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Exigir de Deus

Uma interpretação estapafúrdia de Mc 11.24 ensina que devemos exigir de Deus aquilo a que temos direito. O versículo diz: "Por isso vos digo que tudo o que PEDIRDES em oração, crede que recebestes, e será vosso". Dizem que pedir pode ser entendido como exigir. Milhares de pessoas estão de forma arrogante exigindo bênçãos. Quem somos nós para exigirmos de Deus alguma coisa? E a soberana vontade de Deus não conta? Então teremos que alterar outras passagens bíblicas, tais como: Mt 7.7-8: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á"; "Pois aquele que PEDE, recebe’. Mudemos para "Aquele que exige, recebe". Mudemos também todo o enunciado de 2º Cr 7.14, em que Deus declara que só responde a orações de pessoas humildes, arrependidas e convertidas. Mudemos então muitos outros versículos que nos ensinam a pedir a Deus, e não d’Ele exigir (Jo 16.24; Tg 1.5). Se Paulo soubesse dessa novidade teria exigido a cura do seu espinho na carne, mas ele pediu três vezes a Deus e não foi atendido (2ª Co 12.8).

Devo dar nota dez pela criatividade dessas denominações chamadas "cristãs". Realmente o lançamento de objetos (coisas) no mercado da fé é bastante diversificado e tem alcançado os objetivos perseguidos, ou seja, o de elevar a arrecadação. Que essas palavras sirvam de alerta aos irmãos que, por fé, aceitam as orientações e ensinos de seus líderes religiosos. Deus não se manifesta através de objetos, de sabonete, vassoura, imagens, óleo importado, cajado, nem por meio de campanhas destinadas a arrecadar dinheiro.

 Quem confia num pedaço de pedra de Israel, também confia numa vela de sete dias e num chifre de boi ou um pé de coelho para livrar-se das maldições. O crente não precisa de sal grosso para espantar demônios; ele próprio é sal da terra e luz do mundo, para combater a corrupção e as trevas. Vamos reflitam mais uma vez nas palavras do apóstolo Paulo: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja amaldiçoado" (Gl 1.8). E os vendilhões do templo e mercadores da fé reflitam nessas palavras: "Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração, pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de iniquidade" (At 8.20-23).

"E [Jesus] entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração, mas vós fizestes dela covil de salteadores" (Lc 19.45-46).

Na epístola do apóstolo Pedro ele traz um ensinamento que fundamental para todos os ministros de Deus dizendo: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele não por força, mas voluntariamente: Nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto (boa vontade). Nem como dominadores dos que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1ª Pe 5.2-3).

Ministros Pastores e dirigentes das igrejas devem acautelar-se de dois pecados perigosos. 1) A ambição por dinheiro; 2) A sede de poder.

1) O ensino do Novo Testamento para quem administra a obra de Deus é que recebam sustento adequado da igreja e que se contentem com o que têm para si mesmos e para suas famílias. Nenhum ministro deve enriquecer-se em detrimento da obra de Deus. Aqueles que se deixam dominar por este desejo, ficam à mercê dos pecados da cobiça, da prevaricação e do furto. Por amor ao dinheiro, comprometem a Palavra de Deus, os padrões da retidão e os princípios do reino de Deus.

2) Aqueles que cobiçam o poder dominarão aqueles que deveriam servir, pelo abuso excessivo da sua autoridade. Antes, o ministro deve conduzir a igreja, servindo de exemplo ao rebanho na sua devoção a Cristo, no serviço, humildade na perseverança, na retidão, com honestidade e na constância na oração e no amor à Palavra.

A admoestação do apóstolo Pedro aos ministros é para servirem ao Senhor sem avareza, sem usar a força, mas voluntariamente e de animo pronto e nem como dominadores, ou seja, donos da igreja, mas servindo de exemplo ao rebanho. Não quero aqui estipular o ordenado de um ministro, mas sim combater o comércio que algumas igrejas que se dizem evangélicas estão fazendo com a obra de Deus.

A igreja é do Senhor Jesus e não dos homens. Jesus demonstrou o maior amor em dar a Sua vida por ela, não existe preço que pague a salvação de uma alma. Os ministros são escolhidos para ensinarem a Palavra e cuidar o rebanho do Senhor.

