“Todo homem que ora, ou profetiza tendo a cabeça coberta,
desonra a sua própria cabeça. Toda mulher, porém que ora, ou profetiza, com a
cabeça sem o véu, desonra a sua própria cabeça, porque é com se a tivesse rapada.
Portanto, se a mulher não usa o véu nesse caso que rape o cabelo. Mas se lhe é
vergonhoso o tosquiar-se, ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu” (1ª Co 11.2-6).
Uma das regras da hermenêutica para fazer uma interpretação
bíblica correta é estudar o contexto histórico, o período, a cultura e os
costumes, quem escreveu entre outros. Porém, quem não teve esse privilegio não
sabe definir como foi escrita, ou por que foi escrita, a quem foi endereçada e
comete o erro grosseiro de defender o uso do véu e o cabelo comprido para as
mulheres como doutrina bíblica.
Algumas igrejas estão mais para o Islamismo, cheia
de leis e morte, bem diferente da Igreja de Jesus Cristo, livre e operante. Por
isso vamos estudar este tema analisando o sentido do véu e o cabelo para mulheres.
A Carta do apóstolo Paulo foi primeiramente endereçada aos
irmãos da cidade de Corinto, na Grécia.
Corinto é até hoje uma cidade portuária
muito importante, pois recebe embarcações de todas as nações através do Mar
Mediterrâneo. Corinto foi uma autêntica metrópole, abrigando gente de todas as
culturas antigas. A cidade oferecia aos viajantes, mais divertimento e opções
culturais que outros portos. Lá ficava o único anfiteatro (uma construção
romana) da Grécia com capacidade para mais de 20.000 pessoas.
Naqueles dias,
havia um culto a uma deusa chamada Afrodite, que era tida como a deusa da
fertilidade. E nesses cultos havia a presença de prostitutas culturais, que
tinham relações sexuais durante a cerimônia. A maioria delas tinha a cabeça
raspada. O seu templo abrigava mais de 1000 prostitutas. A cidade tornou-se
símbolo da promiscuidade e decadência moral. Este culto passou ser uma tradição
da cidade e infelizmente existe até hoje na Grécia. Por volta do ano 50 Paulo
morou nesta cidade por um período de 18 meses (At 18.11), onde ensinou o
evangelho, e mesmo debaixo de perseguição deixou ali uma igreja implantada.
Depois que partiu, Paulo escreveu uma carta, hoje perdida (1ª Co 5.9). Talvez
em resposta a essa carta, os crentes lhe redigiram algumas perguntas
inquietantes. A contestação de Paulo sobre os problemas de divisão (1.11), a
imoralidade entre os irmãos (cap. 5; 6.9-20) e as perguntas concernentes a
casamento, alimentos, adoração e ressurreição, provocaram a composição de
primeira Coríntios.
A cultura judaica era diferente dos costumes de Coríntios.
As mulheres gregas vestiam-se de modo diferente das judias. Os judeus jamais
comeriam uma comida vendida em mercado, principalmente sacrificada a ídolos. Um
judeu de modo algum permitiria que as mulheres falassem nas sinagogas, mas na
cultura helênica, contanto que cobrisse a cabeça, as mulheres receberiam
permissão para orar, pregar (profetizar) e exercer alguns ministérios. A
cultura hebraica se chocava com a cultura de Coríntios.
Naqueles dias os homens jamais cobriam a cabeça para orar a
Deus; somente as mulheres. Séculos depois, esse costume judaico mudou. Quando
um homem entrava na sinagoga recebia o talith, um xale de quatro pontas para
ser posto sobre sua cabeça. Os romanos, antes do aparecimento do talith
judaico, já costumavam entrar em seus templos com a cabeça coberta. Os gregos,
todavia, tradicionalmente oravam e adoravam com a cabeça descoberta. Traduzindo
essa argumentação grega, Paulo argumenta que o homem deve orar assim porque ele
é a imagem de Deus na terra e esta imagem não pode ser encapuzada.
“Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o
cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar
véu” (v. 6).
