em Romanos 12.2. A palavra aion quer dizer tempo, espaço, cultura alienada de Deus. O deus desse aion é aquele que “cega o entendimento dos descrentes para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4). Efésios 2.2 declara que estávamos mortos em transgressões e pecados nos quais costumávamos viver, quando seguimos a presente ordem (aion) deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Nada interessaria mais ao demônio do que deturpar o sentido do texto de maneira que os que creem que a Bíblia é a Palavra de Deus a preguem de modo deficiente ou falso.
Tanto o significado do texto como a ênfase dada a certas passagens em detrimento de outras nos foram transmitidas pelas nossas tradições evangélicas. Estas, por sua vez, moldam nossas convicções com respeito ao que é certo e errado na teologia, bem como na prática. “Idealmente, a arte de interpretação, a hermenêutica, tenta reconstruir o contexto histórico-cultural dos materiais estudados, antes de proceder a sua aplicação” (Donaldo R. Curry, “A Collection of Essays on Community”, Missiology, 111:3 (Julho 1975) 369).
Somos pressionados pelos dois horizontes para não somente entender o significado original, mas para entender até onde nossa compreensão do texto não sofre influências do mundo contemporâneo.
Este estudo tem somente a pretensão de levantar algumas questões, e não de oferecer soluções definitivas ou dogmáticas. A hermenêutica continua em fluxo.
I. O aumento do individualismo e a busca pela realização
A. Individualismo — 1 Co 6.19 — Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário de Espírito Santo que habita em vocês e que vocês não são de si mesmos.
1. O mundo crê que você tem capacidade e direito de adorar a Deus sozinho, de acordo com o que você pensa e decide. A igreja é uma ajuda para os que precisam, mas quem tem sua própria Bíblia e pode seguir os seus ensinamentos morais e espirituais não tem muita necessidade de ser inserido em um “corpo”. Quando foi a última vez que ouvimos uma mensagem em que se falasse que Jesus morreu pela igreja? — Ef. 5. 26. Que ele vai casar com a noiva (igreja), e não com você, um indivíduo?
2. Se o Espírito Santo habita em mim, posso confiar em minhas intuições para saber a vontade de Deus e não ser submisso à igreja. Veja os 28 mandamentos recíprocos. Mais perigoso ainda seria entender que uma intuição seja uma mensagem do Senhor. Assim, posso dizer, “Deus me falou”, sem respaldo bíblico.
3. Na prática, percebe-se que os crentes não têm a mesma consciência da necessidade de assistir aos cultos. Num bairro onde a porcentagem de crentes era de 20% (de acordo com a IBGE), uma pesquisa mostrou que apenas 7% da população estava reunida na igreja num determinado domingo. Calcula-se que pela TV e rádio é possível ter o contato com o evangelho e dispensar a necessidade de assistir aos cultos pessoalmente ou de se comprometer com uma igreja local. Não posso realmente ser cristão independente?
B. Em Rm 6.6, Paulo escreveu aos romanos: uma vez batizado em Cristo Jesus, isto é, em sua morte […] para que o corpo do pecado seja destruído, e não sejamos mais escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Deve haver claros sinais da morte do “corpo do pecado”. Santificação como um processo deve ocorrer em todos aqueles que, de fato, morreram com Cristo e com ele foram ressuscitados.
1. Se esquecemos que nossa morte em Adão leva inevitavelmente à morte em delitos e pecados (Ef 2.2), então o “corpo do pecado não deve ser individual, mas corporativo também”. Nós participamos na vitória corporativa em Cristo. Pode-se corretamente dizer que “os santos” significa a Igreja, mas certamente não se pode dizer, “eu sou um santo” ou chamar Paulo ou Pedro de “São Paulo, ou São Pedro”, sem cair no erro da Igreja Católica.
2. A busca pela santidade é uma constante na vida cristã autêntica. “Esforcem-se para... serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor”. Esse é o lado prático, individual, daqueles que, pela fé, foram incluídos no Corpo de Cristo.
George Barna (citado por R.C. Sproul em Gordon Olson) diz que uma pesquisa mostra que 77% dos evangélicos dizem que a humanidade é basicamente boa por natureza. 87% dizem que, na salvação, Deus ajuda os que ajudam a si mesmos. A interpretação bíblica tende a seguir a opinião do mundo que acha que a criança nasce inocente. Certamente iria para o céu, mesmo sem ser batizado ou sem ter aprendido as verdades do evangelho. O evangelista Piper (pai do famoso John Piper) falou que não era dificil ganhar alguém para Cristo. O que era dificil era convencê-lo de que estava perdido.
