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Os Fariseus estabelecem sua própria justiça

“Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. Por que lhes dou testemunho de que tem zelo de Deus, mas não com entendimento. Por quanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para a justiça para todo aquele que crê” (Rm 10.1-4).

A palavra justiça na Bíblia tem um sentido mais amplo do que é usado nos códigos dos magistrados. Há uma diferença profunda entre o significado da palavra justiça na interpretação humana e sob o ponto de vista humano (Rm 1.17). A justiça divina não é apenas um sentimento passageiro e falho, é um atributo essencial e infinito, através do quais os atos de Deus personificam a equidade, tornando-se assim modelo para que sua justiça seja a lei do Universo.

Este termo “estabelecera própria justiça”, também pode ser interpretado no original como “causar a permanência como um monumento”, não para a glória de Deus, mas para a sua própria.

A justiça própria é uma armadura que enclausura o crente fariseu. Arrancar esta armadura é algo doloroso. Dificilmente ele admite estar errado. Freqüentemente age de forma inquestionável. Se existe uma falha com certeza está nos outro, não nele. Isto glorifica o orgulho humano, trazendo um sentimento carnal de realização, que por sua vez, vem acompanhado de um espírito de engano.

Inflexível, ele se coloca como dono da razão. Seu referencia de justiça está corrompido pela soberba e presunção. O grande drama do fariseu de hoje é acreditar que está praticando a justiça, quando na verdade está agindo contrariamente a ela, com a incoerência cega, coando um mosquito e engolindo um camelo, limpado o exterior do copo, mas deixando o interior sujo.

A justiça própria anda de mãos dadas com a soberba, o que dificulta muito a tarefa do Espírito Santo em revelar a justiça divina. Como o profeta Obadias testifica: “A soberba do teu coração te enganou” (Ob 1.3).

Desta forma, o crente fariseu é sempre um candidato ao ressentimento contra Deus. Não consegue entender o juízo de Deus na sua vida. Cada vez que Deus o resiste com o objetivo de abrir os olhos para a real situação espiritual, ele só consegue raciocinar dentro da possibilidade do próprio Deus estar sendo injusto com ele. Torna-se uma pessoa facilmente seduzida pelas mentiras de Satanás.

Paulo afirma esta verdade aos fariseus que tinham “zelo” de Deus, mas sem entendimento, em razão de que ignorando a justiça de Deus baseada na fé em Cristo e não nos preceitos da lei e nas doutrinas de homens, estabeleciam a sua própria justiça oriunda da lei e, deste modo, demonstravam um zelo diferente do zelo de Deus e tropeçavam na pedra de tropeço.

Paulo ainda suplicava a Deus por eles para que fossem salvos. Isto mostra que o zelo dos judaizantes não dava o direito de serem salvos. Dá-se o mesmo com certos irmãos que, de certo modo, demonstram zelo por Deus, porém desprezam, ao mesmo tempo, a justiça de Deus manifestada na lei e, lamentavelmente, ficam separados de Cristo.

“De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaíste. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé” (Gl 5.4-5).

Paulo afirma que a nossa garantia é o Espírito que nos apresentará perante Deus perfeitos na justiça de Cristo; não na observância da lei mosaica, ou nas tradições dos homens.

Muitos ministros têm excesso de zelo, mas sem entendimento. Moisés matou um egípcio por causa do seu zelo sem entendimento. Poderia estar bem intencionado, defendeu o seu irmão dos maus tratos egípcios. Mas, desconhecendo a justiça de Deus aplicou a sua própria justiça. Ainda hoje existem muitos que não conhecem a justiça e a misericórdia do Senhor, e colocam suas próprias justiças e idéias para julgar a obra do Senhor.

Na igreja de Gálatas o zelo dos fariseus estava além da Palavra. “Eles têm zelo por vós, não como convêm; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles. É bom ter zelo, mas sempre do bem e não somente quando estou presente convosco” (Gl 4.17, 18).