Paulo faz uma analogia para mostrar que uma mulher sem o véu
simboliza, na cultura judaica, o mesmo que a mulher com a cabeça rapada
simboliza na sociedade grega. Prostituta ou infiel. O motivo maior que levou
Paulo a escrever este assunto para a igreja de Corinto, foi para proteger as
irmãs que tinham cabelos curtos de serem confundidas com as prostitutas
culturais. Isto porque, da mesma forma que uma mulher sem véu era considerada
prostituta pelos judeus, uma mulher com a cabeça rapada era tida como meretriz
pelos gregos. Só não faziam uso do véu aquelas que se encontrasse em período de
luto ou as que fossem esposas infiéis. Desta última, o véu lhes era tirado e o
cabelo lhes era rapado, afim de que exibissem o seu opróbrio (vergonha). É este
o único motivo de Paulo pedir que as irmãs usassem o véu. Pois não há motivo
para o uso do véu se o próprio cabelo foi dado no lugar do véu. Além disso, o
apóstolo não menciona o uso do véu em nenhuma outra igreja em que passou. Será
que ele esqueceu desse mandamento? Não, pois era somente em Corinto que havia necessidade
do uso do véu para separar as irmãs das mulheres prostitutas da cidade.
Se analisarmos profundamente este capítulo, Paulo apenas
deseja manter o costume judaico da utilização do véu (v. 5) numa cultura que já
o substituíra pelo uso dos cabelos. Ele sugere que, por uma questão de
coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico
deveriam também preservar o uso do cabelo comprido presente na cultura helênica.
“De fato eu vos louvo porque em tudo lembrais de mim, e
retendes as tradições assim como vos entreguei” (1ª Co 11.2).
As mulheres da igreja de Coríntios viviam em meio a duas
tradições distintas: “...retendes as tradições assim como vos entreguei”. [Tradição
do original grego paradosis - paradosis] que significa transmissão
preceito, particularmente a lei tradicional dos judeus – ordenança, tradição
[dicionário Strong, P. 2339].
Paulo, por ser judeu, propunha a manutenção do costume
hebraico; logo, a questão do uso do véu ou cabelos compridos era apenas
penitente aquele contexto cultural. A mulher usava o véu por submissão e, da
mesma forma, ela deve usar o cabelo comprido por submissão. Mas, no Japão o
fato de uma mulher cortar ou não o cabelo não contém nenhum valor ético e
moral, mas andar a frente do esposo sim, pois sua cultura ensina assim.
O uso do véu ou do cabelo em 1ª Coríntios não se refere à
doutrina da salvação, e sim objeto de uso e costume tradicionais na época dos
gregos e palestinos. Jesus Cristo não quer aparência e sim humildade, amor,
dedicação para com seu santo Evangelho. Cobrir a cabeça é uma prova de
humildade? Eu creio que não. Humildade é esvaziar-se si mesmo.

“A mulher quando ora
ou profetiza deve ter a cabeça coberta com o véu” (1ª Co1.5)
O que se entende por cobertura? Tapar, esconder, ilizar,
guardar etc. As igrejas que ensinam o uso do véu para as mulheres não obedecem
ao costume judaico num todo. As mulheres judias cobriam toda a cabeça, e não só
parte do cabelo. A cabeça é formada por toda a parte superior do corpo, então o
que deveria acontecer era o mesmo que ocorre com as mulheres islâmicas, que
realmente cobrem toda a cabeça. Da forma feita em algumas igrejas, não
conseguem seguir nem mesmo o que mais defendem.
Nas igrejas da Congregação Cristã as irmãs usam um véu de
nylon que é totalmente transparente, não tapa nada, nem mesmo o cabelo, quanto
mais a cabeça, tornando assim inútil e contrário ao próprio texto de 1ª
Coríntios.
O apóstolo Paulo é bem objetivo: ele manda a mulher cobrir a
cabeça toda. Em nenhum lugar nas Escrituras Sagradas, encontramos mandamento
obrigando a mulher a cobrir a cabeça. Eles negam o texto Bíblico, impondo uma
“doutrina” totalmente errada a suas fiéis.
Certa vez uma irmã fez-me um relato dizendo que foi assistir
um culto na igreja Congregação Cristã e sendo recebida por uma irmã
recepcionista a qual lhe trouxe um véu e disse-lhe: “Irmã use este véu porque é
uma arma contra o diabo”.
Então respondi a irmã que me fez este relato dizendo: eu nunca
encontrei na Bíblia um versículo dizendo que o véu é uma arma contra o nosso
inimigo, mas a oração, o louvor, a Palavra e o poderoso nome de Jesus sabemos
que são armas poderosas contra o diabo. Mas, usar costumes tradicionais como
armas é o mesmo que fazer cócega no diabo, pois ele vai ficar rindo de nossas
criancices.
