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“Pastor, por que todo início de ano sempre acontece uma tragédia que ceifa a vida de muitas pessoas? Será que é por causa do pecado do homem, ou será que é um propósito de Deus para as pessoas, perceber que Deus pode destruir tudo sem a interferência do homem?”
Vejamos esta questão sobre vários aspectos:
Primeiro, vejamos a questão sob o aspecto sobrenatural:
Há quem possa pensar no castigo de Deus às pessoas diante de acontecimentos catastróficos. Mas a Bíblia ensina que Deus não nos trata segundo nossos pecados, ou seja , na mesma medida que merecemos por nossos pecados (Sl 103.10). Se Deus assim o fizesse, nos retribuindo na medida de nossa condição de pecadores, a humanidade já teria sido destruída há muito tempo (Rm 6.23a). Deus é misericordioso e esta é a razão de ainda não sermos consumidos pelo seu juízo (Lm 3.22). Até enviou seu Filho Jesus para que desse ao homem meio de salvação (Rm 6.23b).
É com base nesta misericórdia de Deus que devemos orar pelas pessoas e famílias atingidas, rogando que ele as abençoe neste momento tão difícil.
“O homem, então, não pagará pelas maldades que cometer?” Pagará sim, se não na terra, ainda em vida, como consequência de seus atos, certamente, e de modo infalível e inegociável, perante Deus no dia do grande julgamento (Ap 20.13-15).
Segundo, vejamos a questão sob o aspecto natural:
A natureza, diferente do que pode aparentar, está em constante movimento e alteração. Ela é dinâmica e, seguindo leis específicas, reage de formas diferentes a todo tempo. A grande totalidade desta dinâmica nós não percebemos. Alguns dos fenômenos naturais só são conhecidos com o auxílio de equipamentos de alta tecnologia, outros, nem assim.
Mas nem toda manifestação da dinâmica natural é invisível ou passa despercebida pelo ser humano. Em alguns casos, a natureza mostra claramente que está em plena ação, por exemplo, por meio de fortes chuvas, furacões, vulcões em erupção, nevascas, tornados, maremotos, terremotos, deslizamentos de terra, queimadas, secas, etc.
Se você considerar todos estes fenômenos naturais, perceberá que todos os dias, em alguma parte do planeta, algo está acontecendo, alguma manifestação da dinâmica natural está atingindo alguma parte.
Claro que determinadas manifestações estão diretamente relacionadas às estações do ano e à localidade e forma geográfica em que elas ocorrem. Aqui no sudeste brasileiro, por exemplo, verão (dezembro – março) é época propícia para as grandes chuvas, as quais, devido ao grande volume de água precipitado, provocam movimentação de terra da superfície terrestre, especialmente naqueles tipos de solos mais susceptíveis a ação de enxurradas.
Ora, a terra é a habitação da humanidade. Quando a natureza se manifesta mais incisiva e abruptamente, tudo que está na superfície e tem como fundamento a terra, sofre algum impacto. Em geral, as edificações são preparadas para suportar estes fenômenos, mas nem sempre elas resistem.
Agora, pense nisto: No Brasil, temos quase 200.000.000 de habitantes. “Ah, mas o Brasil é grande!”. De fato, é um país de dimensões continentais. Acontece que quase toda a população está concentrada em cidades, que avançam cada vez mais para dentro das matas, florestas, serras, mangues, etc. Quando o fenômeno natural se manifesta bem numa localidade onde está uma cidade, é inevitável que os danos humanos e sociais sejam grandes também.
Terceiro, vejamos a questão sob o aspecto humano e social:
O ser humano, através da exploração e utilização nem sempre consciente e moderada dos recursos naturais, tem provocado na natureza certas alterações como, por exemplo, o aquecimento global. Faz isso, entre outros modos, pela destruição das matas e florestas (inclusive da mata atlântica, onde se localiza a região serrana do Rio de Janeiro), alterando até cursos de rios e construindo casas bem na rota de rios não perenes. Agredida e explorada inconsequentemente, a natureza acaba respondendo a seu modo e a sociedade, como elemento mais frágil desta disputa, acaba levando a pior.
A Bíblia ensina que o homem pode pagar pelo seu mal neste mundo quando colhe o que planta (Gl 6.7). E como diz o ditado popular: “quem semeia vento colhe tempestade”. “Ah, mas aquelas crianças e demais inocentes que morreram soterrados ou afogados, eles mereciam isto? Eles plantaram este mal?” Não necessariamente.