II. O Mundo aprecia títulos de honra
A Bíblia tem receio de identificar a importância do homem pelo seu rótulo. Até aqueles que desempenharam o papel de pastores não foram chamados de pastor tal e tal, e nem de presbítero fulano de tal, mas apenas “ïrmão”. Títulos honrosos promovem o marketing. Atribuir um título aumenta o prestígio que os “leigos” devem dar ao pastor ou líder eclesiástico.
A. Identificar o pregador ou líder da igreja como profeta — fala-se da “Escola de Profetas”. Quem tem uma chamada para servir a Cristo, pregando o evangelho, tem ministério profético.
1. A Igreja Primitiva entendeu que os líderes da igreja eram “presbiteros” ou “anciãos”. Timóteo era reconhecido como “o irmão”.
A. Em Rm 12.6,7 os dons de profetizar e ensinar são distintos. Se alguém tem direito de se autodenominar “profeta”, ele teria de pronunciar a vontade de Deus de forma específica e individual. Cf. 1 Co 14.24,25 “… por todos será convencido de que é pecador e por todos será julgado, e os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus exclamando, “Deus realmente está entre vocês”.
2. O mesmo ocorre com o título “Apóstolo”. Um desejo de autopromoção ou a busca por mais autoridade pode levar um pastor a se autodenominar apóstolo, enquanto a Bíblia usa esse termo, na maioria dos casos, para falar de alguém autorizado por Cristo para falar em seu nome e com sua autoridade. Ele pode escrever Escrituras como os apóstolos do NT? A segunda geração de líderes da Igreja tinha apóstolos?
3. Não encontramos o título “pastor” para identificar sua posição de líder ou bispo (supervisor). O trabalho de pastorado encontra-se em João 21.15-17 e em At 20.28; 1 Pe 5.1-4.
III. Religiosidade é uma mistura do Mundo com “Espiritualidade”.
1. Paulo iniciou sua mensagem aos atenienses observando que “em todos os aspectos vocês são muito religiosos" (At 17.22, NVI). Para ele, isso significava que cuidavam de manter os seus ídolos contentes, observando as cerimônias costumeiras, seguindo as fórmulas e atos tradicionais com respeito e acuracidade. Religião requer adoração padrão, receitas seguidas à risca. Não deve nos surpreender que Jesus condenou os fariseus que foram meticulosos em dar o dízimo de hortelã, do endro e do cominho, mas negligenciaram os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt 23.23).
A religiosidade é o inimigo do Deus da Bíblia. Trata a forma como se fosse mais importante que a substância, a roupa mais preciosa que a vida. Na religiosidade, consideram-se práticas externas equivalentes a atitudes do coração. Se Deus não olhasse para o coração, bem podia se agradar como os ídolos atenienses e com as cerimônias que os sacerdotes pagãos tão solenemente repetiam. 2. Religiosidade evangélica Os evangélicos brasileiros não devem imaginar que são imunes diante das incursões da religiosidade em sua espiritualidade. Temos a mania de criticar católicos pela sua religiosidade oca e vazia sem perceber que somos também sujeitos a tradições e práticas que não têm substância espiritual.
A. Orações compostas para aliviar a coceira nos ouvidos dos presentes e não alcançar o trono de Deus. Orações religiosas não são necessariamente rezadas ou lidas, mas certamente carecem da paixão de um coração que vive na presença divina. Orações que não anseiam por Deus (Sl 63.1) estão destituídas de qualquer expectativa por respostas.
B. Mensagens proferidas para preencher o espaço “normal” do culto, mas sem o objetivo claro e definido de edificar os ouvintes. “Tudo seja feito para a edificação da igreja”, ordenou o Apóstolo aos coríntios (1Co 14.26b).
C. Recados supostamente vindos de Deus, porém, claramente concebidos e gerados na imaginação do pregador. Há muito tempo se esqueceu da exortação de Paulo, “Pregue a palavra”, isto é, de Deus e não qualquer “palavra” que surge na cabeça do palestrante.
Glen Johnson – Faculdade Teológica Batista De Brasília, 1988.
Entrevista com 20 pessoas com o propósito de aprender quais seriam os maiores problemas da Igreja Brasileira.
