“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6:10).
Lembro-me certa vez quando estava eu conversando com o querido pastor Ubiratan Araújo (à época ainda na Comunidade Cristã Paz e Vida, em Recife) sobre os maiores perigos que podem levar a destruição espiritual de um homem de DEUS. E ele me destacou dois: o dinheiro e a prostituição. De fato, são esses dois elementos que têm afastado muitos da gloriosa presença do PAI celestial e sido a causa da dissensão de muitas famílias no Brasil e no mundo. Escândalos se sucedem a cada dia, o nome de DEUS é blasfemado nos continentes; líderes, famílias, maridos, esposas, filhos, cristãos de toda espécie sendo tragados pelo diabo porque fizeram do dinheiro o seu deus.
Por que o dinheiro é a raiz de todos os males na vida de muitos? A resposta é simples: porque ele realiza imediatamente os sonhos de consumo do homem, seus desejos materiais. Em lado oposto, DEUS supre, a seu tempo, não apenas as necessidades espirituais do homem como também as materiais, aquilo que o homem precisa para viver no dia-a-dia. Destaco: a seu tempo. Muitos preferem a auto-realização imediata a se colocar debaixo da vontade de DEUS. Nosso Pai também pode usar a falta do dinheiro, a dificuldade financeira, para aperfeiçoar e amadurecer a vida do casal. É preciso que venham os dias difíceis para ficarmos mais e mais na dependência do nosso DEUS. Infelizmente muitos não enxergam a dádiva de estar no deserto sem pão e sem água, mas na presença de DEUS. Meu amigo e irmão, pastor Kleiber, está abrindo mão de um confortável apartamento em Brasília para viver numa casinha na Cidade Estrutural, denominada por muitos de favela.
Foi lá que DEUS o instituiu líder daquelas ovelhas humildes e é lá que DEUS os abençoa. Kleiber me ensina afirmando: “o melhor lugar é onde DEUS quer que estejamos”. Não importa se seremos ricos ou pobres materialmente; se teremos conforto ou não, o melhor é recebermos de DEUS todas as bênçãos que nos tornarão ricos para o Seu reino. Observe o que nos alerta a Bíblia: “melhor é o pouco, com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, com a inquietação” (Provérbios 15:16). Quando JESUS proclamou “bem-aventurados os pobres pelo espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3) não estava fazendo apologia alguma à miserabilidade dos seus discípulos. Antes, estava advertindo para que todos vivessem libertos dos bens terrenos, pela livre e espontânea escolha espiritual. Essa libertação da escravidão material pressupõe uma grande experiência e iluminação interna. Em outras palavras, quem não encontrou o “tesouro oculto” e a “pérola preciosa” do reino de DEUS não pode abandonar os pseudotesouros e as pérolas falsas dos bens da terra. A libertação do amor ao dinheiro só é possível mediante transformação espiritual realizada por JESUS. Não é por força humana.
Em um outro estudo destaquei a seguinte experiência: conheci um certo milionário, que vivia com todo conforto, fruto do seu trabalho honesto ao longo da vida, mas que era liberto de todas as riquezas que possuía. Toda a riqueza que ele tinha era fruto das bênçãos de DEUS a partir de sua integridade de caráter. Este homem tinha a consciência tranqüila e a alma em paz para abençoar a Casa de DEUS através dos dízimos e das ofertas; e por isso também abençoava a vida de muitos necessitados. Conheci também um mendigo no momento de evangelismo de madrugada pelas avenidas de Olinda. Vivia na miséria absoluta. Comia do lixo e dormia ao relento. Sonhava que um dia poderia conquistar todas as riquezas e ter tudo o que o milionário possuía. Seu maior problema não era a sua condição social e humana. Percebi depois de algum tempo que aquele mendigo era escravo dos sonhos dos bens materiais que não possuía. Na pobreza material absoluta não aprendeu a comprar ouro fino de JESUS. Se rico fosse, certamente estaria numa condição muito pior do que aquela que se encontrava.
Você se lembra da reação do homem rico materialmente quando solicitado por JESUS a vender tudo o que tinha e repartir com os pobres? “Mas, ouvindo ele isto, encheu-se de tristeza, porque era muito rico. Vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas” (Mateus 18:23-24). Agora compare-a com a reação de Jó quando DEUS permitiu que satanás lhe enchesse de chagas, tirasse a vida de seus filhos e consumisse toda a sua riqueza: “Nú saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor o deu e o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Ambos eram ricos materialmente, porém apenas um era pobre pelo espírito e por isso a este estava garantida uma riqueza maior no reino de DEUS. Concluímos que ser rico não é pecado nem a pobreza material é virtude alguma. A questão não é ser rico nem ser pobre: é como vivemos com a condição social que possuímos, se presos ou libertos dela.

Fernando César Timóteo Alves
2 comentários:
Paz do Senhor, um dos melhores textos sobre o assunto que já li, destaco duas passagens:. Concluímos que ser rico não é pecado nem a pobreza material é virtude alguma. A questão não é ser rico nem ser pobre: é como vivemos com a condição social que possuímos, se presos ou libertos dela. E a de a frase dita pelo pastor, que o melhor lugar é onde Deus quer que estejamos. Isso é o resumo da obediência a Deus, obediência que deve surgir pelo o que Deus é e não em busca do que Deus pode nos dar, ou fazer. Belo texto. Deus o abençoe.
Obrigado pelo comentário Matheus, realmente o artigo é bem lúcido em suas colocações!
Grande abraço!
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