Para as mulheres judias cobrir a cabeça era um costume, uma
tradição e uma obrigação, como também o é entre árabes e por todos os países
controlados pelo islamismo nos dias de hoje. Lá as mulheres trazem a cabeça
coberta como ato de subordinação ao marido e aos pais. São proibidas de
mostrarem seus rostos a estranhos, podendo ficar sem a cobertura dentro de suas
casas, mas quando chegar alguém estranho são obrigadas a irem recebê-los com a
cabeça coberta, não podendo mostrar nem seus rostos. Elas realmente cobrem a
cabeça. A partir da adolescência elas já não podem falar mais com os homens,
exceto os parentes mais próximos. São impedidas de trabalhar e estudar, só saem
às ruas por motivo justificado, assim mesmo acompanhadas de um parente e
cobertas da cabeça aos pés. Mas as mulheres da Congregação Cristã não cobrem
por completo, portanto, não obedecem (1 ª Co 11.5-6). E se elas cobrissem a
cabeça não seria um verdadeiro escândalo para nós que somos latinos e não
árabes?
A primeira igreja a usar o véu transparente foi à igreja
Católica no ano de 1854, pela ordem católica das irmãs de Maria, quando feito o
coronário de Maria como “mãe de Deus”. Esse véu foi criado para fazer distinção
entre as irmãs de Maria e as demais ordens da igreja Católica. Portanto é um
objeto idólatra, nada tendo a ver com a doutrina apostólica.
O véu, portanto, que a igreja Congregação Cristã herdou não
tem absolutamente nenhuma ligação com as Sagradas Escrituras.
“E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o
cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (1ª Co 11.15).
Para aquelas que tinham os cabelos compridos, não havia
razão para pôr o véu sobre a cabeça. Aqui Paulo fez diferença entre a igreja de
Coríntios e as demais igrejas, mostrando perfeitamente que o uso do véu não era
doutrina e sim uso de costume, para as outras o cabelo foi dado em lugar do
véu. O tema principal deste bloco escriturário é exatamente a posição da mulher
em relação ao homem e, conseqüentemente, como ela deve apresentar-se diante de
Deus. E a conclusão é que o véu era sinal de poderio do marido sobre a esposa:
compare 1ª Co 11.10 com Gn 24.65. Era assim que acontecia entre os judeus no
contexto cultural do Velho Testamento. Quando Rebeca recebeu Isaque como
esposo, ao saber que era ele que se aproximava dela, cobriu-se com o véu. Sinal
de que aceitava o poderio do marido sobre ela (Gn 24.65). Dizemos nesta
passagem que esse “sinal de poderio” não significa uma posição inferior da
mulher, pois Paulo procura mostrar nos versos 11 e 12, que a mulher e o homem
são interdependentes, chegando a admitir que, assim como a ela provém do homem,
ele também provém da mulher (no sentido de nascer de uma mulher).
O símbolo do véu, na mulher e não no homem, era um costume
judaico e de alguns povos antigos. Paulo estava reforçando esse ensino para que
a mulher cristã não causasse escândalo aos pagãos. Nos dias de hoje, não temos
este costume entre nós. O problema é humano e não divino. Para trazer o costume
judaico para a mulher cristã de hoje, teremos que fazer a mesma coisa para os
homens. Para as mulheres tudo é pecado, mas para os homens? Antes de tudo, eles
não poderiam usar calças, nem gravata, nem bigode, porque são costumes modernos.
Eles teriam que andar de vestidos grandes e largos e, como era honroso diante
de Deus, teriam que ter barbas longas (2º Sm 10.1-5; 1ª Cr 19.1-5; Sl 133).
Pelo que se nota, em nenhum lugar Paulo proíbe cortar um
pouco do cabelo ou tê-lo mais curto ou mais comprido. O que ele ensina é: ou
tem cabelo ou rapa a cabeça por completo. Mas, não fala de cortar um pouco do
cabelo. Afinal, a cobertura poderia ser mais curta ou mais comprida. Se não
fosse assim, seria difícil para as mulheres africanas serem puras, no uso do
cabelo como véu, cujo cabelo é geralmente, muito curto, e lá tanto as mulheres
como os homens têm o cabelo curto. Aliás, o verso 15 fala que é honroso para a
mulher ter cabelo comprido ou crescido, dizendo que este lhe foi dado como véu.