1. A liderança afirma a Bíblia, mas não a explica e não a vive.
2. A liderança não casa a Bíblia com a vida do povo.
3. A liderança está mais preocupada com os negócios da igreja do que com a transformação espiritual do povo.
4. O cristianismo está se reduzindo mais a um credo do que a uma afirmação cognitiva do que seria uma vida obediente a Deus em gratidão por sua graça para conosco..
Saberia o povo qual é o alvo da pregação do seu pastor?
D. Músicas que têm maior capacidade para movimentar o corpo do que o coração. Se estamos cantando para Deus e não como os cantores de um “show” popular, devemos dar prioridade a palavras e músicas que comunicam adoração, amor a Jesus e compromisso com o Senhor. O objetivo da música no culto é adorar em Espírito e em verdade. Muita música cristã apresentada nos cultos fica distante desse ideal.
Jesus disse dos seus contemporâneos: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mc 7.6,7).
E. Dízimos e ofertas para manter o orçamento criado pelo líder ou pelos líderes da igreja. Em lugar de contribuições rotineiras, a Bíblia recomenda: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem da com alegria” (2Co 9.7). Como é possível adorar a Deus por meio de sacrifícios financeiros se a motivação não é o amor. O prazer de dar é consequência do amor que motiva a contribuição.
F. Usa os termos “irmão” e “irmã” sem qualquer envolvimento com os membros da família de Deus. A religiosidade não se importa em adotar a linguagem da igreja, sem afeto ou sem compromisso familiar. A fragilidade dos relacionamentos nas igrejas torna-se patente nas divisões e politicagens que rompem os tênues laços de amor. “Não vamos para a igreja enquanto fulano e beltrano estão aí”.
Haveria uma solução? Espiritualidade segundo a Palavra. A tendência natural de práticas e cerimônias evangélicas é de se transformarem apenas em atos religiosos. Há algo que se possa fazer para evitar esse mal?
Algumas sugestões poderão ajudar:
1. Comece o culto com oração intensa, que convide todos a perceberem que Deus está no lugar em que estão reunidos, que ele é uma pessoa, e não um ídolo ou uma criação humana. Conheci uma igreja em que o pastor se prostrou no chão, na frente de todos, e orou por 15 minutos antes de iniciar o culto clamando a Deus por misericórdia e sua presença santa naquele auditório.
Comp. Efésios 3.14-21
2. Escolha a dedo o líder da adoração e os jovens que cantarão na frente, não pela sua capacidade musical, mas pelo seu amor e compromisso com Deus. Na falta de jovens assim, que isso seja motivo de oração constante para que Deus levante verdadeiros adoradores.
3. Adote a prática de Spurgeon que convidava centenas de intercessores a implorar a Deus pela mensagem no porão do templo enquanto ele pregava. Igrejas menores poderão ter três, quatro ou mais pessoas a sustentar a pregação da Palavra com suas petições.
Comp. 1 Tess. 5.17
4. Sempre que houver uma reunião mais informal de bate-papo, deve-se propor um questione em que se avalie se a igreja tem escorregado para o abismo da religiosidade ou tem se afastado da espiritualidade verdadeira. Tomar consciência de que há perigo. Um dos meios mais eficazes de se evitar a catástrofe seria o autoexame.
Comp. 2 Cor. 13.5
A possibilidade de alcançar uma espiritualidade genuína pela pregação ocorrerá se os alvos forem bem definidos:
IV. Exposição bíblica é a maneira mais eficaz de pregar para produzir espiritualidade
1. Exposição da Bíblia como a verdadeira e viva Palavra de Deus, mais cortante do que uma espada de dois gumes. Exposição requer exegese do texto, requer conhecimento do pano de fundo do texto, exige saber o propósito original do texto dentro do seu contexto literário, tudo isso seguido pela aplicação convincente.
2. Pregar sem aplicar, deixa o ouvinte sem alimento, é apenas informação.
A possibilidade de alcançar uma espiritualidade genuína pela pregação ocorrerá se os alvos forem bem definidos:
J. Piper: o alvo da pregação é a glória de Deus. O fundamento da pregação é a cruz de Cristo e o poder da pregação é o Espírito Santo.
Chs. Simeon de Cambridge, há 200 anos: toda mensagem deve humilhar o pecador e exaltar Cristo.
