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Quando Deus aprova o aborto



Talvez o que eu tenho a dizer aqui neste post seja chocante para muitos, especialmente para quem me conhece como um cristão conservador em matéria de política, ética e teologia. Mas, lendo o excelente livro Purificando o Coração da Idolatria Sexual, do Dr. John D. Street (Editora Nutra, 2009), não tive como escapar da dura realidade dessa constatação. Sim, Deus se agrada de um aborto que foi fruto de uma sexualidade pervertida!

Antes que alguém me tenha por herege, gostaria de justificar o meu ponto com as pertinentes observações do Dr. Street ao texto de Tiago 1.14,15:

Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Almeida Revista e Atualizada.

Na realidade, este post é mais um endosso ao livro do Dr. Street, enquanto termino de lê-lo (e, também, um ensaio para uma provável resenha). A certa altura do livro ele propõe um “paradigma de quatro estágios” para a escravidão sexual, o qual foi apropriadamente inferido da passagem bíblica supracitada (na realidade, o tal paradigma serve para qualquer pecado). Portanto, lido o texto de Tiago e desfeita a impressão de heresia que deixei transparecer no início (assim espero), prossigamos para os apontamentos do Dr. Street.


Primeiro estágio: alguns desejos depravados internos são estimulados pelo pensamento ou pela experiência (p. 53).

Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz (Tg 1.14).

Um dos grandes diferenciais do livro do Dr. Street talvez seja a sua abordagem essencialmente bíblica – não necessariamente pelas citações bíblicas, mas sobretudo por uma questão de cosmovisão –, diferente do que vemos em boa parte dos livros cristãos sobre o assunto. O autor não busca respostas nas teorias de comportamento seculares, mas nas proposições das Escrituras. Fatores externos como revistas e filmes pornográficos não são os nossos únicos inimigos, visto que eles “necessitam de um aliado dentro do homem para serem eficazes”. Portanto, se o nosso foco está apenas nessas questões (externas), estamos apenas dando a oportunidade para que o inimigo se entranhe ainda mais nos recônditos do nosso coração, visto que é lá que ele está alojado. Para que a cobiça – esse primeiro estágio de uma completa ruína –, então, seja vencida é preciso “identificar o inimigo real e conhecer o campo de batalha” (p. 54). Ou seja: que antes de “amarrar” Satanás possamos atentar para o mal que habita em nós! Chamemos esse primeiro estágio – a cobiça atiçada – de flerte e um convite para a cama.


Segundo estágio: A cobiça concebe num coração fértil quando ela ganha o consentimento da vontade (p. 56).


Então, a cobiça, depois de haver concebido … (Tg 1.15a).

É bom que fique bem claro a essa altura que o ser tentado, por si só, não é pecado. O flerte pode ser interrompido desviando-se o olhar (pois os olhos são “a lâmpada do corpo” – Mt 6.22), e o convite para a cama pode ser perfeitamente rejeitado. Contudo, quando não se é forte o suficiente para adotar tal procedimento, a cobiça encontra terreno fértil no coração, nele concebendo.  O autor do livro observa que “a terminologia grega usada em Tiago 1.13-15 é similar aos termos empregados para referir-se à sedução de uma prostituta” (p. 57), o que é bastante apropriado dado o amplo campo semântico da palavra cobiça. “O mundo e Satanás podem incitar os desejos depravados, mas isso não é pecado no coração até que a vontade tenha concedido a sua permissão”, diz Street. E mais: “o coração perverso é, à semelhança de um ventre, o ambiente fértil ideal para que o óvulo fecundado da cobiça sexual se desenvolva”. Como, então, impedir que esse ente continue a crescer em nosso coração? O autor sugere que o mesmo seja “abortado pelo arrependimento” – e aqui justifico o título que escolhi para este post. Caso não se opte pelo arrependimento, chamemos esse segundo estágio de o mal gerado no ventre.


Terceiro estágio: o coração fecundado com a cobiça, em algum momento, dará à luz os atos visíveis da trangressão (p. 59).


Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado… (Tg 1.15b).

