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A Missão Integral e os pentecostais



A Teologia da Missão Integral será tema nas escolas dominicais das Assembleias de Deus pela revista da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus). O assunto é inédito no contexto assembleiano, mas é uma forte tendência há mais de uma década na academia evangélica. A Teologia da Missão Integral é, na verdade, fruto do Congresso Internacional de Evangelização, realizado em 1974, em Lausanne, na Suíça.

Nas igrejas protestantes clássicas, a Teologia da Missão Integral é muito popular, talvez só perde para a Teologia Reformada. Os batistas, os metodistas e clássicos independentes são os mais entusiastas da Missão Integral. Os presbiterianos, é claro, da Teologia Reformada. Os pentecostais, teoricamente, seriam “conversadores” resistentes à ação social e ignorantes no assunto. Há quem defina o pentecostalismo como grupo alienado (sentido sociológico do termo) preso a politicagem e longe da urgência da ação social. Será?

É perigoso generalizar os pentecostais, aliás, a generalização é sempre perigosa. Há conformismo na ação social? Evidente. A teologia dispensacionalista do tipo “o mundo vai de mal a pior” não ajuda na ideia de transformação social? Sim, é claro que a teoria escatológica pode ser paralisante (II Ts 3. 12). Muitas lideranças estão perdidas na politicagem mais mesquinha? Sim, é fato. Mas aí não acaba o universo pentecostal. A ação social dos pentecostais é uma realidade. No Brasil, não há grupo religioso mais próximo dos pobres do que os pentecostais.

A conversão de um bêbado, relato comum nas periferias, é um exemplo de transformação social. Se antes gastava nos “butecos”, agora compra Bíblias de Estudo e planeja estudar um curso de Teologia Básica. Apesar da precariedade desses cursos (básicos demais) é sinal de interesse pela educação. Educação sempre traz crescimento social. É a ação social individualizada. Mas há grandes trabalhos de casas de apoio, creches, cestas básicas, sopões e outras atividades desempenhadas por pentecostais por todo o país. É a ação social coletiva.

Generalizar é uma atividade perigosa. Diferente do que muitos creem, os pentecostais são agentes sociais mais ativos do que o senso comum costuma aceitar. Pode melhorar? Evidente que sim. Aliás, precisa melhorar muito. A politicagem precisa acabar. As igrejas pentecostais precisam criar uma Teologia Pública e lembrar que a influência do Evangelho é muito além de política partidária (o lado mais complicado para uma ação ética). Melhora deve ser uma constante.

Gutierres Siqueira 

PS: Em um próximo artigo vou comentar sobre o tipo de “justiça social” buscada pela Missão Integral. Será que a “justiça social” sonhada por muitos não é uma opressão com cores de generosidade e bondade? Será que o combate da pobreza utilizando certos meios não é uma forma de perpetuar a própria pobreza em nome do politicamente correto? Mas fica para um próximo post.

1 comentários:

Abigail Richter disse...

muito bom e corajoso!Deus os abençoe e continuemos a proclamar o verdadeiro evangelho!

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