James Stewart, Os objetivos da pregação:
1. Avivar a consciência pela santidade de Deus.
2. Alimentar a mente com a verdade de Deus.
3. Purificar a imaginação com a beleza de Deus.
4. Abrir o coração para o amor de Deus.
5. Dedicar a vontade ao propósito de Deus.
V. Pregue João 13.1-17
Jesus inicia suas instruções finais (v. 1) — “Sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”
Devemos estar alertas de que esse texto trata de amor — cf. v. 34 — “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros .Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos utros. Com isso todos saberão que vocês são os meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”.
O Jantar – v. 2 – a última Ceia antes sua morte na cruz
1. v. 3 — Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder e que viera de Deus e estava voltando para Deus.
a. Assim, levantou-se da mesa, tirou a capa, tomou uma toalha, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.
b. Pedro protesta — Vais lavar os meus pés?
c. Jesus explica — espera — não entendes agora, mas depois.
d. Pedro — nunca lavarás os meus pés!
e. Jesus — se eu não os lavar, você não terá parte comigo
f. Pedro “Então, Senhor, não apenas os meus pés, mas também as minhas mãos e a minha cabeça!”
g. Jesus “Quem já se banhou precisa apenas lavar os pés, todo o seu corpo está limpo. Mas nem todos”. — Sabia quem ia traí-lo — Judas
Todos menos Judas estão limpos — cf. 15.2.
2. Aplicação — Pois se eu, seu Mestre e Senhor, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros.
A. Como se lava os pés dos meus irmãos na igreja?
B. Reconhecendo que nós somos pecadores com pés sujos — sujeira que aparece pelo fato de que ainda andamos no mundo que se manifesta no nosso andar diário.
C. Na ocasião da Ceia — examine-se, julgue a si mesmo, confesse e peça perdão ao Senhor e da Igreja.
1) Nenhum escravo é maior do que seu Senhor — se Jesus perdoa Pedro que negou 3 vezes, como nós negaríamos oferecer perdão aos Pedros que mostram sinais de verdadeira contrição — Sl 51?
2) Nenhum apóstolo é maior do que aquele que o enviou Se um apóstolo tem o direito de perdoar pecados — Jo 20.23, por que o colégio apostólico excluiria Pedro, se o próprio Senhor o perdoou?
D. Pai Nosso
1. Pão nosso (cotidiano – epiousion “para hoje, para amanhã necessário para existência) de amanhã, dá nos hoje.
2. Perdoa nossos pecados como nós perdoamos nossos devedores.
Conclusão
1. Gl 6.1-1. Se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Lave seus pés.
2. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.
3. Humildade — o maior empecilho que barra a oferta de perdão é o orgulho. Lavar os pés do meu irmão, ou da minha esposa, ou do meu marido, é humilhante. Vingar-se mostra que você é homem, que tem fibra, mas aí o escravo se torna maior do que seu senhor. Mt. 18.18 “Digo-lhes a verdade, tudo o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra terá sido desligado no céu.”
4. Espiritualidade tem tudo a ver com Deus, com seu amor e demonstração na vida e nas palavras de Jesus. Disse A.W. Tozer, “porque neste mundo somos como ele” (1 Jo 4.17), seus amigos, nossos amigos; seus inimigos, nossos inimigos; seus perdoados, nossos perdoados, etc.
Russell Shedd
É PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo (Escócia). Fundou a Edições Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. É missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil e trabalha em terras brasileiras há vários décadas. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e viaja pelo Brasil e exterior participando de conferências em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. É autor de vários livros, entre os quais estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia , Disciplina na Igreja , A Escatologia do Novo Testamento , A Solidariedade da Raça , Justificação , A Oração e o Preparo de líderes cristãos , Fundamentos Bíblicos da Evangelização , Teologia do Desperdício , Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus , todos publicados pelas Edições Vida Nova ou pela Shedd Publicações. Além disso, é autor dos comentários da Bíblia Shedd (Vida Nova).
Fonte: Vida Nova
Religiosidade mundana e espiritualidade bíblica
Introdução
Segundo Karl Barth, a função da teologia evangélica é formular uma pergunta concernente à verdade, significando com isso que a tarefa do teólogo é inquirir se a igreja tem compreendido e comunicado corretamente o evangelho. O problema consiste em não reconhecer a influência da cultura sobre a nossa interpretação da Palavra inspirada.