Caso não haja o aborto de que falamos acima (o qual Deus efetivamente aprova), o pecado, mesmo sendo trevas, será dado à luz. Essa, na realidade, é uma outra forma de dizer que as más obras dos homens tornar-se-ão expostas em tempo oportuno. Assim como a “barriguinha” de uma gravidez indesejada começa a aparecer com alguns meses, os pecados dos homens serão definitivamente visíveis. E, como diz o Dr. Street, “a cobiça sexual nascerá para o mundo quando tiver atingido a maturidade de gestação na qual o ventre da imaginação não pode mais contê-la” (p. 60). No caso de um cristão, esse pecado que foi dado à luz será o seu “filho bastardo” – ou seja, mesmo que haja arrependimento depois, as consequências o acompanharão. Ainda assim, o crente pode se encontrar encantado por essa criança, a qual, com o passar do tempo, exigirá comida mais robusta: nada de “papinhas” de masturbação ou qualquer outro tipo de auto-excitação, mas formas cada vez mais intensas e prazerosas de excitação, o que pode perfeitamente resultar em estupro, incesto, homossexualidade, necrofilia, bestialismo e tantas outras aberrações sexuais. A perda de controle é total. A este terceiro estágio chamemos de a criança nasce e começa a mandar no pai.

Quarto estágio: o pecado completamente formado resulta em morte (p. 69).


…e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tg 1.15c).

O termo usado por Tiago para “consumado” é apoteleo, que significa maduro; completamene crescido. Nesse caso, a criança já cresceu (“adulteceu”), e se volta contra o pai, que até resiste, mas nada mais pode fazer. Crentes que vivem sob essa condição “jamais experimentarão a morte eterna ou espiritual”, diz o Dr. Street, “mas é possível que experimentem a morte física” (p. 71). Parece ter sido este o caso em 1 Coríntios 5, onde Paulo ordena àquela igreja que exclua o “velho fermento” da comunhão dos irmãos, para que o mesmo fosse “entregue a Satanás para a destruição da carne” (v.5-7). Pessoas escravizadas pela cobiça hão de perceber que, à medida em que a frequência de delitos aumenta, a satisfação diminui, o que as levará a buscar prazer pessoal em formas cada vez mais complexas. O caso de Davi vem bem a calhar. E o resultado de tudo foi a morte do seu filho (1 Sm 11.15-17; 12.15-18). A este quarto estágio podemos chamar de a criança cresce e mata o próprio pai.

É isso o que acontece toda vez que não resolvemos extirpar o mal pela raiz, preferindo formas paliativas de resolver o problema. A mensagem da cruz começa pelo coração, pois é lá onde estão escondidos os intentos mais nefastos do ser (Mc 7.14-22)! Medidas paliativas somente adiam o problema. De igual modo, livros com propostas superficiais produzem o mesmo tipo de efeito. Por estar absolutamene convencido de que Deus aprova não somente esse aborto do qual falei, mas inclusive o “assassinato” do ente já nascido, recomendo a leitura do livro do Dr. John Street, a qual tem me ajudado e muito a lidar com meus próprios conflitos. Afinal de contas, quem não tem um calcanhar de Aquiles?

Soli Deo Gloria!

Leonardo Bruno Galdino

O texto fala sobre o aborto ao pecado, se quer saber sobre aborto de crianças, clique aqui!

15 comentários:

Anônimo disse...

Toda a vida é sagrada. Deve-se preservar a vida a qualquer custo. Deus colocou nas tábuas de Moíses o seguinte mandamento: "Não Matareis." Falsos profetas e livros confusos surgem a todo momento com conceitos bem elaborados, mas que contradizem a lei universal que nos rege. Não se enganes meu amigo, pois seremos cobrados por tudo que fazemos. Não faça como a imprensa de hoje em dia que coloca informações escarnecedoras e incorretas. Acho que você deveria apagar esse texto, estudar mais e tentar entender melhor sobre o assunto que você escreveu. Não se prenda apenas a um livro. Tente estudar todos os possíveis inclusive os religiosos.

Anderson Fábio disse...

Amado em Cristo, sugiro a você antes de comentar ou julgar ler o texto por completo, pois se o lesse, com certeza não colocaria este comentário. Pois o texto não fala de aborto de crianças e sim de aborto da tentação do pecado! Abraços!

Srik disse...

Muito bom o texto, porém é só uma tentativa de justificar um ato tão polêmico com base em interpretações alternativas...

quando se diz "Sim, Deus se agrada de um aborto que foi fruto de uma sexualidade pervertida!".. Esse fruto é sim, entendido como o sendo de crianças!

Eu pessoalmente sou a favor de um debate sobre esse tema no âmbito jurídico.. não no religioso. Assim como o homossexualismo, drogas, pena de morte, entre outros...

Religião é uma coisa... jurisprudência é outra.

Paulão disse...

talvez eu esteja errado....bem provável...mas creio que o verdadeiro CRISTÃO deve se ater as palavras de CRISTO...seus mandamentos,seus ensinamentos,suas palavras...só elas...

Anônimo disse...

vire ateu, a fassa quantos abortos quiser

Anônimo disse...