Mas a palavra para “véu” no verso 6, quando trata da mulher em ato de culto
diante de Deus, não é a mesma aqui no verso 15, que algumas traduções vertem
por “mantilha”. Aqui, quando fala de cabelo comprido, não refere-se ao véu para
o ato de orar ou profetizar no culto. Portanto, trata-se apenas de uma questão
de “honra” ou “glória”, contrastando com a situação do homem, para quem é
desonroso ter cabelos compridos (v. 14). Paulo cita o cabelo como exemplo e
declara que o comprimento do cabelo do homem e da mulher deve ser tal, que haja
uma distinção entre eles. O cabelo da mulher deve ser, no entanto, mais longo e
o cabelo do homem curto. Nos tempos de Paulo, o cabelo longo masculino era
vergonhoso entre os homens e repudiados pelos judeus, bem como pelo povo de Corinto
no século I. Usar este contexto e obrigar as irmãs usar véu ou proibí-las de
cortar um pouco de seus cabelos para cultuar a Deus, é tornar-se um legalista,
fariseu e radical. É forçar a Bíblia dizer o que ela não diz.
Qual seria o tamanho de cabelo ideal para caracterizar a
submissão de uma mulher? Muitas têm os cabelos que se arrastam pelos pés, mas
não têm respeito e submissão pelo seu marido. E qual é o ensino de Paulo para
as mulheres: “As mulheres, sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor”
(Ef 5.22).
Os versículos escritos pelo apóstolo Paulo à igreja de
Corinto, tratando sobre os cabelos de homens e mulheres, são largamente
ensinadas por algumas igrejas para consubstanciar (concretizar) seus ensinos
que proíbe as mulheres de sequer aparar as pontas dos cabelos. A postura de
Paulo neste capítulo é tão enfática e clara, pois ele fala da natureza do homem
e da mulher. Portanto, quando ele fala de natureza em Romanos capítulo primeiro
verso 26, refere-se à mudança de sexo (homossexualismo e lesbianismo) e não a
cabelo. “Ou não ensina a própria natureza ser
desonroso para o homem usar cabelo comprido? E que, se tratando da mulher, é
para ela uma glória? Pois o cabelo foi dado em lugar do véu (ou como o de véu)”
(vvs. 14-15).
Se o cabelo foi dado em lugar do véu, porque então se usar o
véu? É porque havia na igreja de Corinto irmãs que não tinham o cabelo longo e
somente para estas havia a necessidade do uso do véu para não serem confundidas
com as prostitutas culturais.
A questão dos cabelos crescidos para as mulheres e curtos
para os homens é meramente cultural. Para que o homem e a mulher não viessem a
perverter a natureza do sexo. O princípio básico apresentado aqui é de que
homens e mulheres devem honrar a dignidade do seu próprio sexo e não tentar
adotar aparência ou papel do outro.
Finalmente, todo o véu foi tirado do cristianismo. Quando
Jesus morreu na cruz o véu que separava o Santo dos Santos e impedia as pessoas
de olharem para aquilo que representava a presença de Deus, rasgou-se de alto a
baixo, acabando com aquela barreira. Agora a presença de Deus está aberta a
todos, indistintamente. Por outro lado, falando aos mesmos cristãos de Corinto,
Paulo comenta que Moisés, quando veio do monte Sinai, seu rosto brilhava e
tiveram que cobri-lo com um véu. Paulo fala da lei, mas quando se converte o
véu é tirado.
“Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre
o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é
tirado. Ora, o Senhor é Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor aí há
liberdade”. (2ª Co 3.15-18). “Mas, todos nós, com cara descoberta, refletindo
como espelho a glória do Senhor” (2ª Co 3.7-18).
Onde está o Espírito do Senhor, isto é, a Nova
Aliança, há liberdade: a liberdade oferecida pelo Senhor não é
legalista, oprimente, que sufoca, entristece e mata através de suas
“doutrinas”. Se ele fala: “Todos nós com cara descoberta”, fala da mulher
também.
Se o diabo não consegue fazer algumas igrejas a
usarem o véu, ele ensina que a salvação é pelo cabelo e as mulheres ficam
proibidas de sequer emparelhar seus cabelos.

