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Se perdermos o casamento, perderemos tudo




Lembrete aos derrotistas no movimento conservador: Capitular diante do “casamento gay” é entregar o casamento em rendição — que é fazer rendição da família e, no final das contas, a capitulação da civilização.


Sábado passado, Glenn Beck realizou seu evento intitulado “Restaurando a Honra”, em Washington D.C. Estima-se que entre 300 mil e meio milhão de pessoas de todo o país compareceram. O apresentador da Fox News fez do evento um reavivamento ecumênico. “Os EUA hoje começam a se voltar para Deus”, declarou Beck.

Mas enquanto os EUA se voltam para Deus, Beck volta as costas às leis de Deus. Muito bonito, não é mesmo?

Convidado do programa de televisão “O’Reilly Factor” no começo de agosto, Beck foi indagado, “Você acredita que o casamento gay é, de alguma forma, uma ameaça a este país?” Resposta: “Não, não acredito. Os gays vão vir nos pegar?" Aparentemente, essa jocosidade teve por fim diminuir os jecas que se opõem às campanhas para transformar o casamento numa instituição amorfa.

Beck então citou seu herói, Thomas Jefferson (que adorava a Revolução Francesa): “Se não quebra minha perna nem bate minha carteira, que diferença faz pra mim?” Ao que tudo indica, a demolição do casamento e o solapamento da família deveriam ser assuntos de suprema indiferença para os que lutam para salvar os EUA das garras da ideologia de Obama.

Beck é só um de um número crescente de formadores de opinião conservadores que ou são agnósticos sobre o assunto ou decidiram marcar pontos no quesito tolerância com as elites mediante endosso aos homo-casamenteiros. Entre eles se inclui Elizabeth Hasselbeck, da revista The View (“Eu, na verdade, apoio o casamento gay.”) e Ross Douthat, o conservador almofadinha da página de opinião do jornal New York Times, cuja pedanteria faz o falecido William F. Buckley parecer coerente.

Há também o caso de Ann Coulter, que vai palestrar no Homocon, o grande espetáculo de setembro próximo patrocinado pelo GOProud, organização homossexual que está lutando para derrubar a Lei de Defesa do Matrimônio, abrindo caminho para a imposição do casamento homossexual em todo o país, e os líderes republicanos no congresso, que estão se atropelando para comparecer a um evento para o levantamento de fundos, em 22 de setembro, para o grupo gay Log Cabin Republicans.

Ann diz, “Falar num evento não significa endossar todas as posições das pessoas para quem falo.”

Quer dizer então que, se um grupo de simpatizantes do grupo terrorista Hamas criasse um grupo a favor da responsabilidade fiscal e a favor da educação escolar em casa, Coulter apareceria no Jihadcon deles? O livro lançado por Ann em 2007 se chamava “Profanos: A Igreja do Esquerdismo.” Talvez seu próximo livro se chame “Sem Princípios: A Igreja de Ann Coulter.”

Essa indisposição de lutar pela família, da qual a civilização depende, é mais um sinal do fracasso do conservadorismo moderno. A direita pode vencer mil batalhas contra o governo e perder a guerra pelo futuro dos EUA, se capitular em relação ao casamento e à família.

Os traumas sociais dos EUA — bebês nascendo fora do casamento, criminalidade juvenil, uso de drogas, lares chefiados por mulheres — remontam ao declínio da família, que começou com os imensos programas assistencialistas do governo, na década de 1960, ganhou impulso com a legislação sobre o divórcio, na década de 1970, prosseguiu com o aumento do homens e mulheres vivendo juntos sem casar e atingiu seu ápice com o estranho casamento entre pessoas de mesmo sexo.

A oferta de modelos rivais, socialmente sancionados, solapa o casamento heterossexual. Dois homens envolvidos com o que se costumava descrever como atos anormais agora tornam-se o equivalente legal e moral de um homem e uma mulher (esposo e esposa) ligados pela fé e tradição, realizando o trabalho social essencial de gerar e criar filhos.