Não é novidade que o mundo influencia a teologia, e muitas vezes não reconhecemos essa influência. A hermenêutica evangélica deveria ser o fundamento da sua teologia. A finalidade deste estudo, portanto, é pensar sobre a área em que o pensamento alheio afeta ou afetou a compreensão da teologia e a interpretação da Bíblia.
Usamos o termo “mundo” no sentido de Paulo, em Romanos 12.2. A palavra aion quer dizer tempo, espaço, cultura alienada de Deus. O deus desse aion é aquele que “cega o entendimento dos descrentes para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4). Efésios 2.2 declara que estávamos mortos em transgressões e pecados nos quais costumávamos viver, quando seguimos a presente ordem (aion) deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Nada interessaria mais ao demônio do que deturpar o sentido do texto de maneira que os que creem que a Bíblia é a Palavra de Deus a preguem de modo deficiente ou falso.
Tanto o significado do texto como a ênfase dada a certas passagens em detrimento de outras nos foram transmitidas pelas nossas tradições evangélicas. Estas, por sua vez, moldam nossas convicções com respeito ao que é certo e errado na teologia, bem como na prática. “Idealmente, a arte de interpretação, a hermenêutica, tenta reconstruir o contexto histórico-cultural dos materiais estudados, antes de proceder a sua aplicação” (Donaldo R. Curry, “A Collection of Essays on Community”, Missiology, 111:3 (Julho 1975) 369).
Somos pressionados pelos dois horizontes para não somente entender o significado original, mas para entender até onde nossa compreensão do texto não sofre influências do mundo contemporâneo.
Este estudo tem somente a pretensão de levantar algumas questões, e não de oferecer soluções definitivas ou dogmáticas. A hermenêutica continua em fluxo.
I. O aumento do individualismo e a busca pela realização
A. Individualismo — 1 Co 6.19 — Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário de Espírito Santo que habita em vocês e que vocês não são de si mesmos.
1. O mundo crê que você tem capacidade e direito de adorar a Deus sozinho, de acordo com o que você pensa e decide. A igreja é uma ajuda para os que precisam, mas quem tem sua própria Bíblia e pode seguir os seus ensinamentos morais e espirituais não tem muita necessidade de ser inserido em um “corpo”. Quando foi a última vez que ouvimos uma mensagem em que se falasse que Jesus morreu pela igreja? — Ef. 5. 26. Que ele vai casar com a noiva (igreja), e não com você, um indivíduo?
2. Se o Espírito Santo habita em mim, posso confiar em minhas intuições para saber a vontade de Deus e não ser submisso à igreja. Veja os 28 mandamentos recíprocos. Mais perigoso ainda seria entender que uma intuição seja uma mensagem do Senhor. Assim, posso dizer, “Deus me falou”, sem respaldo bíblico.
3. Na prática, percebe-se que os crentes não têm a mesma consciência da necessidade de assistir aos cultos. Num bairro onde a porcentagem de crentes era de 20% (de acordo com a IBGE), uma pesquisa mostrou que apenas 7% da população estava reunida na igreja num determinado domingo. Calcula-se que pela TV e rádio é possível ter o contato com o evangelho e dispensar a necessidade de assistir aos cultos pessoalmente ou de se comprometer com uma igreja local. Não posso realmente ser cristão independente?
B. Em Rm 6.6, Paulo escreveu aos romanos: uma vez batizado em Cristo Jesus, isto é, em sua morte […] para que o corpo do pecado seja destruído, e não sejamos mais escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Deve haver claros sinais da morte do “corpo do pecado”. Santificação como um processo deve ocorrer em todos aqueles que, de fato, morreram com Cristo e com ele foram ressuscitados.
1. Se esquecemos que nossa morte em Adão leva inevitavelmente à morte em delitos e pecados (Ef 2.2), então o “corpo do pecado não deve ser individual, mas corporativo também”. Nós participamos na vitória corporativa em Cristo. Pode-se corretamente dizer que “os santos” significa a Igreja, mas certamente não se pode dizer, “eu sou um santo” ou chamar Paulo ou Pedro de “São Paulo, ou São Pedro”, sem cair no erro da Igreja Católica.
2. A busca pela santidade é uma constante na vida cristã autêntica. “Esforcem-se para... serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor”. Esse é o lado prático, individual, daqueles que, pela fé, foram incluídos no Corpo de Cristo.