Devemos contestar aquilo que julgamos ser contrário à Palavra de Deus. Combater aquilo que consideramos estranho ao Evangelho, ou seja, o uso de objetos para usufruir melhores bênçãos de Deus ou para afastar maldições. Devemos alertar incessantemente o povo de Deus sobre algumas heresias no meio evangélico. O cristão necessita usar alguma coisa tangível (cordões, anéis, pulseiras, vassouras, varinhas mágicas, pedras, cajados, rosas, sal grosso, etc), que funcionariam como amuletos, para receber ou aumentar as bênçãos divinas, garantir salvação, aumentar a fé ou afastar demônios ou maldições?  De maneira nenhuma devemos usar estes tipos de amuleto, Jesus Cristo disse na sua Palavra: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”. Sabemos que a Bíblia diz que o anjo do Senhor acampa ao redor dos que os teme e os livra; e Paulo diz aos Corinto que o Espírito Santo habita em nós, por isso não precisamos de amuletos como muitas igrejas estão ensinando, a nossa fé deve ser fundamenta em Cristo Jesus e na sua Palavra. A compra e venda de objetos para serem usados como amuletos, ainda que com o objetivo de cobrir despesas extras, não condiz com a vida cristã.

Lamentavelmente a indústria da fé tem substituído os sãos princípios que emanam da Palavra de Deus. Com a adoção de práticas místicas e outros elementos de sabor duvidoso, as correntes dos "milagres" há muito perderam o fio da meada no que tange ao verdadeiro sentido do Evangelho de Cristo. Como no romanismo, onde até o Senhor Jesus é substituído por coisas, relíquias, ossos de santos, manto e por sua mãe, no meio dito evangélico só mudam os ingredientes, permanecendo o mesmo sentido. A finalidade é quase a mesma auferir lucros para manter a organização a pleno vapor. Enquanto isso a verdade continua sendo ignorada pela multidão em demanda do benefício. Uma verdadeira inversão de valores tem ocorrido ultimamente com a adoção de medidas "profiláticas" visando libertar o corpo em detrimento da alma que permanece tão maculada como uma fornalha a expelir fuligem. Nota-se que o convite feito aos milhares são no sentido de receberem benefícios físicos e prosperidade, nunca para que o ser humano se reconheça pecador, arrependa-se e entregue-se a Jesus. Fossem os apelos nesse sentido adivinhem se as igrejas estariam tão cheias como acontece nesses meios. Precisamos nesses últimos dias levantar arautos pata fazer valer suas finalidades ante o caos reinante onde o caráter homocentrista suplanta o teocêntrico. A continuar esse estado de coisa a mensagem real de salvação tenderá a ser empanada pela ambição de inescrupulosos "líderes" que não têm o mínimo temor de Deus. Aliás, se tivesse, não considerariam o Criador como um reles empregado obrigado a auferir dividendos aos "pedintes da sorte".

I.         DEUS JÁ HAVIA ALERTADO O POVO DA ANTIGA ALIANÇA CONTRA OS FALSOS PREGADORES

“E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte” (Is 56.11).

E no livro do profeta Ezequiel diz o Senhor: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmo! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vesti-vos de lã, e degolais o cevado, mas não apascentai as ovelhas. A fraca não fortaleceu, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza” (Ez 34.2-4).

O Senhor Deus falou por intermédio dos profetas, contra os falsos líderes espirituais cobiçosos que apascentam a si mesmos, sem amor fraterno. O verdadeiro ministro é aquele ensina a Palavra sem distorção, cuida com todo o amor das suas ovelhas; fortalece a fraca, cuida da doente, sara a quebrada, busca a desgarrada e traz a perdida. Deus reprovou os dirigentes e sacerdotes corruptos de Israel, porque desprezavam a Sua Palavra, eram cobiçosos e por ganhos egoístas e sem amor pelas almas. Não quero dizer com isso que é ilícito o ministro receber remuneração, não, de maneira nenhuma, pois o apóstolo Paulo diz nas carta a seu filho Timóteo: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na Palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: Não amordace o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário” (1ª Tm 5.17, 18).

A igreja que recebe o carinho e o amor do pastor irá recompensa-lo muito bem e com alegria. Mas existem aqueles que fazem da obra de Deus uma empresa e ainda dizem ser embaixadores de Cristo.

            O Senhor Jesus já havia advertido Seus discípulos na parábola da rede: “O reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus dentre os justos. E lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13. 47-50).