Por causa de todo este radicalismo, há muitos descontentes
com as doutrinas humanas, com líderes, com os cultos e principalmente com a
visão de que são os únicos que serão salvos. Criou-se um fanatismo que leva o
medo e terror a todos os que se opõem aos dogmas impostos.
Todo o líder deve ser coerente e saber que não devemos
acrescentar nada nas Escrituras Sagradas, pois ela é clara quando diz: “se
alguém fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos
neste livro. E se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta
profecia, Deus tirará a sua parte da arvore da vida, da cidade santa e das
coisas que se acham escritas neste livro” (Ap 22.19-20).
Os membros da igreja do véu têm medo de ir as outras
igrejas, são proibidos de participar ou mesmo assistir cultos em qualquer outra
igreja. E se infringir essa regra, são ameaçados de ir para o banco dos
pecadores, onde serão envergonhados e desprezados.
Hoje, a mulher deve portar-se descentemente, dentro dos
melhores padrões da nossa cultura. O sinal do poderio do homem sobre a mulher
não está nos cabelos, mas no coração e na sua vida de respeito. E não há mais
véu de separação entre nós e a presença de Deus. Portanto, temos que nos
aproximar de Deus com “rosto descoberto” (sem o véu), vida limpa e pura diante
de Deus, tanto homens como mulheres. Ensinar as mulheres de hoje a viver como
as do tempo de Paulo, ou de cinqüenta anos atrás, é falta de cultura, e o mais
ridículo é ensinar que faz parte da salvação.
Infelizmente as irmãs indefesas são as que mais sofrem. Em
muitas igrejas elas andam como trogloditas, cabeludas e desajeitadas. Mas, para
os homens é diferente andam com seus bons ternos, cabelos pintados, perfumes
importados, etc. Para muitos as mulheres não têm valor, pois são mulheres e o
lugar delas é na cozinha e pronto. Mas muitos não sabem que no coração deles está
a cobiça, avareza, orgulho e o poder.
Precisamos defender a dignidade da mulher e ensinar que elas
têm muito valor para o Senhor e para Sua obra. O que seria da igreja se não
existisse as mulheres de oração? Nas igrejas quem mais sofre são as mulheres,
porque as lideranças evangélicas são masculinas e a maiorias das proibições
visa as mulheres. Revoltadas, mas sem poder para contestar, elas sofrem
humilhações públicas. Nos púlpitos, os pregadores vociferam acusando-as de
vaidosas e de Jezabel. Em muitas ocasiões esses pastores, trajando um terno
caríssimo e ostentando uma bela gravata de seda importada (quase sempre presa
por um grampo de ouro), exigem simplicidade no trajar das mulheres. As pobres
irmãs, enojadas com tanta hipocrisia, anseiam por liberdade espiritual. Se
Jesus entrasse hoje em uma dessas igrejas, iria chamá-los de hipócritas, raça
de víboras e assassinos.
Tanto o homem como a mulher deve estar dentro da vontade de
Deus, vestindo descentemente, com modéstia, com aparência e devida conduta.
Vestir-se de modo correto e descente é um princípio bíblico de validez permanente.
O verso 13 também deve ser analisado: “Julgai entre vós
mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu”.
Quem era para julgar? Eram somente os irmãos de Coríntios,
pois a eles foi endereçada a carta, e nas outras não havia o problema que
existia em Corinto.
O véu que certas mulheres usam, ou a proibição de emparelhar
os cabelos por algumas igrejas, é meramente um fardo colocado pela liderança
destas igrejas e que não traz nenhum benefício ou edificação em Deus, senão
confusão e discórdia (1ª Tm 6.3-5). O ponto mais perigoso de tudo isso, são
certos “líderes espirituais” que estão colocando a salvação das mulheres pelo
véu ou pelos cabelos a ponto de proibirem as mulheres de sequer emparelhar,
pintar ou cuidar de seu cabelo e até mesmo proíbem as mulheres de fazerem
depilação dizendo que estão mudando a natureza que Deus deixou. Um ministro que
usa este tipo de ensino cai no mesmo erro dos judaizantes que defendiam a
circuncisão, mas deixavam de lado o mais importante: manifestar a glória de
Deus e testemunhar do amor de Deus (Jo 3.16).
