I.
O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA CRISTÃ
A igreja primitiva do
primeiro século enfrentou problemas com os fariseus. Alguns cristãos de
tradição judaica insistiam que todos os cristãos obedecessem a lei judaica. Os
gentios deveriam ser todos circuncidados. As igrejas orientadas por Paulo e
Barnabé, porém, ensinavam que o caminho da salvação era um só para todos os homens.
Eles salientavam que a fé em
Jesus Cristo , e não a lei judaica era o caminho para a vida
eterna. Como conseqüência disso, houve dissensão na igreja.
No ano 49 d.C os apóstolos reuniram-se em Jerusalém para
resolver um problema doutrinário, a saber: a salvação ocorre pela fé, não por
obras ou pela observância da lei.
Os apóstolos tiveram muita preocupação de não permitir que
as heresias, os falsos ensinos, penetrassem na Igreja. O primeiro ataque
doutrinário lançado contra a igreja foi o legalismo. Alguns judeus convertidos
ao cristianismo estavam instigando os novos convertidos á prática das leis
judaicas, principalmente a circuncisão.
Em Antioquia havia uma igreja constituída de pessoas bem
preparadas no estudo das Escrituras (At 13.1). Esses crentes perceberam a
gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judéia e estavam ensinando
certas heresias.
Os ensinamentos daquelas pessoas eram uma ameaça á Igreja.
Então foi necessário constituir-se um Concílio para apreciar tais questões e
tomar uma posição diante delas.
“Então, alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim
os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis
salvar-vos. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se
levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem
a lei de Moisés” (Atos 15.1, 5, 19).
Os judeus nunca se julgaram capazes de julgar a lei
perfeitamente, mas queriam colocar um jugo sobre os discípulos, um jugo segundo
Pedro que nem seus pais puderam levar, anulando a graça de Cristo.
“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a
cerviz dos discípulos- um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar?
Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles
também” (At 15.10-11).
Os fariseus convertidos ao cristianismo estavam perturbando
os apóstolos e os gentios novos convertidos: At 15.19, 24 “Pelo que julgo que não se deve perturbar
aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Porquanto ouvimos que
alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a
vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento”.
Devemos saber que:
·
Que nenhum rito em si tem valor espiritual; o
valor está no seu significado.
·
Que é muito freqüente as pessoas
entusiasmarem-se por rito (prática religiosa) e serem exigentes para esse rito
seja observado do mesmo modo que eles mesmos o praticam.
·
Que procurem estudar a Bíblia para obter base
escriturística para combater os ritos legados do passado.
·
Que o amor de Deus reine em nossos corações,
para que as divergências internas desapareçam.
II. O PARECER DE
TIAGO NESTE CONCÍLIO FOI O SEGUINTE
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor
maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas
sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das
relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardar” (At
15.28-29).
Mesmo que alguns desses movimentos tenham surgido com
objetivos nobres, buscando a restauração espiritual da Igreja, quase sempre
finda por trilhar o caminho dos desvios doutrinários. Neste ponto, cabe uma
rápida apreciação de um dos textos clássicos no Novo Testamento relativo ás
fontes e aos perigos dos desvios da fé, explicitado pelo apóstolo Pedro (2ª Pe 2.1-3).
Os fariseus da era apostólica estavam acrescentando algo
mais no evangelho de Cristo, mas neste concílio o Espírito Santo estava
presente e orientava os apóstolos para que eles pudessem entender o verdadeiro
sentido da graça de Cristo e não impor nem um encargo (leis) além do que já
haviam aprendido com Cristo.
A independência da igreja é respeitada. As conclusões do
concílio apostólico são escritas e enviadas como mandamentos de uma hierarquia,
mas como conselhos importantes. O selo do Espírito Santo adiciona peso e
harmonizaria possíveis divergências.
Encontramos neste contexto a narrativa que demonstra a
importância para aqueles que têm o ministério do ensino ficar atentos a certos
ensinos que contrariam a fé cristã. São muitas as fontes que ameaçam a Igreja.
Em muitas epístolas do apostolo Paulo, expressa abertamente
o terrível combate contra o ferrenho farisaísmo, que ainda hoje, continua
sendo, talvez, o maior problema das igrejas cristãs.
Os judaizantes tentavam arrastar os novos crentes para as práticas
cerimoniais judaicas como prerrogativa para uma vida justa. Se pudéssemos ser
salvos e levados a uma relação correta e legitima com Deus através do
cumprimento de determinadas normas e regras, por melhor que sejam então Jesus
nem precisaria ter morrido por nós.
Qualquer pessoa ou religião que
ignora ou nega o sacrifício de Jesus como elemento único e suficiente para a
salvação não pode ser considerado cristã.
Pr. Elias Ribas
é colunista no Blog Emunah, pastor auxiliar na Assembléia de Deus em Blumenau.
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