As escolas vão ensinar que todo arranjo de vida é tão bom quanto qualquer outro. Os patrões serão obrigados a fornecer “benefícios de família” para duplas de mesmo sexo, independente de seus valores e consciência religiosa.

O Estado será obrigado a entregar crianças em adoção para duplas gays, privando as crianças dos modelos paterno e materno necessários para um ajuste bem-sucedido. Em Massachussets, a instituição beneficente Catholic Charities preferiu encerrar seu programa de adoções (o maior do estado) a se submeter a entregar crianças para adoção para duplas homossexuais, como se exige no primeiro estado com casamento gay dos EUA.

Em última análise, o casamento gay vai pôr as igrejas e aqueles que creem na Bíblia no centro das atenções, inclusive a Igreja Mórmon de Beck, violentamente atacada por apoiar a Proposta 8 [que protegia o casamento entre um homem e uma mulher na Califórnia].

Os ativistas homossexuais (que estão entre os ideólogos mais acirrados do planeta) insistirão em que todas as igrejas realizem cerimônias de “casamento” entre pessoas de mesmo sexo — e lutarão para que sejam revogadas as isenções fiscais das instituições beneficentes que se recusarem. Leis de crime de ódio serão aplicadas aos pastores e padres que preguem o Levítico ou Romanos 1:26-27. Na Europa e no Canadá, clérigos têm sido arrastados através de tribunais de direitos humanos por defenderem sua fé a partir do púlpito.

Os conservadores que apoiarem o casamento gay vão ter que parar de ficar resmungando dos esquerdistas por seu elitismo.

Os eleitores de 30 estados fizeram emendas a suas constituições para proibir o reconhecimento de pseudocasamentos, por uma votação média de 67 por cento. Em 2008, no estado mais esquerdista dos EUA, 7 milhões de californianos deram seus votos à única definição de casamento que faz sentido.

Glenn Beck (um populista com estilo próprio) está dizendo a eles que suas opiniões são irrelevantes e que ele está disposto a deixar os tribunais imporem o “casamento” gay sobre suas cabeças servis. Não sabem eles que esses casamentos fajutos (muito estimados pelas elites) nem quebram as pernas de Beck nem batem sua carteira?

Tudo que eles fazem é acelerar o declínio de uma instituição tão velha quanto a sociedade humana. Como podemos dizer sim ao casamento gay e não à poligamia, ao casamento grupal, concubinato, noivas crianças e outras opções de estilo de vida que buscam sanção oficial?

Infelizmente, muitos intelectuais conservadores têm perdido de vista um fato crucial: o excepcionalismo americano (a noção de que os EUA são diferentes de todas as nações desenvolvidas) repousa sobre três pilares — fé, família e liberdade. Remova qualquer um e a estrutura toda desaba.

Como se pode ter uma economia forte sem famílias fortes? Como o economista Ludwig Von Mises comentou, o consumo adiado é necessário para o capitalismo funcionar. Isso implica em indivíduos dispostos a se sacrificarem pelo futuro — e isso implica em famílias.

Sem a família, não importa quantas vezes nós derrotemos o socialismo (sistema de saúde nacionalizado, estatização do setor privado, déficits explosivos, redistribucionismo), no fim, nós perdemos — e é por isso que a esquerda fez do casamento entre indivíduos do mesmo sexo sua prioridade e é por isso que a esquerda tolera menos a discordância em relação a isso do que em qualquer outra questão.

Os conservadores que não entendem isso não têm entendimento de nada.
 
Don Feder
 
Fonte: Tradução de Larry Martins, da equipe do blog Dextra, feita por recomendação e a pedido de Julio Severo.

Artigo original no WND.


1 comentários:

Cris Corrêa disse...

Oi...
Já coloquei teu banner no Blog Frenesi tb ^^

Obrigada!

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