Jovem, o seu post já caiu em um grande blog e já esta sendo disseminado como uma verdade. Tudo que vc disse esta afirmando que Deus é a favor do aborto. Vc tem ideia do que isso pode causar? Quantas Jovens podem ir por essa ideia e achar que tem um respaldo para cometer tal crime? Para começar, se vc ler todo o capitulo, vai ver que o texto esta falando quanto as nossas tentações que devemos rejeitar. E mais, muitas são as heresias hoje criadas, onde se apropriam de texto isolados para se defender uma ideia. Mas basta ler todo o contexto. Cuidado com o que se toma como verdade sem que haja uma analise. Vc pode estar levando muitos a uma condenação e isso lhe será cobrado.

Anderson Fábio disse...

Amados, o texto não está justificando aborto de crianças e sim, quando o pecado vai "dart a luz" como o texto de Tiago diz, e nisso que que temos que abortar, O PECADO deve ser abortado para que não demos a luz a ele. Leiam o texto, o BLOG EMUNAH é totalmente contra qualquer tipo de aborto. É só ir em assunto, clicar em aborto e saberão que somos contra o aborto de crianças, mas a a favor do aborto do PECADO!

Quando fala que Deus aprova o aborto de uma sexualidade pervertida. o autor está levando para o aborto do pecado relacionado a sexualidade e não aborto de crianças. Leiam o texto todo para entender, e não o ínício e já comecem a julgar!

Abraços!

Anderson Fábio disse...

Amado em Cristo, o texto que está no grande Blog está como uma pergunta e não como uma verdade, o próprio título é para chamar a atenção mesmo, para que as pessoas leiam o texto e reflitam para abortarem os PECADOS de suas vidas!

abraços!

Anônimo disse...

Logo que comeceu a ler esse texto, pensei que era sobre aborto de crianças, mas depois percebir que estava sendo tratado do aborto de pecados.
Meus irmãos, um assunto tão polemico como esse é um campo fértil de debate, e assim muitos interpretam de outra forma e começam a dá lugar ao diabo (muitos não irão ler o texto, nem o contexto, muito menos o postexto, assim terão o pretexto de criar uma eresia sobre o aborto)
O SENHOR Deus é o SENHOR da vida!
Ninuém pode, e nem tem o direito de tirar uma vida humana (abortar)!...
Abraços...
gosto muito dos textos do blog Hemunah

Leonardo Bruno Galdino disse...

Anderson,

agora que estou vendo essa repercussão aqui. De fato, minha intenção com o título foi mesmo provocar, atrair, chocar. Mas, com isso, edificar. Sou RADICALMENTE CONTRA a prática do aborto de crianças, óbvio. Acho que você acabou chocando mais ainda do que eu ao pôr essas imagens que sugerem esse tipo de aborto. Sugiro que você as tire.

Grande abraço, e obrigado por divulgar o texto.

Leonardo Bruno Galdino disse...

Anderson,

agora que estou vendo essa repercussão aqui. De fato, minha intenção com o título foi mesmo provocar, atrair, chocar. Mas, com isso, edificar. Sou RADICALMENTE CONTRA a prática do aborto de crianças, óbvio. Acho que você acabou chocando mais ainda do que eu ao pôr essas imagens que sugerem esse tipo de aborto. Sugiro que você as tire.

Grande abraço, e obrigado por divulgar o texto.

Anderson Fábio disse...

Amado Leonardo, o texto é muito bom, vou procurar outras imagens, mas a repercussão surgiu pois as pessoas julgam o texto pelo título e pelas figuras e se esquecem de ler. Também sou contra qualquer tipo de aborto. Mas é um absurdo as pessoas comentarem sem lerem o texto do artigo! Muito obrigado mano pelo comentário! Vou ver se coloco uma foto de aborto colocando a palavra pecado escrita no bebê ou algo assim.

abraço!

Leonardo Bruno Galdino disse...

É, esses "leitores" que julgam o texto antes de lê-lo são complicados. Sei bem o que é isso.

Abs.

Danny Fernandes disse...

Galera, vamos ler o texto até o fim? As colocações foram muito boas, achei o máximo a forma de ilustrar e parabenizo o Leonardo pelo texto. E a galera que tanto criticou, por favor LEIAM O TEXTO ATÉ O FIM, já diz a palavra: O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. Os 4.6
A paz, amados

Anderson Fábio disse...

Obrigado pelo comentário Danny, realmente o artigo é muito profundo!

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Se não entende ainda sobre o que a bíblia diz sobre julgar, por favor leia os artigos abaixo!

Julgar ou não julgar?

É Pecado Julgar?

É correto julgar, expor o erro e citar nomes?

É sempre uma falta de amor criticar e julgar?

Muito obrigado!