Neste caso, Temos que abandonar o conceito de castigo individual e pensar no coletivo. Quando uma sociedade, composta de muitos homens e mulheres de todas as idades, desrespeita a natureza, a resposta desta é para a sociedade, logo, a todos que a compõe. Quando a chuva vem forte, ela vem forte sobre todos. Nesta hora, quem estiver mais fragilizado para enfrentá-la (e em geral as crianças e os pobres assim estão), inocente ou não, acabará enfrentando maiores problemas.
Logo, a sociedade toda precisa se mobilizar para respeitar a natureza, antes que as más conseqüências acabem caindo sobre quem não devia pagá-las.
Quarto, vejamos a questão sob o aspecto político:
Muita culpa se joga para cima dos políticos e gestores públicos nestas horas. De fato, não dá para eximi-los de suas responsabilidades nestes casos. Mas, infelizmente, não podemos esquecer que os eleitos pelo povo para representá-los são pessoas saídas do próprio povo. Se no poder são políticos de baixa qualidade é porque quem os colocou lá, a sociedade, também é politicamente de baixa qualidade. Neste sentido, todos nós brasileiros somos responsáveis por estes tipos de tragédias em qualquer ponto do Brasil, por mais distantes que sejam de nossa residência, já que nossa atividade política de baixa qualidade contribui para a baixa qualidade dos políticos do Brasil.
Não podemos esquecer que, poucos dias antes da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, nossos congressistas concederam a si mesmos mais de 60% de aumento salarial. Agora, diante da tragédia fluminense vemos o povo brasileiro se unindo para superar o mal. Assim foi também nos anos anteriores em Angra dos Reis e em Santa Catarina. Porém, diante do corporativismo interesseiro dos congressistas, o povo brasileiro não se mobilizou da mesma forma contra o aumento deles. Ora, enquanto nós brasileiros não nos apercebermos da força política que unidos temos, muita catástrofe natural vai continuar ocorrendo por falta de investimento e melhor gestão dos recursos públicos.
Pastor Alexandre
Fonte: Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém
Por que ocorrem as tragédias naturais?
“Pastor, por que todo início de ano sempre acontece uma tragédia que ceifa a vida de muitas pessoas? Será que é por causa do pecado do homem, ou será que é um propósito de Deus para as pessoas, perceber que Deus pode destruir tudo sem a interferência do homem?”
Vejamos esta questão sobre vários aspectos:
Primeiro, vejamos a questão sob o aspecto sobrenatural:
Há quem possa pensar no castigo de Deus às pessoas diante de acontecimentos catastróficos. Mas a Bíblia ensina que Deus não nos trata segundo nossos pecados, ou seja , na mesma medida que merecemos por nossos pecados (Sl 103.10). Se Deus assim o fizesse, nos retribuindo na medida de nossa condição de pecadores, a humanidade já teria sido destruída há muito tempo (Rm 6.23a). Deus é misericordioso e esta é a razão de ainda não sermos consumidos pelo seu juízo (Lm 3.22). Até enviou seu Filho Jesus para que desse ao homem meio de salvação (Rm 6.23b).
É com base nesta misericórdia de Deus que devemos orar pelas pessoas e famílias atingidas, rogando que ele as abençoe neste momento tão difícil.
“O homem, então, não pagará pelas maldades que cometer?” Pagará sim, se não na terra, ainda em vida, como consequência de seus atos, certamente, e de modo infalível e inegociável, perante Deus no dia do grande julgamento (Ap 20.13-15).
Segundo, vejamos a questão sob o aspecto natural:
A natureza, diferente do que pode aparentar, está em constante movimento e alteração. Ela é dinâmica e, seguindo leis específicas, reage de formas diferentes a todo tempo. A grande totalidade desta dinâmica nós não percebemos. Alguns dos fenômenos naturais só são conhecidos com o auxílio de equipamentos de alta tecnologia, outros, nem assim.
Mas nem toda manifestação da dinâmica natural é invisível ou passa despercebida pelo ser humano. Em alguns casos, a natureza mostra claramente que está em plena ação, por exemplo, por meio de fortes chuvas, furacões, vulcões em erupção, nevascas, tornados, maremotos, terremotos, deslizamentos de terra, queimadas, secas, etc.
