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O lixo nosso de cada dia!



NUNCA NA HISTÓRIA O COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE FOI TAO AFETADO PELOS PROGRAMAS DE TV COMO AGORA. INFIDELIDADE CONJUGAL, HOMOSSEXUALISMO, TRAIÇÃO E OUTROS TEMAS DELETÉRIOS SÃO AMPLAMENTE ACEITOS NOS LARES GERANDO UM ESFRIAMENTO ESPIRITUAL SEM ANTECEDENTES.


Já se foi o tempo em que a sociedade pautava seus valores e pensamentos acerca da vida buscando a moral, ética e a riqueza de conteúdo para seu crescimento. A sociedade encontra-se em crise. Não é difícil identificarmos o esvaziamento da convicção, o pragmatismo exagerado e a limitação do pensamento. Podemos afirmar que vivemos em uma sociedade fútil e manipulada pelo mundo do entretenimento e do espetáculo vazio.

Parece que estamos proibidos de pensar, de raciocinar. Os meios de comunicação exibem programações cada vez mais inúteis, com conteúdos rasteiros e insignificantes. No Brasil a televisão é a principal fonte de informação, em detrimento ao rádio, ao jornal impresso e aos livros – estes quase que ignorados pela grande parte da população.

Em matéria intitulada “Brasileiro assiste mais de 3hs de TV por dia” o Jornal Brasileiro de Ciência da comunicação, publicação mensal da Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação para Desenvolvimento Regional, edição de novembro de 2005, informa que este sé um dos maiores índices do mundo. Alemães são os que menos ficam em frente à TV. Afirma também que o excesso de TV pode trazer conseqüências como a erotização precoce e a banalização da violência.

Segundo pesquisa da Eurodata TV Worldwide divulgada recentemente, pela Folha de SP, as crianças brasileiras são as que mais ficam em frente da telinha. Em média são 3 horas e 35 minutos por dia. Como já citado, os alemães são os que menos ficam em frente da TV, cerca de 30 minutos por dia. Entretanto, vale lembrar que, na Alemanha, 90% da população têm televisores em casa.

O excesso de televisão na adolescência, por exemplo, pode aumentar o risco de depressão na fase adulta, concluiu um estudo publicado na edição fevereiro da revista Archives of General Psychiatry. Pesquisadores usaram dados de uma análise com mais de 4 mil jovens que não estavam deprimidos no começo do estudo. Depois de 7 anos de acompanhamento deste grupo de jovens, mais de 7% apresentaram sintomas de depressão.

Conclui-se, portanto, que, enquanto 6% dos que assistiram a menos TV por dia eram deprimidos, mais de 17% dos que assistiram por mais de nove horas ao dia tinham sintomas depressivos.

Não houve nenhuma associação da doença com jogos de computador, videocassetes ou rádio. “Não sabemos se foi especificamente a exposição à TV que estava associada à depressão, um tipo especial de programação ou outro fator contextual, como assistir sozinho ou com outras pessoas” alerta, cauteloso, Brian Primack, autor do estudo, da Universidade de Pittsburgh.

A falta de interesse pela leitura, pela reflexão crítica e pela busca de informações nos diversos meios de comunicação é bastante preocupante.

As telenovelas, consideradas orgulho da produção cultural no Brasil, apresentam-se carregadas de conteúdo imoral e cheias de futilidades, fazendo com que milhares de pessoas desperdicem seu tempo, alimentando-se de conteúdo altamente deletério. O enredo é sempre o mesmo, com repetições de temas e reflexões esporádicas. O que chama atenção é o incetivo à “não – família” apresentando-a sempre de forma ultrapassada e desnecessária. O adultério é ingrediente indispensável nas produções.


O poder é tão arrebatador, que mesmo aqueles que possuem uma família bem estruturada sempre defendem que a “bela moça” abandone seu esposo para ser “feliz” com o outro.

Em recente estudo do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento verificou-se uma ligação entre as populares novelas e um aumento no número de divórcios no Brasil nas últimas décadas.

No artigo intitulado “Telenovelas”, Nivaldo Ximenes declara que não é de hoje que organismos internacionais que acompanham a história do nosso país alertam os que se preocupam com este tema, que nossa política, valores familiares, relacionamentos e costumes são influenciados e modificados pelas telenovelas brasileiras. A quem interessa? Com certeza a homens ímpios descompromissados com os valores da palavra de Deus.

Os programas de auditório literalmente enrolam os seus telespectadores, que param diante da TV durante horas para se envolver com um conteúdo pobre, superficial, e em muitos casos, perigoso para nossa saúde espiritual.

É crescente o número de mulheres, vestidas de forma sensual, que se apresentam nestes programas, com o objetivo de manter os índices de audiência elevados sem nenhuma preocupação de apresentar algo útil e relevante. A aparência vale mais que o conteúdo.

Até os programas humorísticos foram embalados pela onda da futilidade e falta de valores. Com conteúdo cada vez mais indecente, tem sido difícil para uma família poder sentar todos juntos na mesma sala para participarem de um momento de entretenimento. Quase que na totalidade, os programas humorísticos brasileiros apresentam um “lixo” no sentido cultural e mensagens imorais.

A cultura está em crise. As letras das músicas perderam a criatividade poética e a mensagem sadia. Não importa o que a letra diz, se a plástica for boa, vale tudo!

O que dizer então de programas como Big Brother? Expõe de forma clara a superficialidade das pessoas, que confinadas em um espaço físico, não conseguem apresentar absolutamente nada de relevante. O conteúdo deste e de outros realitys shows são de exibição de corpos, diálogos fúteis e pensamentos medíocres.

A internet em contrapartida aos seus benefícios empolga seus usuários, não pelo que tem de útil, mas pela futilidade que apresenta. Bisbilhotar a vida de alguém em sites de relacionamento como o Orkut ou ficar horas conversando com alguém no MSN tem maior validade do que pesquisar um conteúdo sadio.

A futilidade comanda os movimentos. A.W. Tozer, conhecido escritor evangélico, afirmou que o homem tornou-se um parasita, incapaz de viver um só dia sem o sentimento que a sociedade lhe forneça algo. O que vemos são pessoas que não produzem, não refletem afinal os meios de comunicação é que tem esta obrigação segundo os mesmos.

A mente humana, parece que à semelhança de uma lata de lixo, está com a tampa aberta, sem nenhum tipo de filtro, aceitando tudo o que é despejado. Nem mesmos os cristãos de hoje estão preocupados em buscar sabedoria de Deus para suas vidas.

Como orienta Paulo, em sua carta aos Filipenses, no capítulo 4 e versículo 8, devemos ocupar nossa mente com virtudes: Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos; se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento;

se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto, se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer ao Senhor e achará o conhecimento de Deus. Provérbios 2:1-5.

Certamentenão temos como evitar os veículos de informação. É evidente que fazem parte de nossas vidas e não há como fugir desta realidade. Também não podemos desconsiderar os conteúdos salutares como jornalismo, informações globalizadas e de interesse geral que afetam nossas vidas direta ou indiretamente, porém, podemos fazer um esforço para elevar nosso radar sensorial moral-espiritual e selecionar, dentre as inúmeras atrações disponíveis no cardápio televisivo, as que, efetivamente, nos instruam e irriguem nossas mentes com informações que agreguem valores que solidifiquem nossas estruturas cristãs, em nossa luta diária contra o adversário de nossas almas.

Ev. Eliel Gaby
Fonte: Revista plena - (Ano 4 - Edição 1 - Pag. 24)

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