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Qual é a maior necessidade da Igreja brasileira hoje?



— O que o senhor entende ser a maior necessidade da Igreja brasileira hoje?
Russell Shedd - Eu entendo que seja a exposição da Palavra, escolas dominicais que ensinem não somente conteúdo, mas que ensinem a prática. Também oração para que Deus use a Palavra nessa transformação.

— O senhor entende que a Igreja brasileira então tem atravessado um momento de afastamento da Palavra, justamente quando pensa que está bem?
Russell Shedd - Isso. Tem muita empolgação, muito barulho, mas pouco ensinamento. As pessoas se sentem livres para desobedecer a Palavra, porque não a conhecem. A gente não deve ter essa liberdade para desobedecer. Nós devemos estar presos à Palavra, vinculados à Palavra. Como Jesus disse: "se vocês guardarem as minhas palavras, vocês serão meus discípulos de verdade, não apenas de nome".

— O senhor crê que parte desse afastamento da Palavra se deve a pastores mal preparados?
Russell Shedd - Talvez juntamente com mal preparados, são pastores que não têm tido muita experiência com Deus. Talvez ainda não passaram dificuldades na vida em que Deus ensina pela experiência. Eles são muito jovens, não sabem muito. E talvez estejam aprendendo com jovens mais mundanos. Uma vez um rapaz que esteve em um seminário falou que ficou chocado com a falta de espiritualidade, de amor ao Senhor. São muito mundanos. Nós temos esse problema: as escolas que, supostamente, deveriam preparar pastores, de fato praparam eles para o contrário.

— Hoje nós vemos na Igreja brasileira alguns movimentos fortes. Um deles é o movimento re-judaizante, as igrejas voltando a celebrar festas de Israel, instrumentos judaicos, essas coisas... Como o senhor vê esse movimento?
Russell Shedd - Eu acredito que se não for muito cuidadosamente avaliado isso vai trazer danos e não bênçãos para a Igreja. Nós temos que ver que o judaísmo terminou em Cristo. Jesus é o fim da lei. Paulo diz: "que vocês não fiquem escravizados de novo, guardando dias, meses, festas. Então nós temos Gálatas, capítulo 4, para nos advertir quanto a essa volta ao judaísmo.

— De outro lado, parece que estamos vendo um "reavivamento" do fundamentalismo. Como o senhor encara esse fato?
Russell Shedd - Eu acredito que seja uma reação. Quando vemos algo com que não concordamos, nossa tendência é ir para o outro extremo. Por exemplo: quando vimos que essa ideia de confessar pecados para um sacerdote, um padre, não estava fazendo nenhum bem, não estava trazendo santidade, nós nos afastamos e não fazemos mais nada, não confessamos pecados para mais ninguém, no entanto a Bíblia manda que confessemos os nossos pecados uns aos outros. Daí é uma maneira de nós irmos para um outro extremo.

— E nenhum extremo então seria...
Russell Shedd - Seria o que Deus quer de nós.

— Ainda que com menos força, continuamos vendo a Teologia da Prosperidade fazendo vítimas em nosso meio. Como a igreja deveria agir diante disso? O senhor acredita que a influência da mídia reforça esse movimento?
Russell Shedd - Eu acredito. A Teologia da prosperidade atrai as pessoas que não tem muito "problema" com o pecado na vida deles. Se a gente está arrependido, prosperidade é um coração limpo, um coração puro. Mas se eu não estou preocupado com o pecado, então é o contrário...

— Que mensagem o senhor deixaria para os visitantes do site e para a Igreja Brasileira?
Russell Shedd - Exatamente o meu pedido para o Senhor é que Deus continue santificando a sua Igreja, ensinando suas leis, as leis de santificação, de fruto de justiça, que Ele esteja fortalecendo e amadurecendo a Igreja, tirando essa carnalidade e tornando a Igreja cada vez mais madura e perfeita em Cristo. Essa é a nossa oração!

Russell Shedd
Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, Escócia. 
Fundou a Edições Vida Nova há 45 anos; atualmente é consultor da Shedd Publicações.

Fonte:  Igreja Metodista

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