Os falsos mestres afirmavam serem autoridades em assuntos de religião e especialistas em judaísmo e cristianismo. Apelando para a vontade dos crentes de fazer o que achavam direito, conseguiram reunir muitos seguidores. Entretanto, Paulo disse que estavam errados e que seus motivos eram egoístas. Muitas vezes, os falsos mestres podem ser respeitáveis e persuasivos. É por essa razão que todo o ensino deve ser conferido com a Bíblia.

Paulo era sabedor que os falsos irmãos tinham um zelo cego como não convêm, isto é, certas normas de ensino, leis e proibições que estavam fora do Evangelho. Os falsos mestres queriam Paulo ficasse longe e separados da igreja. “O que eles querem é separar vocês de mim...” (Gl 4.17 - NTLH).

O zelo sem entendimento é quando o líder impõe um rigor inadequado em relação à disciplina. Um zelo exagerado, prejudicial e sem entendimento. Na verdade, o estilo de suas mensagens é tônica de doutrinas humanas.

O que falta para os nossos lideres espirituais é o entendimento entre o bem o mal, o entre o santo e o profano, entre o justo e perverso.

“Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não serve” (Ml 3.18).

Naquele dia Deus irá revelar perante o mundo a diferença entre o justo e o perverso, ao que serve a Deus e o que não serve. E você como distingue está diferença?

Pelas roupas? Pelos cabelos? Ou pelos sapatos?  Eu creio que não. Se fosse assim todos os que usam paletó e gravata no Distrito Federal seriam santo. Mas qual a diferença entre “o justo e o perverso”.

O Justo inclina-se para as coisas do Espírito, mas o perverso inclina-se para as coisas da carne. A diferença não está no seu manequim, mas nos seus atos de justiças, honestidade, fidelidade, temor, amor, santidade que é a separação do pecado é isto que faz a diferença. “Pelos seus frutos os conhecereis...” (Mt 7.16). O fruto do perverso é carnal: a imoralidade, o engano, a mentira, a corrupção, a heresia, etc. (Gl 5.19-21).

Certa vez Jesus tendo fome foi procurar frutos em uma figueira e não encontrando se não folhas e disse: “Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente” (Mt 21-18-19). A figueira representa o homem que foi criado para dar fruto e fruto bom. Deus quer encontrar frutos e não apenas folhas. As folhas apenas embelezam a árvore, e Deus não quer ver apenas a beleza exterior Ele quer encontrar fruto.

Este foi um dos ensinamentos de Paulo. Podemos facilmente compreender o porquê disso quando consideramos o fato de que ele passou a primeira metade da sua vida procurando justificar-se pelos seus próprios esforços. Segundo os padrões humanos, ele era inculpável (Fl 3.6), mas pelos padrões divinos ele era o principal dos pecadores (1ª Tm 1.16). Quando Paulo finalmente achou a Cristo, desistiu de seus esforços pessoais para justificar a si mesmo, reconhecendo ser isso futilmente total. Invés disto, ele aceitou com alívio a verdadeira justificação que tem lugar somente através da fé em Cristo (Fl 3.9).

O que seria necessário para satisfazer a justiça de Deus? Desde que o salário do pecado é a morte, só um sacrifício perfeito poderia satisfazer as prerrogativas da redenção humana. Este foi o valor de nossa fiança. Alguém que em tudo foi tentado, porém sem pecado, substituindo os pecadores. Só um justo poderia ser um justificador. Da nossa sentença: a morte da morte.

Jesus, o próprio Filho de Deus, pagou o preço da nossa fiança, nos resgatando da condenação que merecíamos. Desta forma, Ele é a nossa justiça e o caminho vivo para o céu.

O zelo pelas leis nem sempre produz homens segundo o coração de Deus. Quero dizer a você que Deus está insatisfeito, triste com este tipo de ministro que só pregam esquisitice. Quero vos dizer que este tipo de ministro até pode falar em línguas estranhas e profetizar, mas não vai entrar no Reino de Deus, pois Jesus mesmo diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em Teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nuca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23).