Se você considerar todos estes fenômenos naturais, perceberá que todos os dias, em alguma parte do planeta, algo está acontecendo, alguma manifestação da dinâmica natural está atingindo alguma parte.
Claro que determinadas manifestações estão diretamente relacionadas às estações do ano e à localidade e forma geográfica em que elas ocorrem. Aqui no sudeste brasileiro, por exemplo, verão (dezembro – março) é época propícia para as grandes chuvas, as quais, devido ao grande volume de água precipitado, provocam movimentação de terra da superfície terrestre, especialmente naqueles tipos de solos mais susceptíveis a ação de enxurradas.
Ora, a terra é a habitação da humanidade. Quando a natureza se manifesta mais incisiva e abruptamente, tudo que está na superfície e tem como fundamento a terra, sofre algum impacto. Em geral, as edificações são preparadas para suportar estes fenômenos, mas nem sempre elas resistem.
Agora, pense nisto: No Brasil, temos quase 200.000.000 de habitantes. “Ah, mas o Brasil é grande!”. De fato, é um país de dimensões continentais. Acontece que quase toda a população está concentrada em cidades, que avançam cada vez mais para dentro das matas, florestas, serras, mangues, etc. Quando o fenômeno natural se manifesta bem numa localidade onde está uma cidade, é inevitável que os danos humanos e sociais sejam grandes também.
Terceiro, vejamos a questão sob o aspecto humano e social:
O ser humano, através da exploração e utilização nem sempre consciente e moderada dos recursos naturais, tem provocado na natureza certas alterações como, por exemplo, o aquecimento global. Faz isso, entre outros modos, pela destruição das matas e florestas (inclusive da mata atlântica, onde se localiza a região serrana do Rio de Janeiro), alterando até cursos de rios e construindo casas bem na rota de rios não perenes. Agredida e explorada inconsequentemente, a natureza acaba respondendo a seu modo e a sociedade, como elemento mais frágil desta disputa, acaba levando a pior.
A Bíblia ensina que o homem pode pagar pelo seu mal neste mundo quando colhe o que planta (Gl 6.7). E como diz o ditado popular: “quem semeia vento colhe tempestade”. “Ah, mas aquelas crianças e demais inocentes que morreram soterrados ou afogados, eles mereciam isto? Eles plantaram este mal?” Não necessariamente.
Neste caso, Temos que abandonar o conceito de castigo individual e pensar no coletivo. Quando uma sociedade, composta de muitos homens e mulheres de todas as idades, desrespeita a natureza, a resposta desta é para a sociedade, logo, a todos que a compõe. Quando a chuva vem forte, ela vem forte sobre todos. Nesta hora, quem estiver mais fragilizado para enfrentá-la (e em geral as crianças e os pobres assim estão), inocente ou não, acabará enfrentando maiores problemas.
Logo, a sociedade toda precisa se mobilizar para respeitar a natureza, antes que as más conseqüências acabem caindo sobre quem não devia pagá-las.
Quarto, vejamos a questão sob o aspecto político:
Muita culpa se joga para cima dos políticos e gestores públicos nestas horas. De fato, não dá para eximi-los de suas responsabilidades nestes casos. Mas, infelizmente, não podemos esquecer que os eleitos pelo povo para representá-los são pessoas saídas do próprio povo. Se no poder são políticos de baixa qualidade é porque quem os colocou lá, a sociedade, também é politicamente de baixa qualidade. Neste sentido, todos nós brasileiros somos responsáveis por estes tipos de tragédias em qualquer ponto do Brasil, por mais distantes que sejam de nossa residência, já que nossa atividade política de baixa qualidade contribui para a baixa qualidade dos políticos do Brasil.
Não podemos esquecer que, poucos dias antes da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, nossos congressistas concederam a si mesmos mais de 60% de aumento salarial. Agora, diante da tragédia fluminense vemos o povo brasileiro se unindo para superar o mal. Assim foi também nos anos anteriores em Angra dos Reis e em Santa Catarina. Porém, diante do corporativismo interesseiro dos congressistas, o povo brasileiro não se mobilizou da mesma forma contra o aumento deles. Ora, enquanto nós brasileiros não nos apercebermos da força política que unidos temos, muita catástrofe natural vai continuar ocorrendo por falta de investimento e melhor gestão dos recursos públicos.
Pastor Alexandre
Fonte: Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém
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