O apóstolo Paulo nos escreve ainda que: “ainda que eu
distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu
próprio corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me seria aproveitará”
(1ª Co 13.3). Só o amor é o fundamental da
perfeição. È uma negação que essa seita se firme em dogmas, tradições ou
formalismos, como doutrina. Podemos alcançar a salvação por meio da nossa fé,
pela graça de Jesus Cristo, servindo-o de todo o coração com sã consciência.
Devemos ser fiéis a Ele por convicção e amor, não servindo de manequins,
desfilando nas igrejas. Seria hipocrisia, não levando em conta o mais
importante que é a nossa fé que salva e nos dá vitória sobre todas as coisas do
mundo.
Será que Deus está contente com o jugo que colocam sobre as
mulheres de usar o véu ou sequer emparelhar o cabelo? Eu creio que não. O
verdadeiro ministro deve ensinar sua igreja dentro do bom senso sem comprometer
a salvação pela graça para não caírem no pecado dos fariseus (Mt 15.1-3).
“Contudo se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não
temos tal costume, nem as igrejas de Deus” (v. 16).
O problema é que certos irmãos usam textos que se referem a
usos e costumes, que dominamos Didaquê, e os aplicam como se fossem
doutrinas importantes como a salvação, a ressurreição, perdão etc, que a
chamamos de Kerigmatica.
Aqueles que querem ser contenciosos, que gostam de criar
problemas usando regras e leis no tocante a usos e costumes, usando como
doutrina, Paulo é explícito: “não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”.
Devemos tomar uma posição digna para defender o evangelho de
Cristo e dizer o que Paulo falou para Timóteo: “E repele as questões insensatas
e absurdas, pois sabes que só engendram confusão” (2ª Tm 2.23).
Será que eu preciso dizer mais alguma coisa? O uso do véu
era um problema localizado somente em Corinto. Nem Jesus
e nem um outro apóstolo abordou este assunto, por quê? Porque era uso e costume
e não havia este problema entre o povo judeu, senão apenas na igreja em
Corinto.
Mas, para alguns o cabelo comprido da mulher é sinal de
santidade. Fazem de um costume uma doutrina! Sim é claro que é doutrina, mas
doutrina de homens e não de Deus (Mt 15.8-9).
Certa vez uma mãe dirigiu-se ao gabinete pastoral da igreja
para relatar o pecado de prostituição de sua filha e após relatar o assunto ao
pastor ela disse: “Pastor, eu ainda fico feliz pelo menos minha filha não
cortou o cabelo”. E o pobre “pastor” em vez de ensinar a verdade para a
irmãzinha fez o mesmo relato no culto dizendo: “pelo menos ela não cortou o
cabelo”. Como se o pecado de prostituição não fosse tão grave como emparelhar
os cabelos. Isto é uma hipocrisia, uma falsa religiosidade, colocar o cabelo
acima da lei moral.
A prostituição é um ato imoral e reprovável por Deus, pois
ficarão de fora do reino de Deus (Gl 5.19-21). A Bíblia não diz que as irmãs
que cortam o cabelo ficarão fora do reino de Deus, mas diz que aqueles que
acrescentam ou tiram algo das Escrituras, receberão sua recompensa (Ap
22.18-19). A Bíblia é a Palavra de Deus, e não deve ser menosprezada, retalhada
ou profanada nas mãos dos homens. Deus está insatisfeito com este tipo de líder
que sobe no púlpito para pregar cabelo de mulher como meio de salvação. Mas, onde
está a falha deste tipo de líder? A falha está na falta de preparação
ministerial, esta, de forma substancial estendida a uma grande parte de
obreiros.
Deus não nos avalia pela roupa que usamos, mas pelos
atributos morais divinos. Se nossas vestes foram lavadas no precioso sangue de
Jesus e se nossas obras foram aprovadas por Ele, não precisamos de dogmas e
preceitos humanos para chegar até Ele.