A justiça para os fariseus de hoje é pelo vestir e não pelo caráter. Quantas vezes são excluídas pessoas da igreja quando não se ajustam direitinho aos padrões propostos pelas tradições? Quantos crentes e servos verdadeiros são maltratados pelos lobos quando não aceitam suas loucuras?

Zelar não é julgar, muito menos condenar. Os judeus estavam escravizados por inúmeras tradições que eles próprios inventaram. Jesus lhes falava da forma como entendiam. Como ser humano estava sob a lei deles, pois viera para cumpri-la. Os fariseus julgavam o próximo sem amor e misericórdia era uma classe de pessoas que se acham super santos.

“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.9-14 RA).

O fariseu era justo aos seus próprios olhos. A pessoa que pensa ser justa por causa dos seus esforços não tem consciência da sua própria natureza pecaminosa, da sua indignidade e da sua permanente necessidade da ajuda, misericordiosa e graça de Deus. Por causa dos seus destacados atos de compaixão e da sua bondade exterior, tal pessoa acha que não precisa da graça de Deus. O publicano, por outro lado, estava profundamente consciente do seu pecado e culpa e, verdadeiramente arrependido, voltou-se do pecado para Deus, suplicando perdão e misericórdia. Tipificava o verdadeiro filho de Deus.

Nem toda oração é verdadeira. Não podemos nos impressionar pela espiritualidade de alguns que nos moldes de sua tradição se acham mais santos que os outros. Uma religião baseada em sistema de méritos leva ao orgulho religioso. Saiba que muitos que esperavam a aprovação divina receberão a censura de Jesus.

O julgamento vem da imaturidade espiritual. Pessoas maduras preferem orar, discernir, amar e aconselhar, e se necessário, repreender. Mas nunca de forma crítica com um espírito destrutivo. E também nunca publicamente com o propósito de envergonhar e punir.

Crentes imaturos têm zelo, mas sem sabedoria. Usam fogo e barulho para ferir, mais do que ajudar a causa de Cristo (conforme Lucas 9.52-55), Tiago e João queriam punir, mas punir não é o seu trabalho. Esse mesmo João escreve a primeira carta, que teologicamente considera-se a carta do amor, isso quer dizer que ele aprendeu a lição sobre misericórdia quero e não sacrifício.

Quando julgamos estamos assumindo o lugar de Deus, e quando condenamos, assumimos o lugar do diabo. Mas quando amamos a ponto de aconselhar e corrigir assumimos o lugar de filhos de Deus.
Mas só podemos corrigir se estivermos vivendo uma vida no Espírito. Corrigindo com mansidão e cuidando para que nós mesmos não venhamos cair nos mesmos erros em que tentamos corrigir os outros (Gl 6.1).

O objetivo de Deus é: Regenerar; Restaurar; Restituir.
Não confunda zelo verdadeiro com Espírito de contenda. (2ª Timóteo 2.14, 24-26; Tito 3.9-11; Efésios 4.29).

Se quisermos crescer em Cristo temos que avaliar nosso falar cuidadosamente. Não adianta jogar conversa fora, coisas que só produzem calor, mas nenhuma luz.

Isso corrói como câncer (2ª Tm 2.16-17). Antigamente, quando uma pessoa contraia um câncer, não tinha anestesia para operá-la, então se embebedava o paciente e depois se cortava o membro infectado.
·        Precisamos nos embebedar com o Espírito Santo, para que esse mau saia das nossas vidas.
·        Uma disputa verbal produz um espírito de contenda que acabará espalhando-se pelo corpo de Cristo produzindo uma infecção como um câncer.

Mas vamos embebedar o paciente e cortar fora este membro. Propague o reino dos céus, ele é puro, é santo, não tem infecção e nem imperfeição.

Pr. Elias Ribas
Blumenau - SC.

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