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Entreguei a Satanás......,



Persiste um sentimento popular, até mesmo entre alguns salvos, de entregar a Deus as nossas desavenças com o semelhante. Alguém nos ofendeu. Prejudicou-nos. Quebrou o relacionamento de uma longa e frutífera amizade.

Tenta-se restaurar a amizade quebrada. A pessoa ofensora não colabora e persiste em continuar a nos prejudicar. Faz comentários desairosos. Evita-nos e quando possível se torna hostil. O caminho bíblico foi proposto por Jesus em Mateus 5:43-48. Caminho difícil de ser percorrido. Pois exige renúncia. Anseio em ver o inimigo feliz e abençoado. É assim que Deus se relaciona com suas criaturas. Sempre pronto a perdoar. Até mesmo quando não reconhecemos o erro, o Senhor persiste em nos amar e procura o nosso bem estar.
A proposta de Jesus produz frutos a longo prazo. Proporciona ao coração ofendido paz de espírito. Alegria em reconhecer que todos somos humanos e falhamos. Perdoar é o melhor caminho. Desejar o bem do ofensor significa aprofundar nosso relacionamento com Deus.

Na impossibilidade de perdoar, o ofendido toma estranho caminho. Entrega a Deus as suas mágoas e ódio. Faz de Deus o executor do castigo, que crê, seja merecedor o ofensor. “Entreguei a Deus”, diz. Faz a “entrega” e fica aguardando a vingança. Como isto não ocorre o indivíduo passa a admitir que Deus é injusto. Não cobrou a dívida. Não executou o juízo necessário. Bem “Deus demora, mas não tarda”. É quase certo que os descendentes serão castigados. Talvez ficarão numa cama a esmolar migalhas de compaixão. Deus vingará os meus sentimentos, derramando fogo e enxofre sobre o meu ofensor.

Esquecem tais pessoas que Deus não é nenhum tirano, oficial de justiça ou algoz de salvos desequilibrados. Não funciona como garoto de recado ou executor de caprichos humanos. Sempre disposto a perdoar, o Senhor é misericordioso com os nossos inimigos. É só ocorrer arrependimento e Deus perdoa, sem nos perguntar se pode ou deve oferecer perdão. O ofendido morre aguardando a desgraça do seu inimigo, enquanto este, arrependido ou não, vive paz com Deus. Às vezes a culpa está do lado do ofendido.

A pior coisa para alguém que foi ferido, magoado, traído, espezinhado, escarnecido, faz, é “entregar” o inimigo a Deus. A decepção pode ser grande. Razão simples: Deus não é o executor de nossas mágoas. Aliás, não há base bíblica para tal proceder.

Encontramos, porém, nas páginas bíblicas, Paulo, o apóstolo, entregando pessoas a Satanás. A Satanás? Que horror! É o que dizem os textos de 1º Coríntios 5:5 e 1º Timóteo 1:20. Com sua autoridade de apóstolo, que não temos, Paulo os entregou a Satanás, objetivando a restauração de tais pessoas.

Na Igreja em Corinto, um de seus membros praticou incesto. A Igreja estava com dificuldades para resolver o problema. A mulher, cúmplice, não era membro da Igreja. O apóstolo não propõe ação contra a mesma. Não salvo não tem compromisso de testemunhar de Jesus. O salvo, sim. O incrédulo, não. Paulo expõe sua tristeza pela ausência de ação da Igreja. Ordena em nome, pelo poder de Jesus Cristo, que o incestuoso seja entregue a Satanás, para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus (1º Coríntios 5:4-5). Satanás não teria poder sobre a alma do salvo que pecou. Apenas sobre seu corpo físico. Talvez uma enfermidade grave que o levasse ao arrependimento. Uma vez arrependido foi reintegrado à Igreja (2º Coríntios 2:7-8). O pecador não foi entregue a Deus, mas a Satanás. Só que para proceder assim, mister se faz ter a autoridade do apóstolo. Especialmente se Satanás resolver ficar com o entregador, por ser pior do que o objeto entregue.

Ao escrever 1º Timóteo 1:20, Paulo entrega a Satanás dois indivíduos que são classificados como náufragos na fé. Viviam perturbando o ministério do apóstolo. Temos muitos hoje que só perturbam. O alvo do apóstolo era ensinar-lhes a não blasfemar. Himeneu e Alexandre não levaram a sério a santidade da vida cristã. Geraram empecilhos ao bom desempenho do ministério Paulino. Foram exortados ao arrependimento, 2º Timóteo 4:14, mas não mudaram de vida. Paulo poderia entregar-lhes a Deus para as devidas correções. Para receberem os castigos merecidos e servir de exemplo aos futuros incrédulos.

São entregues a Satanás. Colocados “sub judice” satânico para que aprendessem a tratar as coisas de Deus com seriedade. O Diabo é perito em aplicar sofrimentos físicos aos que lhe são entregues Jó 2:6-7.

O seu desapontamento com Deus e com seus inimigos advém de ações erradas. Entregar coisas que não servem e não prestam a Deus é um mau negócio. Deus é misericordioso. Benigno. Sua misericórdia é ilimitada. Esperar que Deus aflija ou castigue alguém para atender seus caprichos humanos, é perda de tempo.

Mas cuidado. Não brinque com Satanás. Ele é ardiloso. Mentiroso e pai da mentira. Mata suas vítimas. Seus ardiz não são fáceis. Satanás esta sempre rugindo ao redor, buscando vítimas. Ao tratar com Satanás você deve ter convicção plena de que o “inimigo” merece sofrer fisicamente. O pecado que ele cometeu contra você é maior do que o pecado que Deus lhe perdoou. Na dúvida persiste o desafio de Jesus. Ore por seu inimigo. Fale bem dele. Augure-lhe o bem. Perdoe quantas vezes for necessário, como Deus lhe tem perdoado. Após uma boa caminhada em oração você descobrirá que não compensa desejar-lhe o mal. O amor é mais saudável e o perdão também. O NATAL de JESUS comprova esta verdade.

Pr.Júlio Sanches - Ministro e Teólogo Batista
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