Em certa igreja de nosso país, um pastor após a oração da
manhã, fez o seu desjejum e se deslocou para seu gabinete pastoral para atender
e aconselhar os irmãos que ali o procuravam. Passadas algumas horas sua
“querida” esposa trouxe uma bela notícia: Fulano nossa filha emparelhou os
cabelos. O “pastor”, sem acreditar naquilo, abandou os seus compromissos,
deixou todos os irmãos esperando e correu enfurecido pelo corredor até chegar
ao quarto que ficava nos fundos da estreita casa pastoral, entrou no quarto
totalmente descontrolado e disse com voz altiva: Filha tu emparelhou os
cabelos? E logo ele constatou que era verdade. Você quer destruir meu
ministério? Você não sabe que é pecado cortar os cabelos? Você quer ir para o
inferno? O pastor movido por uma “ira santa” desafivelou o cinto, dobrou em
duas voltas e bateu em sua filhinha até que os vergões se desenhassem em suas costas
e pernas. Envolvido pela mesma ira com que a surrava, desabafou: “Não vou
tolerar uma mundana dentro da minha casa. Enquanto você morar aqui não vou
admitir que corte seu cabelo novamente, você está me ouvindo?” Ainda irado e
com o coração acelerado, voltou para aconselhar os pobres irmãos que lhe
esperavam.
Duas horas depois, recebeu a notícia mais devastadora de sua
vida: Sua filha havia derramado álcool sobre todo o corpo e ateado fogo. O
pastor correu mais uma vez, agora desesperado e encontrou sua filha agonizando
com queimaduras profundas. Tomou em seus braços e a levou para o hospital. Mas,
naquele mesmo dia, à tarde, a menina veio a falecer no ambulatório do hospital.
Aconteceu numa cidade de nosso Brasil; e pior que ela se
repete, claro, sem os mesmos extremos, quase todos os dias em alguma família
evangélica brasileira. Retrata a severidade com que algumas denominações
brasileiras encaram o problema dos usos e costumes. Você acha que Deus está
contente com estes santarrões assassinos que levam centenas de almas para o
mundo pensando que estão agradando a Deus? De modo nenhum!
Gostaria de todo o meu coração que certos líderes acordassem
para a Verdade do Evangelho em sua totalidade e alcançassem o fundamento da
graça e da fé. É justo dizer que há entre eles muitos fiéis a Cristo,
precisamos de alimento na Palavra, e beber do Manancial de Águas Vivas.
Certa vez ministrava em uma igreja e fui abordado por um
irmão o qual contestou o ensino dizendo: “certa vez uma irmã foi até a
cabeleireira para aparar as pontas de seus cabelos e quando a moça começou a
cortar o piso do chão se quebrou todo”. E nos contava como se fosse um aviso de
Deus. São pessoas desprovido da verdade e contam fábulas como se fosse uma
visão de Deus. Por isto prescreveu Paulo: “baseando-se em visões, enfatuado,
sem motivo algum, na sua mente carnal” (Cl 2.18). Após o tal irmão contar este
“episódio” um determinado líder se levantou e ma disse: “Pastor nós temos na
nossa igreja esta tradição”. E eu apenas respondi que certas tradições invalidam
a Palavra de Deus (Mc 7.13).
Quando Paulo emprega a expressão: “por causa dos anjos” em
1ª Co 11.10, ele está querendo dizer: se a mulher tem poderio do marido e não
demonstra pelo símbolo do véu ou do cabelo no culto, ela está mentindo diante da
congregação, e os anjos estão vendo isto e eles não gostam de mentira (Ec 5.6).
Ainda mais, certos ensinos de Paulo eram muito particulares
e não constituíam mandamento do Senhor. Em 1ª Co 7.6, ele ensina algo por
permissão e não por mandamento; em 7.12, ele declara: “Digo eu, não o Senhor”,
em 7.25, ele diz: não tenho mandamento do Senhor, ele dá o seu “parecer”, em 1ª
Tm 2.12, ele diz: “não permito, porém, que a mulher ensine...”. Eram
ensinamentos pessoais de Paulo, naturalmente baseados em situações meramente
culturais, e não constituíam ensinamentos permanentes para o povo de Deus. Usar
o parecer de Paulo como doutrina em nossa cultura atual estaríamos caindo da
graça e seremos taxados de radicais.