George Barna (citado por R.C. Sproul em Gordon Olson) diz que uma pesquisa mostra que 77% dos evangélicos dizem que a humanidade é basicamente boa por natureza. 87% dizem que, na salvação, Deus ajuda os que ajudam a si mesmos. A interpretação bíblica tende a seguir a opinião do mundo que acha que a criança nasce inocente. Certamente iria para o céu, mesmo sem ser batizado ou sem ter aprendido as verdades do evangelho. O evangelista Piper (pai do famoso John Piper) falou que não era dificil ganhar alguém para Cristo. O que era dificil era convencê-lo de que estava perdido.
II. O Mundo aprecia títulos de honra
A Bíblia tem receio de identificar a importância do homem pelo seu rótulo. Até aqueles que desempenharam o papel de pastores não foram chamados de pastor tal e tal, e nem de presbítero fulano de tal, mas apenas “ïrmão”. Títulos honrosos promovem o marketing. Atribuir um título aumenta o prestígio que os “leigos” devem dar ao pastor ou líder eclesiástico.
A. Identificar o pregador ou líder da igreja como profeta — fala-se da “Escola de Profetas”. Quem tem uma chamada para servir a Cristo, pregando o evangelho, tem ministério profético.
1. A Igreja Primitiva entendeu que os líderes da igreja eram “presbiteros” ou “anciãos”. Timóteo era reconhecido como “o irmão”.
A. Em Rm 12.6,7 os dons de profetizar e ensinar são distintos. Se alguém tem direito de se autodenominar “profeta”, ele teria de pronunciar a vontade de Deus de forma específica e individual. Cf. 1 Co 14.24,25 “… por todos será convencido de que é pecador e por todos será julgado, e os segredos do seu coração serão expostos. Assim, ele se prostrará, rosto em terra, e adorará a Deus exclamando, “Deus realmente está entre vocês”.
2. O mesmo ocorre com o título “Apóstolo”. Um desejo de autopromoção ou a busca por mais autoridade pode levar um pastor a se autodenominar apóstolo, enquanto a Bíblia usa esse termo, na maioria dos casos, para falar de alguém autorizado por Cristo para falar em seu nome e com sua autoridade. Ele pode escrever Escrituras como os apóstolos do NT? A segunda geração de líderes da Igreja tinha apóstolos?
3. Não encontramos o título “pastor” para identificar sua posição de líder ou bispo (supervisor). O trabalho de pastorado encontra-se em João 21.15-17 e em At 20.28; 1 Pe 5.1-4.
III. Religiosidade é uma mistura do Mundo com “Espiritualidade”.
1. Paulo iniciou sua mensagem aos atenienses observando que “em todos os aspectos vocês são muito religiosos" (At 17.22, NVI). Para ele, isso significava que cuidavam de manter os seus ídolos contentes, observando as cerimônias costumeiras, seguindo as fórmulas e atos tradicionais com respeito e acuracidade. Religião requer adoração padrão, receitas seguidas à risca. Não deve nos surpreender que Jesus condenou os fariseus que foram meticulosos em dar o dízimo de hortelã, do endro e do cominho, mas negligenciaram os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt 23.23).
A religiosidade é o inimigo do Deus da Bíblia. Trata a forma como se fosse mais importante que a substância, a roupa mais preciosa que a vida. Na religiosidade, consideram-se práticas externas equivalentes a atitudes do coração. Se Deus não olhasse para o coração, bem podia se agradar como os ídolos atenienses e com as cerimônias que os sacerdotes pagãos tão solenemente repetiam. 2. Religiosidade evangélica Os evangélicos brasileiros não devem imaginar que são imunes diante das incursões da religiosidade em sua espiritualidade. Temos a mania de criticar católicos pela sua religiosidade oca e vazia sem perceber que somos também sujeitos a tradições e práticas que não têm substância espiritual.
A. Orações compostas para aliviar a coceira nos ouvidos dos presentes e não alcançar o trono de Deus. Orações religiosas não são necessariamente rezadas ou lidas, mas certamente carecem da paixão de um coração que vive na presença divina. Orações que não anseiam por Deus (Sl 63.1) estão destituídas de qualquer expectativa por respostas.
B. Mensagens proferidas para preencher o espaço “normal” do culto, mas sem o objetivo claro e definido de edificar os ouvintes. “Tudo seja feito para a edificação da igreja”, ordenou o Apóstolo aos coríntios (1Co 14.26b).