             É sumamente importante mantermos viva a pregação do legítimo Evangelho, e não nos deixarmos impressionar por esses campeões da mídia, atores, mágicos, sonegadores da Palavra. Tão somente tenhamos o cuidado de não convidarmos a pregar em nossas igrejas, pois nada têm a nos ensinar. Ao contrário, quase sempre deixam uma esteira de confusão e falsos ensinamentos quando passam pelos nossos púlpitos. Continua mais do nunca válida a advertência de Paulo aos Gálatas que esses tais também anunciam outro evangelho (Gl 1.18).

II.  MINISTRO CHARLATÃO

Existem ministros formados em charlatanismo aproveitam das dificuldades e da ingenuidade de seus seguidores e pregam um Deus materialista apregoando uma falsa prosperidade, isto é, quem dá mais a Deus, recebe mais, e fazem um grande comércio com as coisas de Deus vendendo orações, óleo de Israel, sais, unguentos, incensos, água benta, fazem fogueira santa para arrecadar fundos. Existem aqueles que após suas pregações lançam o envelope dizendo: “os que derem mais recebem mais do Senhor” e outras coisas como já vimos acima, como se isso fosse resolver todos os problemas da humanidade. Estes tais fazem da obra de Deus uma fonte de lucro, pois são lobos devoradores no meio da igreja.

Para sermos abençoados precisamos cumprir com os requisitos de Deus. Não é com dinheiro que recebemos as bênçãos de Deus, mas com um coração puro e lavado pelo sangue de Jesus e uma vida de oração diante do verdadeiro Deus e o cumprimento de Sua Palavra. Deus não é negociante e nem materialista, para comprarmos suas bênçãos, mas é um Deus excelso e Criador. A Bíblia diz que somos libertos por Jesus Cristo, (Jo 8.32), somos limpos pela Palavra (Jo 15.3) e somos abençoados pela obediência a Santa Palavra de Deus.

Muitos não sabem que a oração em nome do Senhor Jesus é a chave para todos os problemas, e que Jesus levou todos os nossos problemas e enfermidades na cruz do calvário, e temos o livre acesso ao Deus Pai por Seu intermédio. O segredo da prosperidade está na obediência da Palavra de Deus e fora disto não há prosperidade, é por isso que o grande sábio Salomão escreve no livro de Eclesiastes 12.13 dizendo: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos, porque isto é dever de todo o homem”.

III.                 MINISTROS AVARENTOS

Na carta do apóstolo Pedro ele diz:: “E por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não tardará” (2ª Pe 2.3).

Nos tempos de Pedro já existia este tipo de ministro e continuaram em nosso meio até a vinda do Senhor Jesus. Ele sabia que surgiria “ministro” avarento que fazem da fé um grande negócio, enganando os seus fieis com discursos atraentes, ludibriando a boa fé e a ingenuidade de seus seguidores.

Jesus Cristo também advertiu seus discípulos dizendo: “Acautelai-vos, porém dos falsos profetas, que vem até vos vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). Jesus nos adverte dizendo acautelai-vos: Não devemos nos impressionar com as vestes (práticas religiosas) dos falsos pregadores, nem com aquilo que dizem, nem com aquilo que fazem. A marca dos falsos ministros é o interesse egoísta, ao contrário do bom Pastor que ama as ovelhas.

Paulo advertindo Tito contra os falsos mestres diz: “Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância” (Tito 1.10-11).

Três características dos hereges:
1)   Sua atitude: insubordinada contra a autoridade da Palavra de Deus.
2)   Sua atividade: palradores frívolos, cabeça vazias, com discursos vão.
3) Sua ambição: enganadores, vigarista em matéria de religião.

Ensinam o que não devem, ou seja, um evangelho fácil, com barganha, um evangelho corrompido, por torpe ganância. Fala-se mais de dinheiro do que a Palavra de Deus como se Deus fosse um comerciante. Há muitos que ensinam a crerem em Deus, em troca de um belo carro, mansão e outros bens materiais deixando de lado o mais importante à salvação da alma.

Notem que Paulo diz: “É preciso fazê-lo calar”. Mas como poderemos calar os falsos ensinadores? Eu respondo. Precisamos nos munir da Santa Palavra de Deus que é a espada do Espírito, assim estaremos revestidos para a batalha contra os falsos ensinadores que satanás introduz no meio dos cristãos para perverter o evangelho da graça.

            Que Deus ilumine o nosso leitor para que ele possa entender a grande verdade do evangelho e ser ricamente abençoado pelo Senhor.

Pr. Elias Ribas

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