Sempre que se faz uma abordagem radical da Bíblia gera-se
erro doutrinário. Uma falha desse tipo deve ser combatida porque é doutrina de
homens. É verdade que errar na compreensão dos textos bíblicos é uma
possibilidade a que todos estamos sujeitos; porém, quem tem compromisso com a
verdade não pode tolerar inexatidão. Todo o cristão deve aceitar sua
falibilidade, porquanto ninguém é perfeito. Nossos processos de aprendizagem e
compreensão da verdade têm sido maculados pela queda original. Ninguém deve
espantar-se porque há diversas interpretações sobre os ensinos da Bíblia. Cada
pessoa filtra o que lê através de sua cultura, preconceitos e ensinos que lhe
foram passados por outras pessoas. Não sendo Deus autor de confusão (1ª Co
14.33), sabemos que a falha por não compreender corretamente o texto, não é d’Ele
ou da Bíblia, a falha é nossa; simplesmente usamos nossas lentes da tradição e
de nosso preconceito. Usamos os usos e costumes como santidade. Lemos a Bíblia
e interpretamos como queremos, mas não como o autor sagrado, e o próprio
Espírito Santo gostaria que lêssemos.
Quem lê a Bíblia pode encontrar milhares de aplicações para
um determinado texto, mas deve achar apenas uma interpretação. Deus não concede
a ninguém o direito de torcer o significado da Escritura. Essa ciência de
compreensão e interpretação corretamente o texto chama-se hermenêutica. Quando
se violam as regras de hermenêutica, dependendo da gravidade da infração,
geram-se erros ou heresias. Pela falta de fidelidade à Hermenêutica, muitos
textos da Bíblia são lidos e comumente distorcidos para se moldarem à doutrina
de uma denominação. Às vezes violam-se regras básicas e, quando fica óbvio
demais a ponto de não ser possível o uso da Bíblia para autenticar doutrinas
humanas, advogam-se que esta advêm da tradição da igreja. E como é difícil tirar
uma tradição ou um ensino errado. Por quê? Porque falta humildade e respeito
com a Palavra de Deus. Porque aprendi assim e vou ficar assim. Porque os pais
da igreja (denominação) nos ensinaram assim. Porque a nossa igreja tem “doutrina”
- tradição e devemos obedecer ao líder. Esquecemos da era das trevas em que a
igreja intitulou os papas como representante de Deus.
Pr. Elias Ribas
é um dos nossos autores e é pastor auxiliar na Assembléia de Deus em Blumenau.
1 comentários:
Olá, gostaria que me responde-se uma coisa:
Concernente ao texto: "Naqueles dias, havia um culto a uma deusa chamada Afrodite", você disse:
"Depois que partiu, Paulo escreveu uma carta, hoje perdida (1ª Co 5.9). Talvez em resposta a essa carta, os crentes lhe redigiram algumas perguntas inquietantes..... e isso provocou a composição da primeira carta aos Coríntios."
Se a primeira carta de aos Corintios, é resposta aos crentes daquele local, quais fizeram perguntas inquietantes a Paulo, isso significa que o ensino do Véu foi em resposta a alguma dessas perguntas, não é verdade?
Seguindo seu raciocínio e linha de pensamento, a resposta de Paulo aos irmãos de Corintios foi com base nas escrituras, porque Paulo, em 11 de Corintios ensinou o porque os homens não devem cobrir a cabeça na oração e profecia, porque todo homem é a imagem e a glória de Deus!
Este ensino de Paulo, não teve, em nenhum momento, argumentação de cultura e costumes, mais unicamente com base na palavra de Deus (escrituras).
Da mesma forma, Paulo também respondeu pelas escrituras o motivo pelo qual as mulheres devem cobrir a cabeça na oração e profecia. Usando o fundamento que a mulher foi criada por causa do homem, portanto a mulher é a glória do homem, e não de Deus!
E Paulo se aprofunda ainda mais no fundamento espiritual dizendo que a mulher deve ter sobre sua cabeça sinal de poderio, POR CAUSA dos ANJOS.
Isso nos esclarece que a resposta de paulo aos irmãos de Corintios, foi "ESPIRITUAL", e não com bases em costumes e culturas!
Isso significa que a resposta de Paulo aos irmãos de Corintios foi dentro da palavra de Deus, e não por motivos culturais!
E os ensinos da primeira carta aos Corintios, ainda que foi direcionada aos Corintios, contudo o ensinos era para todos os que em todo lugar invocam o nome do Senhor.
É só ler no principio da carta:
I Corintios 1:
1 Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus), e o irmão Sóstenes,
2 A igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, COM TODOS OS QUE EM TODO LUGAR INVOCAM O NOME DO SENHOR JESUS CRISTO, Senhor deles e nosso:
Deus abençoe, e estude mais dentro das escrituras, não use hermenêutica histórica, e sim hermenêutica bíblica!
A paz de Deus!
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