C. Recados supostamente vindos de Deus, porém, claramente concebidos e gerados na imaginação do pregador. Há muito tempo se esqueceu da exortação de Paulo, “Pregue a palavra”, isto é, de Deus e não qualquer “palavra” que surge na cabeça do palestrante.
Glen Johnson – Faculdade Teológica Batista De Brasília, 1988.
Entrevista com 20 pessoas com o propósito de aprender quais seriam os maiores problemas da Igreja Brasileira.
1. A liderança afirma a Bíblia, mas não a explica e não a vive.
2. A liderança não casa a Bíblia com a vida do povo.
3. A liderança está mais preocupada com os negócios da igreja do que com a transformação espiritual do povo.
4. O cristianismo está se reduzindo mais a um credo do que a uma afirmação cognitiva do que seria uma vida obediente a Deus em gratidão por sua graça para conosco..
Saberia o povo qual é o alvo da pregação do seu pastor?
D. Músicas que têm maior capacidade para movimentar o corpo do que o coração. Se estamos cantando para Deus e não como os cantores de um “show” popular, devemos dar prioridade a palavras e músicas que comunicam adoração, amor a Jesus e compromisso com o Senhor. O objetivo da música no culto é adorar em Espírito e em verdade. Muita música cristã apresentada nos cultos fica distante desse ideal.
Jesus disse dos seus contemporâneos: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mc 7.6,7).
E. Dízimos e ofertas para manter o orçamento criado pelo líder ou pelos líderes da igreja. Em lugar de contribuições rotineiras, a Bíblia recomenda: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem da com alegria” (2Co 9.7). Como é possível adorar a Deus por meio de sacrifícios financeiros se a motivação não é o amor. O prazer de dar é consequência do amor que motiva a contribuição.
F. Usa os termos “irmão” e “irmã” sem qualquer envolvimento com os membros da família de Deus. A religiosidade não se importa em adotar a linguagem da igreja, sem afeto ou sem compromisso familiar. A fragilidade dos relacionamentos nas igrejas torna-se patente nas divisões e politicagens que rompem os tênues laços de amor. “Não vamos para a igreja enquanto fulano e beltrano estão aí”.
Haveria uma solução? Espiritualidade segundo a Palavra. A tendência natural de práticas e cerimônias evangélicas é de se transformarem apenas em atos religiosos. Há algo que se possa fazer para evitar esse mal?
Algumas sugestões poderão ajudar:
1. Comece o culto com oração intensa, que convide todos a perceberem que Deus está no lugar em que estão reunidos, que ele é uma pessoa, e não um ídolo ou uma criação humana. Conheci uma igreja em que o pastor se prostrou no chão, na frente de todos, e orou por 15 minutos antes de iniciar o culto clamando a Deus por misericórdia e sua presença santa naquele auditório.
Comp. Efésios 3.14-21
2. Escolha a dedo o líder da adoração e os jovens que cantarão na frente, não pela sua capacidade musical, mas pelo seu amor e compromisso com Deus. Na falta de jovens assim, que isso seja motivo de oração constante para que Deus levante verdadeiros adoradores.
3. Adote a prática de Spurgeon que convidava centenas de intercessores a implorar a Deus pela mensagem no porão do templo enquanto ele pregava. Igrejas menores poderão ter três, quatro ou mais pessoas a sustentar a pregação da Palavra com suas petições.
Comp. 1 Tess. 5.17
4. Sempre que houver uma reunião mais informal de bate-papo, deve-se propor um questione em que se avalie se a igreja tem escorregado para o abismo da religiosidade ou tem se afastado da espiritualidade verdadeira. Tomar consciência de que há perigo. Um dos meios mais eficazes de se evitar a catástrofe seria o autoexame.
Comp. 2 Cor. 13.5
A possibilidade de alcançar uma espiritualidade genuína pela pregação ocorrerá se os alvos forem bem definidos:
IV. Exposição bíblica é a maneira mais eficaz de pregar para produzir espiritualidade
1. Exposição da Bíblia como a verdadeira e viva Palavra de Deus, mais cortante do que uma espada de dois gumes. Exposição requer exegese do texto, requer conhecimento do pano de fundo do texto, exige saber o propósito original do texto dentro do seu contexto literário, tudo isso seguido pela aplicação convincente.
2. Pregar sem aplicar, deixa o ouvinte sem alimento, é apenas informação.
A possibilidade de alcançar uma espiritualidade genuína pela pregação ocorrerá se os alvos forem bem definidos:
J. Piper: o alvo da pregação é a glória de Deus. O fundamento da pregação é a cruz de Cristo e o poder da pregação é o Espírito Santo.
Chs. Simeon de Cambridge, há 200 anos: toda mensagem deve humilhar o pecador e exaltar Cristo.
James Stewart, Os objetivos da pregação:
1. Avivar a consciência pela santidade de Deus.
2. Alimentar a mente com a verdade de Deus.
3. Purificar a imaginação com a beleza de Deus.
4. Abrir o coração para o amor de Deus.
5. Dedicar a vontade ao propósito de Deus.
V. Pregue João 13.1-17
Jesus inicia suas instruções finais (v. 1) — “Sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”
Devemos estar alertas de que esse texto trata de amor — cf. v. 34 — “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros .Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos utros. Com isso todos saberão que vocês são os meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”.
O Jantar – v. 2 – a última Ceia antes sua morte na cruz
1. v. 3 — Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder e que viera de Deus e estava voltando para Deus.
a. Assim, levantou-se da mesa, tirou a capa, tomou uma toalha, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.
b. Pedro protesta — Vais lavar os meus pés?
c. Jesus explica — espera — não entendes agora, mas depois.
d. Pedro — nunca lavarás os meus pés!
e. Jesus — se eu não os lavar, você não terá parte comigo
f. Pedro “Então, Senhor, não apenas os meus pés, mas também as minhas mãos e a minha cabeça!”
g. Jesus “Quem já se banhou precisa apenas lavar os pés, todo o seu corpo está limpo. Mas nem todos”. — Sabia quem ia traí-lo — Judas
Todos menos Judas estão limpos — cf. 15.2.
2. Aplicação — Pois se eu, seu Mestre e Senhor, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros.
A. Como se lava os pés dos meus irmãos na igreja?
B. Reconhecendo que nós somos pecadores com pés sujos — sujeira que aparece pelo fato de que ainda andamos no mundo que se manifesta no nosso andar diário.
C. Na ocasião da Ceia — examine-se, julgue a si mesmo, confesse e peça perdão ao Senhor e da Igreja.
1) Nenhum escravo é maior do que seu Senhor — se Jesus perdoa Pedro que negou 3 vezes, como nós negaríamos oferecer perdão aos Pedros que mostram sinais de verdadeira contrição — Sl 51?
2) Nenhum apóstolo é maior do que aquele que o enviou Se um apóstolo tem o direito de perdoar pecados — Jo 20.23, por que o colégio apostólico excluiria Pedro, se o próprio Senhor o perdoou?
D. Pai Nosso
1. Pão nosso (cotidiano – epiousion “para hoje, para amanhã necessário para existência) de amanhã, dá nos hoje.
2. Perdoa nossos pecados como nós perdoamos nossos devedores.
Conclusão
1. Gl 6.1-1. Se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Lave seus pés.
2. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.
3. Humildade — o maior empecilho que barra a oferta de perdão é o orgulho. Lavar os pés do meu irmão, ou da minha esposa, ou do meu marido, é humilhante. Vingar-se mostra que você é homem, que tem fibra, mas aí o escravo se torna maior do que seu senhor. Mt. 18.18 “Digo-lhes a verdade, tudo o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra terá sido desligado no céu.”
4. Espiritualidade tem tudo a ver com Deus, com seu amor e demonstração na vida e nas palavras de Jesus. Disse A.W. Tozer, “porque neste mundo somos como ele” (1 Jo 4.17), seus amigos, nossos amigos; seus inimigos, nossos inimigos; seus perdoados, nossos perdoados, etc.
Russell Shedd
É PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo (Escócia). Fundou a Edições Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. É missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil e trabalha em terras brasileiras há vários décadas. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e viaja pelo Brasil e exterior participando de conferências em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. É autor de vários livros, entre os quais estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia , Disciplina na Igreja , A Escatologia do Novo Testamento , A Solidariedade da Raça , Justificação , A Oração e o Preparo de líderes cristãos , Fundamentos Bíblicos da Evangelização , Teologia do Desperdício , Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus , todos publicados pelas Edições Vida Nova ou pela Shedd Publicações. Além disso, é autor dos comentários da Bíblia Shedd (Vida Nova).
Fonte: Vida Nova
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